Capítulo 16

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Me afastei o mais possível do do som, e dele, mas ele veio atrás de mim.

- qual é a sua? - ele perguntou rude.

- qual é a minha? Deixa eu ver se entendi, qual é a SUA? - eu disse e dei um empurrão no peito dele.

Ele ficou mais bolado ainda.

- você ta me estressando Lara! - ele disse em tom de aviso.

- você ta bêbado é isso! Me deixa em paz, que saco!

- quem ta bebado aqui? Ta falando merda!

Revirei os olhos. Puta que pariu. Fernando bêbado, não acredito que vou ter que aturar isso.

Ia me afastar quando ele segurou meu braço de novo. Estourei.

- ahhh, agora já chega! Mas que porra!!! Que saco, eu desci pra curtir e você ta estragando tudo, estragando tudo desde o começo, sai do meu pé.

E nisso eu fui andando esbarrando nas pessoas, até sair de dentro do ambiente, e o praga atrás de mim.

- no seu pé? Eu te chamo pra dançar, e você mete o pé, depois vou te procurar ta toda risos com o Carlos.

Estávamos do lado de fora, em frente o bar.
Algumas pessoas nos olhavam enquanto discutíamos.

- ah para de graça, para, você me chama pra dançar, ai umas putinhas te cercam e você esquece que eu to ali, não ia ficar parada a sua disposição.

- ai vai pra mesa ficar de cochichos e risinhos com o Carlos, sem nem me dar idéia quando fui te procurar?

- ehhhh ciúmes!!! - Um grupo de garotos passavam pela gente e alguém gritou.

- babacas! - Fernando gritou, mas nem deram idéia, já estavam longe.

E isso fez a discussão fugir de foco.

- eu quero ir embora. - disse sem olhar pra ele.

- agora não tem como, ta todo mundo lá dentro.

Droga, nem pensei, não quero estragar a noite de ninguém indo embora cedo.

Começei a me afastar. Até sentar na beira da calçada. Nem dei idéia pra ele. Acho que continuou parado onde estava.

- eiii gata. - alguém disse atrás de mim.

Me virei, e um moreno alto me olhava, até que ele era bem gatinho, e sorridente.

- oi. - eu disse e dei um sorriso.

Ele se aproximou e sentou do meu lado na calçada.

- qual seu nome? - ele perguntou.

- Lara, e o seu?

- Ivan, ta sozinha?

- não ela ta comigo! - Alguém disse por trás da gente.

Ivan se levantou, eu também.

- ah, foi mal cara. - Ivan disse todo sem graça.

- anda, mete o pé, ela ta comigo, não ta sozinha não. - Fernando disse todo grosso.

O garoto se afastou sem nem olhar na minha cara.

- o que deu em você hein?! - eu perguntei histérica.

- você ta louca??? Louca voce?

- eu louca? Louca porque? Querer me divertir é estar louca?

- você nem conhecia aquele cara, ia ficar de papinho com ele, e ele te arrastar pra algum lugar, e fazer sabe se lá oque, é assim que muitas garotas somem e nunca mais são encontradas.

Agora já chega!!! Levantei a mão pra dar na cara dele.
Mas acho que demorei demais, por que alguém a segurou.

- ou ou ou!!! O que ta acontecendo aqui? - Carlos pergunta.

- é ele! - Eu grito. - esse insuportável, conseguiu estragar minha noite. - Droga, não acredito que estou a ponto de chorar, por causa desse idiota.

- essa garota... Maluca! - foi as únicas palavras que ele disse.

- bem eu acho que já chega vocês dois por hoje. - O André disse. - bem pra mim também já chega essa noite, liga pro Binho aí.

O Carlos pega o celular e liga pro Binho.

- ou viado gordo! - O carlos diz ao celular. - a gente ta aqui fora, sim, ta todo mundo aqui, porra, menos vocês dois óbvio! Vamos embora, o André ta chamando. - Carlos revira os olhos e vira pro André.

- ele ta perguntando por que a gente vai embora cedo?

- não da pra explicar agora, só manda ele sair dessa merda logo, antes que ele tenha um amigo morto. - André disse sério.

Eu engoli em seco, por que no mesmo momento olhei pra cara do André, e não vi um pingo de brincadeira.

- você ouviu, agora sai desse caralho logo! - o Carlos disse e desligou. - oque foi brother? - ele se aproximou do André colocando a mão no ombro dele.

- eu fiquei com uma mina lá dentro, e a praga é mulher de bandido.

- como assim, que porra é essa? - O Fernando se aproximou perguntando.

- não da pra explicar agora, só chamem um táxi e vamos meter o pé.

- e o carro? - me atrevi a perguntar.

- pede pro Maurinho levar pra gente. - O André disse pro Carlos.

- ta, vou ir lá na porta do bar falar com ele.

- vê se volta com os dois pombinhos, a demora deles ta me bolando.

- tabom, fiquem juntos aí. - O Carlos disse e se afastou.

E ficou aquele climão tenso, por que dava pra ver que o André não estava brincando, e isso me deixava mais nervosa ainda.

- porra, até que enfim! - André disse claramente irritado.

- ah fala sério, tu adora estragar a noite dos outros né cuzão do caralho! - binho disse irritado também.

- em que merda você se meteu em André? - a irmã dele já veio perguntando.

- ih caralho, só vamos embora por favor. - o André disse perdendo a paciência.

Na hora de entrar no táxi, eu ja estava vendo que seria mais um problema.
Teríamos que nos espremer atrás.

Logo assim que o táxi parou, o Carlos já meteu a mão na massaneta da porta do carona.

- eu vou ir aqui, se virem ai.

O Binho entrou primeiro, e a Amanda sentou do lado dele.

- vocês tão de brincadeira ne? Amanda senta logo no colo do Binho. - Fernando disse.

- ah mas porque eu? - ela reclamou.

- ah para, vai dizer que não gostou, anda logo!

O André entrou logo em seguida, e depois o Fernando, sobrando eu do lado de fora.

- e eu? - perguntei.

- senta no colo do Fernando, merda. - O André disse.

- não! - eu disse rápido. Ainda estou muito bolada com ele.

- Lara para de graça, é melhor você no colo dele do que eu.

- gente eu posso fazer duas viagens. - o taxista se pronunciou.

- não precisa não motorista, Lara entra logo nessa porra, minha paciência já esgotou.

E me puxou pra dentro do carro, me fazendo cair toda desengonçada em cima do Fernando.

- pode ir piloto! - O André disse, depois que eu já estava dentro do carro.

E do jeito que eu estava em cima do Fernando, até eu me ajeitar, foi um roça pra cá, roça pra lá. O babaca bem que tava gostando, por que ele não soltou um pio, desde que o André falou pra mim sentar no colo dele.

Quando o carro passou pelo primeiro quebra mola, eu dei uma quicada de leve, e na hora ele levou a mão a minha cintura, segurou firme e apertou um pouco... Merda!

Do Lado De CáOnde histórias criam vida. Descubra agora