Capítulo 6

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Eu entrei dentro do quarto e peguei uma caixa em cima do guarda roupa.
Eles olhavam da porta, a cara deles me fez rir.

- não é uma bomba não, podem se aproximar.

E eu tirei meu videogame do sonic de dentro da caixa. Não foi maior a cara de espanto deles.

- nossa! Aquele com 121 jogos?

- sim. - Eu disse com um sorriso.

- gente, nem sabia que essas parada ainda existia. - Bernardo diz.

- onde você comprou? Em um museu? - André pergunta irônico.

Engraçadinho. Não pensei duas vezes. Peguei a almofada mais próxima e joguei nele, que a agarrou rindo.

- bem meninos, é isso ou nada.

- eu to dentro, não tem nada melhor mesmo. - Fernando disse.

- vocês sabem conectar na televisão? - Perguntei.

- nada complicado gatinha. - Carlos disse.

Então eu deixei eles no quarto e fui na cozinha. Precisava ver algo para comermos, por que até eu já estava com fome.

Acabei dando uma arrumadinha na cozinha, enquanto escutava música. Quando terminei já abri a garrafa de vinho e enchi um copo pra mim.

O que eu vou fazer agora pra gente comer em? Não to com um pingo de vontade de fazer comida. Pra falar a verdade nunca fui fã da cozinha mesmo.
Olhei no congelador e quase dei pulos de alegria quando vi um saco de salgadinhos fechado. Mas será que seria suficiente? Sabe como homem come pra cassete né. Acabei tendo que fritar meu saquinho de pele também, eu gosto tanto disso.

- já começou a beber sozinha?

Pelo tom de voz eu já sabia quem era. Fernando. Por que ele fala desse jeito tão sério?

Eu me virei pra ele enquanto tirava uns salgados do fogo e dei um meio sorriso.

- é, acho que sim, eu vou terminar de fritar as coisas aqui e vou levar pra lá, ai você leva os copos e o vinho ou a cerveja, seja lá o que vocês forem beber.

- tudo bem, quando terminar é só chamar, que eu venho dar uma ajudinha.

- ok. - eu disse apenas.

Por que ele tem essa mania de falar olhando dentro dos meus olhos? E desse jeito sério? Ele não podia simplesmente ser igual aos amigos. É o mais novo, e o mais sério. Aff.

Quando eu já estava acabando, fiquei na dúvida. Chamo ou não chamo ele. De ajuda eu preciso, é óbvio, se eu chamar outro ele vai acabar achando que eu tenho algo contra ele, e é melhor que esse clima estranho acabe de uma vez.

- Fernando! - Chamei. - já acabei aqui.

E ele apareceu.

- leva minha garrafa de vinho, algumas latinhas e os copos, que eu vou levar os pratos.

- ok.

Chegou a ser uma cena engraçada. Ele se virando nos trinta pra levar tudo que eu falei. Eu acabei rindo e disse:

- olha não precisa levar tudo de uma vez, leva os copos e o vinho, e depois você volta pra buscar as cervejas.

Ele deu um sorriso sem graça e disse:

- melhor assim.

Quando eu cheguei com os pratos no quarto, vi sorrisos no rosto deles. Acabei sorrindo também. Que bom, estou agradando.

- que isso Larinha, vai deixar a gente mal acostumado.

- pode deixar esse prato de pele aqui que eu detono sozinho. - André disse.

- ah querido então a gente vai brigar aqui, por que eu amo pele. E olha só, to falando pra todo mundo, tudo que eu fritei aqui é pra dividir, estão ouvindo bem?

- sim senhora. - Bernardo disse e prestou continência.

Que babaca esses garotos.

Depois de uns três copos de vinho eu já tava rindo atoa e zoando com os meninos. Fazia tempo que eu não me divertia assim.

- deixa de ser idiota André, tem moeda ali em baixo, volta pra pegar. - Eu disse.

- mas não demora não, se você ficar pra trás eu não passo de fase. - O Bernardo disse.

- só to esperando um de vocês perder em, que ai vai ser eu e o Fernando. - Carlos disse.

- espera sentado viado. - Bernardo disse.

- o André vai perder, se ele perder você perde também, ele ta meia hora tentando subir aqui. - Carlos disse rindo.

- ih lá vem um bicho por trás do André. - Fernando disse.

- AHHH! - Carlos gritou. - perderam babacas! Passa a manete pra cá, anda binhozinho.

- porra em André, a gente podia ter passado de fase se você não ficasse pra trás. - Bernardo se exasperou com André.

- ah vai se fuder pow, você sabe que eu prefiro jogo de corrida, por que não fez parceria com a Lara.

- meninos!!! Olha olha, nada de briguinha por causa do jogo. - Eu intervi.

- ta tudo bem Larinha. - André disse.

- tem certeza? - Eu perguntei fazendo a minha cara de mais desconfiada possível. - dêem um abraço pra provar que está tudo bem.

Os dois se olharam estranho.

- eu não vou abraçar esse branquelo. - Bernardo disse.

- Anda logo binhozinho, Você também branquelo.

Eles trocaram um olhar cúmplice entre si, e quando eu pensei que iriam se abraçar, eles se jogaram no chão e começaram a brincar de lutinha. São umas crianças mesmo.

Do Lado De CáOnde histórias criam vida. Descubra agora