Capítulo 14

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    Eu estava no centro da cidade, comprando umas besteiras, quando meu celular deu o toque de mensagem.
    Na hora ignorei, era a minha vez no caixa, e deixei pra ver depois pra não me atrapalhar.
     Acabei sentando em um banquinho da rodô quando li a mensagem. O Carlos, o Carlos!!! Me mandou mensagem, tentei me reprimir por ficar tão feliz com uma mensagenzinha, mas o sorriso besta não saia do meu rosto.
     Logo tratei de responder, e minha surpresa não foi maior, quando ele me convidou pra noitada deles.
    Confesso, faz muito tempo que não sei oque é isso. Mas como assim? Do nada, me mandar mensagem convidando pra farra? Eu estava com uma mega vontade de ir, mas antes de responder o bombardeei de perguntas, e ele fez questão de responder cada uma.
    E por fim, deu aquela última prença, alegando que ainda estava cedo, e dava tempo suficiente pra mim descer.
    Concordei com ele. E minha resposta foi sim. Voei pra casa pra arrumar as coisas, estou tão animada.

   Preferi colocar uma roupa mais fresquinha. E levar a roupa para me arrumar na casa, seja qual eu vou ficar.
    Dormi durante toda a viagem até Itaboraí, e depois mais um cochilo até Niterói. Desci no terminal, fiz um lanche por ali mesmo. E mandei mensagem pro Carlos.

" ei carlos, cheguei "

    Dois minutinhos depois ele me respondeu.

" ok, to saindo aqui da oficina, vou passar em casa rapidinho, jogar uma água em cima e ir te buscar. "

" tbm, só não demora hein "

" rsrs, ta gatinha, já já eu to ai. "

   Nem me lembro a última vez que fiquei tão ansiosa assim pra alguma coisa. E só de pensar que vou ver todos eles de novo, toda aquela zoeira, diversão, e quem sabe rola aquela pegação... Hummm.

   Quase uns quarenta minutos depois recebo uma mensagem do Carlos.

" corre pra cá pra fora, vc já conhece o carro, não posso ficar parado aqui muito tempo. "

  E, eu corri. O que ta acontecendo comigo? 16 anos novamente?
   E lá estava ele, de bermuda e camiseta em frente ao carro.
    Me aproximei ofegante e ele me deu um abraço.

- mas não é que ela veio mesmo?!

   Sorri e respondi:

- não ia perder essa.

    Ele já foi se virando pra entrar no carro.

- entra aí, vamo que vamo!

- pra já. - e entrei no carona.

   Durante o trajeto vi ele mechendo no celular, chamei sua atenção:

- olha olha, celular e trânsito não combina. - Ele não me deu idéia, fui e dei um soco no braço dele. - to falando sério!

- ai, calma cara, tava só vendo com os muleques pra onde vou te levar, vai ser pra casa do André mesmo, a madrasta vive querendo fazer média com ele, então tudo que ele pedi ela deixa.

- ele trata ela bem pelo menos? - perguntei de supetão.

- ah... - foi a única coisa que o Carlos disse.
 
- tendi. - e fiquei na minha.

  Bem, chegamos. O Carlos estacionou o carro e como a garagem estava aberta já foi entrando.
     E eu atrás dele.

- eiii, família feliz, cheguei pra deixar a visita.

    A janela estava aberta, então alguém ouviu e veio abrir a porta.

- chegou o garanhão! - uma mulher de cabelos castanhos até os ombros, cumprimentou o Carlos. - e quem é essa moça tímida atrás de você?

- ah, essa é a Lara, uma amiga nossa de um canto aí.

- prazer. - eu disse estendendo a mão.

   Ela puxou minha mão com tudo e acabou me abraçando.

- que mão oque, cai logo pra um abraço. - Ela riu. - seja bem vinda flor.

    Sorri também.

- obrigado.

- oh viado! Cheguei seu puto! - o Carlos gritou na casa, logo depois se virou e viu nossas caras. - puts,  foi mal ai tia, sabe como é ne.

   E do corredor, apareceu o André sem camisa, o branquelo. Sorri sozinha.

- não precisa ficar tão feliz assim por me ver não benzinho. - ele disse.

- ih, o que houve pra você ta tão ousado assim? - eu perguntei brincalhona.

- hoje eu vou beijar na boca, tenho que ficar ousado desde já.

Eu acabei rindo, a madrasta dele também.

- assim que se fala muleque! - O Carlos deu um tapa no braço dele.

- você beijar na boca, fala sério Din. - apareceu por trás do André uma cópia idêntica dele , só que com o rosto redondinho, e os cabelos presos em um coque baixo.

- não tem nada pra você fazer  lá na cozinha não Martha? - O André perguntou rude.

  E a sua madrasta, deu um sorriso sem graça e disse:

- bem, eu acho que esqueci algo no fogo mesmo.

  E sumiu o mais rápido que pode.

- não precisava falar assim André, você é um grosso mesmo. - a irmã disse.

- ah cala a boca Amanda. - ele disse e se virou pro Carlos.

  Ela veio na minha direção e disse:

- já que ninguém nos apresentou, cabe a mim as honras, prazer Amanda, irmã daquele estúpido ali, e você deve ser a Lara, não é?

- sim sim, prazer Amanda.

- vem, vamos sair daqui. - ela me puxou pelo braço. - antes que a gente ouça mais merda desses babacas.

   E me levou até o quarto dela.

- você foi minha salvação sabia? - ela disse assim que entramos em seu quarto.

- salvação? - perguntei em pé ainda perto da porta.

- vem pra cá garota, deixa de ser bicho do mato, pode sentar na minha cama. - ela disse deitada.

- ah... Tudo bem. - dei um sorriso sem graça.

- eu disse que você foi minha salvação, por que se você não aparecesse, eles não iriam me levar.

- ah, então nos vamos fazer companhia uma a outra então?

- bem, olha só,  eu prefiro companhia de homem se você não se importa. - ela disse pra logo cair na gargalhada com a minha cara. - relaxa cara, você ta muito nervosa, presa, se solta um pouco, fica mais relaxada, eu to brincando, mas bem que eu prefiro a companhia de um gordinho bem charmoso sabe...

Saquei na hora.

- não, quer dizer sim, o Binho?

  Ela tratou de esconder o rosto, super tímida.

- ta tão óbvio assim? - ela tirou o travesseiro da cara.

- bem, ta super obvio. - eu sorri.

- peraí, como você conhece ele? - ela perguntou séria.

- ou, calma aí, esqueceu que eles são o quarteto fantástico, só andam junto? Eu conheci todos no mesmo dia, e fiquei com o Fernando ta, fica suave.

- ah, o Fernando, aquele gostoso, nunca me deu muita idéia, só por que eu sou a irmã do Din, fala sério.

  Fiquei um pouco surpresa com o que ela disse.
   Mas depois a conversa fluiu tranquila, acho que ela foi com a minha cara, porque eu também fui com a dela.





    

Do Lado De CáOnde histórias criam vida. Descubra agora