Relato: Um aviso da Tia Falecida

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A história se passou em outubro de 1990.

Minha tia estava dormindo e começou a ouvir o choro desesperado de sua nenê que tinha apenas 5 meses e que estava no quarto em frente ao seu. Ela levantou-se, abriu o quarto do bebê, ninou um pouquinho e a devolveu ao berço, indo em seguida para a cozinha.

O quarto do bebê dava para um corredor que terminava na sala. Para chegar na cozinha era preciso atravessar a sala. Ao fazer isso, minha tia, já chegando à porta da cozinha, teve a nítida impressão de que alguém estava sentado no sofá, como ela sabia que seu marido ainda dormia ela voltou-se rapidamente para ver quem era e quase morreu de susto.

Lá estava com um sorriso enorme sua irmã falecida em 1982, por tanto, 8 anos antes. Minha tia disse que suas pernas enfraqueceram e ela caiu no que ouviu uma gargalhada gostosa e brincalhona de sua irmã, no sofá, que sorridentemente lhe chamou para sentar-se ao seu lado. Minha tia foi então e sentou-se, segundo ela não conseguia conter as lágrimas mas não teve ímpeto de tocar na irmã e ela começou a contar sua história.

Disse que logo após sua passagem (ela faleceu por conseqüência de um tumor cerebral, deixando marido e três filhos bem pequenos) ela precisou ficar um tempo em tratamento para livrar-se do trauma. Disse que ali naquele momento já apresentava um lindo cabelo comprido como gostava de ter antes da doença, mas que por muito tempo ainda conservou a imagem com o cabelo raspado. Dizia que estava muito feliz e que estava trabalhando na recuperação de crianças desencarnadas.

O viúvo desta minha tia falecida estava na época desse acontecimento, muito adoentado e já desenganado pelos médicos. Minha tia viva então perguntou a irmã se ela sabia da situação e ela acenou positivamente mas disse que não se preocupasse pois o sofrimento dele estava por terminar.

Voltou-se a ouvir o choro da bebê e minha tia não parecia ter intenção de levantar-se para ver a filha então foi aconselhada pela irmã a ir ver a criança, pois o que ela queria já conseguira, que era expor tudo o que até então somente conseguira através de sonhos. Ela falou que costumava se comunicar com a mãe, filhos, marido, irmãs e pessoas que amava em vida e que ficava profundamente feliz quando era lembrada com ternura por estas pessoas.

Minha tia levantou-se e foi ao quarto da bebê, pegou-a e voltou depressa para a sala mas o sofá estava vazio. Ela sentou-se e chorou muito junto com a bebê e assim acordou. Sim, acordou ouvindo mesmo o choro do bebê. Ela disse que ao invés de ir ao quarto da filha correu para a sala e lá não encontrou ninguém embora os seus olhos estivissem repletos de lágrimas. Ela pegou a filha e foi alimentá-la.

Obs. O meu tio viúvo faleceu em novembro de 1992.

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