Relato: A casa Assombrada

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Dessa vez seria diferente, eu pensei. Mas lá estava eu, sem dinheiro, sem trabalho, no meio do nada e morando em uma casa realmente assustadora e assombrada, a ultima coisa no mundo que eu queria. Tudo começou quando eu decidi fazer uma nova tentativa de sair da cidade grande de uma vez por todas. Eu odeio cidades grandes, mas sempre que acabava em uma para conseguir me sustentar financeiramente. Esta é uma história, honesta e verdadeira sobre a casa assombrada onde eu fui parar.

Ela era isolada do mundo e o vizinho mais próximo ficava a mais de cinco quilômetros de distância. Era o começo do verão e eu estava ansioso por sair da Grande São Paulo... de novo.
Finalmente depois de ter procurado em todo lugar, eu consegui um emprego como técnico de uma rádio em uma cidadezinha do interior paulista. A cidade ficava a cerca de trinta quilômetros do vale quase inabitado onde eu esperava morar de novo. Eu fui para a estação de rádio assim que cheguei na pequena cidade. E depois de apresentações e ouvir o que era esperado de mim no
erviço, eu fui para o meu vale favorito. Tudo estava um mar de rosas, pelo menos no começo.
Eu tinha alguns amigos no vale de quando eu morei ali antes, então eu achei que poderia ficar com eles até arranjar um lugar meu. Depois de duas semanas, as coisas não estavam indo tão bem na estação de rádio. Eles tinham mudado de idéia quanto a ter um técnico período integral lá. No entanto, isso não acabou com as minhas esperanças de conseguir um bom emprego em outro lugar e conseguir ficar na região.

Eu já tinha visto várias casas para alugar, mas nenhuma me agradou muito. Um dia finalmente, eu vi um velho amigo (Beto) e a sua recém casada esposa. Ele também estava procurando um lugar para alugar e tinha algumas idéias que eu não tinha pensado. Tinha um lugar que ele me descreveu que parecia ser maravilhoso. Era uma casa de fazenda velha de dois andares, seis quartos, completa com celeiros e estábulos. A casa estava a quinze quilômetros da cidade mais próxima e para chegar bela tinha uma estrada muito pouco usada. O aluguel na época era de R$ 75,00 por mês. O proprietário tinha baixado o aluguel da casa em troca de reforma feita nela, segundo Beto.
Eu estava começando a me animar, até que a sua querida esposa acrescentou que a casa era assombrada. Como era a primeira vez que eu encontrava a esposado Beto, eu não sabia o que pensar. Beto não era nem um pouco supersticioso. E julgando pelo que eu tinha ouvido falar sobre a mulher dele, ela também não era. Mesmo assim, eu resolvi ir ver a casa. Talvez ela não gostasse de casas antigas que precisassem de reforma.

Eu consegui chegar na casa no começo da tarde. Era um verão quente e o ar fresco e as montanhas (serra) ao longe deram um ar muito atraente à casa. Eu podia ver o celeiro e outras construções ao longo do terreno. Quando eu me aproximei da porta da frente, eu notei que a maioria da madeira estava podre e tinham caído durante os anos, deixando a varanda intransitável. Então eu lembrei que o Beto me falou para entrar pela entrada de trás da casa. Eu fui lá pra trás e entrei na cozinha, pensando como seria bom morar em uma casa de fazenda. Lá dentro eu fui recebido pelo som de uma torneira vazando. Eu fui para a pia e tentei, em vão, desligar a torneira. Isso só piorou as coisas, começou a sair mais água. Então eu decidi deixar isso pra lá e continuar com a minha visita. A cozinha era gigantesca (do tamanho de muita sala) com um teto bem alto, com armários grandes com porta de vidro. Depois de ter olhado a cozinha e a fria despensa com entrada do lado da cozinha, eu continuei para a sala de estar. A sala de estar devia ser duas vezes maior do que a cozinha, com um teto igualmente alto. Eu estava cada vez mais empolgado. Saindo da sala eu entrei em um corredor que levava para a parte da frente da casa. Do lado esquerdo do corredor tinha o único banheiro da casa.

Continuando pelo corredor tinham quatro quartos, sendo que três tinha janelas que davam para a frente da casa. Dois dele tinham portas para fora da casa que davam para a varanda. Eu ficava cada vez mais ansioso por morar naquela casa quanto mais eu olhava ela. Tanto que eu até tinha esquecido o comentário que a esposa do Beto tinha feito. Depois de ter feito o tour pela parte de baixo da casa, eu subi para ver o andar de cima (a casa originalmente tinha sido construída sendo quatro quartos e o banheiro; a cozinha, a sala e a parte de cima, que pegava metade da casa, tinham sido construídos depois). A escada dava para um corredor que ia de uma ponta a outra da parte de cima da casa. Na esquerda do corredor tinha um pequeno quarto (um depósito) com material de construção e alguns restos de madeira. Para a direita tinha uma porta que dava para um quarto com porta, maçanetas, janela, lustres, tudo num estilo antigo, meio colonial. Eu estava pensando que era uma casa maravilhosa. Agora eu estava indo em direção do outro quarto no final do corredor, que estava com a porta fechada. Quando eu abri a porta e entrei notei que o quarto tinha sido reformado recentemente, com papel de parede e tudo. Então finalmente começou: Quase que imediatamente quando eu entrei no quarto, eu não me senti muito confortável.

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