• Capítulo Quatorze - E agora o que eu falo?

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• ARIANA GRANDE •
— Stratford, Canadá.

Havia se passado tanto tempo, mas ele ainda me conhecia definitivamente, o suficiente pelo menos para saber que tinha razão e agora eu precisava de uma resposta à altura.

Talvez nos seus sonhos mais loucos, Justin. — Dou os ombros.

— Se você está dizendo. — Ele estala a língua no céu da boca enquanto me encara, não parecendo acreditar em mim.

Mas sequer tenho tempo de retrucar porque Lana chama a minha atenção.

— Ari?

— O que? — Me viro para ela.

— O que nós iremos fazer? — Ela indaga, parecendo meio sem graça. — Vamos ficar ou vamos embora?

Meus olhos estavam nela, mas eu podia sentir o olhar de Justin queimando sobre mim, porque eu sabia que ele também queria saber a minha resposta, principalmente depois da nossa conversa mais do que esclarecedora.

— Vamos ficar. — Suspiro. — Pelo menos por enquanto.

— Vou levar vocês para um quarto que está livre. — Caitlin chama.

— Tudo bem. — Lana concorda, mas posso ver no rosto da minha amiga a sua cara de desgosto.

Sei que ela não gostou da Caitlin.

Segurei nas mãozinhas sujas de chocolate dos meus filhos — que estavam eufóricos com a quantidade de doces — e eu os ajudei a subir as escadas, seguindo as duas.

— Pensei que sua filha fosse me deixar careta. — Caitlin ri enquanto destranca um dos quartos.

— Me desculpe. — Sorrio fraco. — Eu acho que ela só estava assustada, posso garantir que é uma boa menina.

— Está tudo bem. — Caitlin assente enquanto estávamos paradas no corredor.

— Acho que você ainda tem algumas coisas para conversar com a sua amiga, então deixa que eu dou banho nos gêmeos, não se preocupe, Ari. — Lana me dá um meio sorriso e quando eu balanço a cabeça assentindo, ela leva meus filhos para dentro do quarto.

— Hum, acho que sua amiga não foi muito com a minha cara. — Caitlin da uma risadinha nervosa.

— Deve ser apenas um ciúmes bobo. — Eu invento uma desculpa qualquer.

Nem eu entendi direito o comportamento da Lana.

Era muito estranho para mim estar novamente nessa casa — onde um dia eu considerei verdadeiramente o meu lar — mas agora tudo o que eu sinto é que não pertenço mais a esse lugar, sem contar o sentimento ruim que me dá todas as vezes que eu penso em tudo o que aconteceu aqui, principalmente no que Justin fez na minha ausência.

— Você está me ouvindo? — Caitlin estala os dedos na frente de meus olhos, me tirando dos meus devaneios.

Era até mesmo estranho pensar que eu e Caitlin éramos melhores amigas e agora por mais que sei que ela esta tentando agir como se nada tivesse mudado, eu sei que não há mais aquela conexão.

— Desculpe, o que você dizia?

— O que te tirou da órbita assim? — Ela me olha desconfiada.

— O que houve aqui enquanto eu estive fora? — Eu perguntei no impulso.

Eu havia feito uma pergunta ampla e bastante vaga, e agora que sentia o meu orgulho ferido por estar mostrando que eu me importo, só esperava que ela não entendesse que eu estava me referindo a ele.

— Ele não teve ninguém depois que você foi embora. — Ela me olha nos olhos. — Era isso que você queria saber?

— Nenhuma? — Ignoro a sua pergunta mas não consigo esconder minha surpresa.

— Só as transas com vadias que não significavam nada. — Ela dá os ombros. — Mas jamais deixou que nenhuma deitasse na cama de vocês, disse que aquele lugar era só seu.

Era quase impossível de acreditar.

— Ele passou mesmo dois anos me procurando?

Caitlin abriu a boca para me responder, mas uma voz a cortou, aquela voz que eu não precisava de muito para reconhecer.

— Passei todos esses anos te procurando incansavelmente. — Justin murmura, parado no corredor. — Acho que você poderia ter tirado essa dúvida comigo, não acha?

Havia um sorriso em seus lábios e diversão em sua voz, odeio isso.

E agora o que eu falo?

The Benefactor [2]Onde histórias criam vida. Descubra agora