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Tammy's pov

Estava no meu sétimo céu. Não que o quisesse admitir, mas estar assim, nesta toda uma proximidade com Liam era tudo o que eu mais poderia desejar. Olhos fechados. Lábios unidos. Corações ligados.

Éramos um só. E este sentimento de união sabia-me a deja vú. Quase diria que eu e Liam, outrora fôramos um. Mas isso só alimentaria toda a minha insanidade mental. Só daria mais força a todos os meus absurdos sonhos e misteriosas recordações.

Ainda envolvida no seu carinho, um estrondo despertou a nossa atenção. Luke.

Luke entrou no meu quarto, o que não pode ser considerado invasão de propriedade tendo em conta que a porta estava aberta.

"Liam, Liam, Liam, já não sabes que não se deve obrigar ninguém a fazer o que não quer?!"

"Luke, nem comece, o Liam não fez nada, e tu não tens nada a ver com a minha vida".

Eu mesma fiquei admirada com a minha fala, como assim ainda a 30 minutos o considerava um pilar e agora disse-lhe uma barbaridade destas?

"Desculpa? Como é que podes dizer uma coisa dessas? Eu é que estive contigo quando este parvalhão te deixou de parte. Eu é que te suportei e animei."

Sim, Luke estava correto. Fora ele que estivera lá para mim, mas sinceramente, isto tudo no espaço de duas semanas. Não é como que fosse obrigada a prender-me a ele. Com o Liam, tudo é diferente. Ele dá-me uma sensação de lar. Como se fossemos velhos amigos que viveram juntos toda uma eternidade e agora, no leito do fim dos seus dias se reunissem para reviver, com meras palavras todos os amor, desilusões, aventuras e desgraças que passaram em conjunto.

"Eu não te devo nada. Se eras supostamente meu amigo não farias nada á espera de nada."

"Luke, se não te importas sai."

O timbre com que Liam falou até me arrepiou. Demonstrava uma autoridade quase divina.

"Tu já não tens autoridade sobre mim, e hereticamente também nunca chegastes ter."

Não entendera o porquê do que o Luke tinha dito, mas esse também não esperou por uma resposta vinda do moreno e deixou o quarto.

Com a esperança de encontrar reconforto cheguei-me para o peito de Liam e deixei que os seus braços me envolvessem.

"Vai ficar tudo bem." Reconfortou-me com as suas palavras, de voz doce. Assim como com o calor que irradiava do seu corpo. O fogo da sua lareira, que é o coração.

"Sim, desde que esteja contigo."

Declarei-me. Talvez de uma forma demasiado necessitada mas totalmente sentida.

Liam ia a soltar uns murmúrios, um tanto ao quanto imperceptíveis mas cortei-o com um beijo quente. Repleto de alma.

Não digo que o ame, o amor é algo demasiado forte, e não acho que possa nutrir tal luxúria por ele, mesmo assim, ele é grande em mim. Ele preenche-me de forma que nunca ninguém o tinha feito até então.

Seja então o meu sentimento por ele mais um ponto a acrescentar a minha insanidade crescente.

E de certa forma, eu conheço o seu coração. Não sei como sinto isto, não sei porque é que eu sinto isto.


E inundada nos meus pensamentos continuava na posição inicial em que o Liam me segura para que os monstros que transporto não me suguem para o universo da minha mente, que é uma desgraça completa.

E á medida que a emoção no meu coração aumenta, uma lágrima sentida transborda dos meus olhos, escorrendo pela minha face, acabando o seu percurso no peito de Liam.

Assim que a mistura homogenia de água, sal, e emoção caí em Liam, uma luz exuberante enche o quarto e como ultimamente acontece, sinto-me a ser tele transportada para um outro sitio qualquer.

Estava alguém igual a mim na cama, talvez uma antiga réplica minha, ou serei eu a réplica?

Estava sozinha, numa cama demasiado grande, a meu ver para ocupar sozinha. E pelas irradiações que me eram transmitidas estava gelada. Gelada de emoções.

De seguida, uma aparição de Liam surge no quarto, o meu Eu passado levantasse do seu ninho de lençóis e encara o rapaz.

" Andas tão distante Liam."

Ele olhou, e com os olhos em lágrimas, assente.

"Já não te fascinas por mim como era? Perdi o brilho aos teus olhos? Diz-me, onde errei eu?"

"Não és tu Sophia, e na verdade também não sou eu. A culpa e do divino."

E o seu diálogo continuou a contar uma história absurda sobre um amor proibido qualquer, por uma mortal comum, que ao que parece era eu e ele o anjo expulso do céu. Mencionara algo sobre uma maldição cruel, lançada pelo pai desapontado.

E após o seu enredo a Sophia desaparece, evapora-se como as gotas de água no calor do verão.

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Hey amores! Bem, mais um capitulo e a partir de agora irei publicar um capitulo todos os sábados.

Sinto que tenho imenso para vos oferecer com esta história e queria que me dessem uma oportunidade e não desistissem, se é que já não desistiram da história.

Obrigada por tudo a sério!

Beijinhos <3



My Guardian AngelOnde histórias criam vida. Descubra agora