Capítulo 8

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Que merda eu estou fazendo? Me divertindo, apenas isso, meu subconciente responde.
Ah... Se divertindo depois de uns copinhos de vinho, óbvio.
E daí? O que tem o vinho? Eu não tô bêbada.
Resolvi ignorar meus pensamentos a mil e me concentrar no meu banho. Mas mesmo com a água do chuveiro caindo eu consigo ouvir a voz deles.
Isso tudo, acontecendo do nada. Quatro meninos na minha casa. O que será que deu em mim pra propor isso?
Solidão talvez?!
Ah merda. Esse é aquele momento louca que você manda a si mesma calar a boca.

Eles pareciam discutir do outro lado, fiquei mais concentrada ainda em demorar, não tava afim de separar briguinha nenhuma.
Enfim quando eles pararam eu sai do banheiro. E quase dou um pulo pra trás quando vejo o Fernando esparramado na minha cama. Era sobre isso então que eles estavam discutindo? Quem iria dormir comigo? Ah filhos da puta! Não sou prêmio de ninguém.

- Fernando pode levantando daí agora. - eu disse ríspida.

- eu avisei babaca! - Carlos disse rindo.

Ele nem se mexeu.

- Fernando! Dá pra você levantar? FERNANDO!!! - Eu já estava me exaltando.

- fala mulher! Mas que porra! - Ele disse finalmente.

- eu não vou virar premiozinho de ninguém, pode sair daí.

- do que você ta falando? - Ele pergunta.

- vocês estavam discutindo enquanto eu tava no banheiro, obviamente pra ver quem vai dormir comigo. - Eu disse séria.

Carlos começou a rir e disse:

- ihhh carai, ta se achando em, a gente tava discutindo exatamente por que ninguém queria deitar ai.

Babacas! Tentei não demonstrar que fiquei magoada.

- por que eu sabia que quem deitasse, você iria mandar sair e forrar coberta no chão, e ninguém aqui quer dormir no chão, por que como você ta vendo, no colchão inflável de casal só cabe dois homens, três já é demais. - Fernando disse.

Então é isso? Não é que ninguém queira dormir comigo, o negócio é que ninguém quer dormir no chão.
Pensando bem, até que não seria nada mal um corpo masculino no mesmo colchão que eu. Aiaiai, maldade sai pra lá.

- bem, é, pode dormir Fernando, mas vai tomar um banho primeiro, por favor.

- eeee. - Ele comemorou se levantando.

- não se anima não em, eu pra um lado você pro outro.

Ele nem me deu idéia. Só saiu pra fora de casa, acho que foi buscar a toalha no carro.

Como eu vi que ninguém iria levantar mais, ou ir pra fora, me levantei e fechei a casa. Mal eu havia me ajeitado na cama, o Fernando deitou logo em seguida, abre parênteses ( sem camisa ). Como eu não havia reparado que ele é gostosinho?

- apaga a luz, por favor. - Pedi, mesmo depois de ele ter deitado.

- espera eu deitar primeiro, pra depois pedir. - Ele resmungou se levantando.

Apagou a luz e deitou. No mesmo lado que eu.

- eu falei, você pra um lado e eu pro outro. - agora foi a minha vez de resmungar.

- eu não! O vento tá nessa reta aqui, se eu deitar pra lá vou ficar no calor. - Ele disse.

- a gente não vai dormir do mesmo lado Fernando! - disse pra acabar com o assunto de uma vez.

- simples, é só você deitar pra lá então, problema resolvido.

Ah mais isso já é abuso demais!

- não! - quase gritei. - eu não vou dormir no calor.

- muito menos eu.

- eta porra! Dá pra o casal aí calar a boca e deixar o "zotro" dormir. - Bernardo reclamou.

Não ia adiantar eu discutir, se não iríamos ficar a noite toda assim, e ninguém iria dormir.
Pelo menos estávamos com travesseiros e lençóis separados.

O que depois de um tempo eu comecei a achar uma má ideia. O que? Meu Senhor! Sossega hormônios. Tá vendo, não dá pra confiar no próprio corpo.

O corpo humano é realmente muito engraçado. O dia passa tranquilo, não vou dizer que a pessoa não pensa, pensa sim. Mas a noite, na hora que eu coloco a cabeça no travesseiro, minha mente parece um turbilhão. As vezes até demoro a dormir por isso, e hoje tá sendo assim. E a maioria desses pensamentos, incluem um moreno sem camisa na minha cama. Puta que pariu.
Controla a respiração e vai dormir Lara. Digo pra mim mesma.
Mas isso começa a se tornar difícil quando ele vira de frente pra mim. Fico observando cada detalhe do seu rosto. Seus cílios unidos, seu nariz, boca ( essa boca ) . Respira!
Seu cabelo levemente ondulado, que está bagunçado pelo movimento na cama. Por que tão menino e tão homem ao mesmo tempo?
Me peguei levando a mão até seu cabelo e passando os dedos de leve. O que eu to fazendo??? Maldita bebida! Malditos hormônios!
Ele abre os olhos, surpreso com o toque, e eu simplesmente paraliso, nem a mão do cabelo dele eu tiro. Ele me olha sério, o que me assusta, pra logo depois abrir o sorriso mas meigo e fofo do mundo e fechar os olhos novamente. Não resisti e abri um sorriso também. Devia saber que ele ainda não estava dormindo.
Quando eu tirei a mão do cabelo dele pra descansar meu braço. Ele abriu os olhos. Por que esse olhar tão penetrante? Vai com calma aí amigo, a carne aqui é fraca.
Ele subiu sua mão pelo meu braço. Tipo, subiu mesmo bem de leve, me fazendo arrepiar com esse simples toque. E começou a fazer o mesmo carinho nos meus cabelos.

Do Lado De CáOnde histórias criam vida. Descubra agora