Minha cabeça lateja, e meus olhos ardem com o sol, que entra pelas frestas da cortina. Começo a me arrastar pelo quarto, procurando meu biquíni. Nada melhor do que curar uma ressaca com um banho de rio, bem gelado.
Calço minhas havaianas, pego meus óculos de sol. Pronto, tudo certo. Faço um coque no cabelo. Me da nos nervos o cabelo grudando nas costas por causa do suor.
Atravesso a rua em frente a minha casa, e entro na trilha no meio do mato. De longe ja posso ouvir o som das águas correndo, som que sempre me acalma. Mas junto com o som, o vento trás vozes também. Droga! Já tem gente a essa hora no rio.
Quando finalmente saio do meio do mato, dou de cara com quatro garotos, três dentro da água, que me encaram por apenas alguns segundos, e outro fora da água em uma cadeira reclinável.
Os três ignoram a minha presença, mas o que está fora da água não. Ele fica me olhando, enquanto eu disfarço, ainda sim encarando ele. Parece que ele percebeu que eu o encarava através dos óculos escuros, não resisti e acabei abaixando um pouco os óculos, franzi as sombrancelhas e o olhei o mais séria que pude. Desafio aceito Baby.
Pra quem entende de encaradas, sabe do que eu estou falando, quando um cara começa a te encarar, encare séria de volta, pra ver quem vai desviar os olhos primeiro de vergonha.
Quando percebi que aquilo estava durando tempo demais, ele acaba desviando os olhos e sorri. Droga! Vou virar o centro das atenções se não meter o pé logo daqui. Miro o caminho a minha frente, direto pra outro poço. Não quero que ele veja que eu acabei sorrindo também. Costumes de uma adolescente reaparecendo, tem certas coisas que não mudam mesmo.
Quando finalmente chego no meu destino, tiro as sandálias dos pés, e atravesso as pedras tomando cuidado para não escorregar. Já do outro lado, deixo minhas coisas em um canto e mergulho.
Que água maravilhosa, por isso e outras coisas que eu amo esse lugar. Se pudesse tomaria banho nua aqui, mas isso em hipótese alguma poderia acontecer de dia, ainda mas final de semana, quando Cachoeiras enche de gente.
Sou tirada dos meus desvaneios por vozes... Mas não é possível, alguém tinha que me seguir... Aff...
Fico quietinha ouvindo se aproximarem mais. Quando derrepente ouço um baque na água, seguido de um grito abafado.- ai caralho, me ajudem a levantar, minha perna porra!!!
Fizeram merda! Pego as minhas coisas e vou me aproximando sorrateira pelas pedras. Quando me aproximo o suficiente para vê-los, um olha pra trás e me vê se aproximando.
Tinha que ser os quatro babacas do poço de baixo.- o que aconteceu aqui? - Pergunto.
- nosso amigo escorregou e machucou a perna. - O magrelo branco responde.
- vocês vão ficar olhando e não irão fazer nada?
Todos me olham com caras de mais babacas ainda. Óbvio que não sabem o que fazer.
- saiam da frente, merda!
Passei por eles e me abaixei perto do que estava machucado, sague escorria pela perna dele, quando escostei a mão de leve pra saber como estava o ferimento, ele soltou um gemido.
- eu sei o que estou fazendo! - Disse firme. Começei a tatear a perna dele, até achar o ponto ferido. Preciso estancar o sangue.- cadê a camisa de vocês?
- estão todas lá em baixo. - O gordinho responde.
- mas que merda em, o que vocês estavam fazendo? Me seguindo?
Sem pensar duas vezes rasguei meu vestido pra amarrar na perna do garoto. Ai meu vestidinho. Vou ter que voltar agora só de biquíni pra casa, que saco!
- dá pra você ficar em pé? - perguntei.
Ele tentou, eu vão, a cara de dor dele evidenciava tudo.
- dá pra um de vocês ajudar ele a andar, ou eu vou ter que fazer isso também? - Disse seca.Dois deles se aproximaram e ajudaram o amigo machucado a se levantar e andar. Enquanto o que ficou sobrando, o magrelo branquelo, veio atrás resmungando.
- parecia que eu tava prevendo que ia acontecer alguma coisa, olha só, o Carlos com a perna machucada, quem vai ser o próximo. - O magrelo resmungou.
- prevendo que ia acontecer alguma coisa? Que porra é essa André? Sexto sentido? Para de falar merda! - o gordinho disse.
- parem vocês dois, isso não é hora. - O que me encarou disse.
O silêncio reinou por apenas alguns segundos, até alguém se atrever a falar.
- bem cara, o que a gente vai fazer agora, nosso motô ta com a perna ruim, se ele não consegue andar, talvez não consiga dirigir também. - o gordinho diz.
- não sei, deixa eu pensar. - o que me encarou diz.
- quer que eu ligue pro meu pai vir buscar a gente? - o gordinho pergunta.
- seu pai? Tu ta maluco né, seu pai é maior carrasco, é capaz dele dar uma bronca feia na gente e depois ainda meter os quatro no cassete. - André diz exasperado.
Acabo rindo. A situaçao deles é chatinha, tadinhos. Vir pra cachoeira se divertir e ter que voltar pra casa com um pai por que não souberam se cuidar.
Tive uma idéia, talvez eles possam ficar lá em casa, não é de todo uma ideia ruim, será que eles aceitariam?- se vocês quizerem podem ficar lá em casa, eu dou um jeito na perna do amigo de vocês, e amanhã vocês vão embora.
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Beeeeem....não sei nem o que dizer rsrs.. Essa e a minha primeira historia aqui, to um pouquinho nervosa, vai que voces não gostam sei la rs... Mas cada olhadinha, estrelinha e comentário é importante pra mim, saber que alguem gostou de algo que eu criei, isso é satisfatório.
Então pessoas, podem comentar, dizer o que estão achando, quizerem elogiar eu vou amar, mas se quizerem criticar também vou aceitar ( desde que seja uma crítica construtiva, óbvio rs)...
Então, é isso... Bjossss
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Do Lado De Cá
RomanceEla, mulher, independente, amante da natureza. Ele, garotão, recém saído do ensino médio. Tudo começa com uma simples troca de olhares, seguido por um sorriso bobo. " - vem... E ela suspira. Um suspiro que me agoniza, e uma vontade louca se estar c...