Capítulo 1

90 3 2
                                    

  O verão chegou com tudo, e neste final de semana finalmente a galera resolveu fazer algo diferente. Somos praieiros, não tem uma praia no Rio que a gente já não tenha ido. Mas nosso cantinho mesmo é Nikity City, Niterói , pra ser mas exato.
    Estávamos todo final de semana indo pra Itacoatiara, confesso, a praia mais top de Nikity, até que Carlos teve uma idéia, e colocou em prática dentro de uma semana.

- só quero saber como a gente vai se meter la na puta que pariu sem conhecer nada. - André resmunga.

- pra que serve GPS criança?! - Carlos diz irônico.

- lá é cidade pequena, a gente não vai se perder babaca. - Bernardo diz.

- só quero ver no que isso vai dar. - André resmunga novamente.

   O assunto cessa, enquanto eles começam a colocar as coisas no carro.

- o intelectual aí vai ficar de boa mesmo, ou vai vim ajudar a gente? - Bernardo diz.

  Eu solto uma gargalhada.

- ok já to indo.

  Quando já estamos prontos pra sair, eu pego meu celular e ligo pra minha mãe.

- ah não creio, o cuzão já vai ligar Pra mamãe. - André implica.

- cala a boca! - dou um soco no braço dele.

- oi mãe, sim sim, só liguei pra avisar, também te amo mãe, tchau. - E desligo o celular. - o que eu posso fazer se eu sou um bom filho, ao contrário de vocês.

- ihhh... - Bernardo diz. - Eu já falei com a minha mãe também ta, só que a minha mãe é mais moderna, mandei um zap pra ela.

- eu também já falei com a minha mãe . - Até Carlos entra na conversa, ligando o carro.

- minha nossa, só tem bons filhos nesse carro, será que eu sou o único que destoa? - André rebate.

- ai cara, deixa de ser chato valeu, sossega ai. - Carlos diz. E cala a boca do nosso resmungão.

  E seguimos viagem. André sempre foi o chatão do grupo mesmo, já estamos acostumados. Carlos o mais velho do grupo, com 20, por ser mais velho ele devia ser o mais responsável né, que nada, na hora da bagunça se junta com o Bernardo, e os dois se acabam. E sobra pra mim a responsabilidade, fazer oque, sempre fui o mais cabeça da história mesmo.
   Carlos ficou tomando conta do volante, afinal de contas, o carro é dele. Bernardo no Banco do carona, super concentrado em um jogo no celular. Nos bancos de trás, estou eu e André, que por incrível que pareça, já esta caindo de sono no meu lado, quase babando.
  Só me restou olhar pra paisagem do lado de fora, e cochilar também.

- belas adormecidas... Chegamos. - Ouvi a voz do Carlos, longe.

  Abri os olhos devagar, pelo menos não estava sendo sacudido, como é de costume eles fazerem para me acordar. Os outros meninos estavam do mesmo jeito que eu, se espreguiçando pra sair do carro, enquanto Carlos já estava fora Do carro todo animado.

- estão ouvindo isso? - Carlos perguntou com um sorriso no rosto.

Todos olhamos um para o outro. Entendemos o recado.

  Logo depois uma euforia começou, estávamos animados. Cada um tirou algo do carro e levou. Passamos por um bar, e entramos em um beco, no fim do beco já demos de cara com uma ampla área, com espaço que dava pra encher de mesas e fazer churrasco e de quebra a Cachoeira na frente. O Carlos escolheu bem.
   Escolhemos um lugar perto de uma árvore. E por ali ficamos.

  Quando deu umas onze horas o lugar começou a encher. Me levantei e comecei a andar em direção a um caminho que vi, talvez desse em outro lugar, um poço mas calmo.

- ou, Fernando, ta indo a onde?

- vou dar uma olhada pra ca, fica suave ai.

- ok.

  Me meti no meio da trilha e segui. E não é que dava mesmo em outro lugar, mas tranquilo, e nao tinha ninguém ainda.
    Voltei e chamei os garotos. André resmungou um pouco, mas veio assim mesmo, sempre chato esse garoto.

- aqui a gente pode ficar tranquilo, não tem ninguém.

- por enquanto ne. - Bernardo diz.

- é, vamos aproveitar enquanto isso. - Eu disse e eles entraram na água.

  Preferi ficar fora da água, sentado na cadeira reclinável, pegando um pouco de sol.

Do Lado De CáOnde histórias criam vida. Descubra agora