Paradise

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Louis na cama da minha irmã. Essa frase ficou em minha cabeça como se ela não fizesse o menor sentido, ficou latejando lá no fundo enquanto eu voltava para meu próprio quarto para tomar banho. A água fervendo parecia queimar cada célula de minha pele, mas eu não me importava, a sensação horrível dentro do meu peito era tudo o que eu sentia. Fiquei inerte embaixo do chuveiro por uns bons quarenta minutos, pensando em tudo e ao mesmo tempo não pensando em nada, como se viessem milhões de pensamentos ao mesmo tempo e eu não conseguisse focar em um só.

Em algum momento em minha inércia meu celular tocou, me tirando do torpor que eu estava me afogando. Saí do banheiro com uma toalha enrolada na cintura e outra enrolada no cabelo e sentei na cama pegando o celular no criado mudo. Quatro ligações perdidas de Zayn. O que ele quer agora? Retornei.

- E aí, criança, está ocupado?- Zayn de bom humor? Essa é nova.

- Acabei de sair do banho, para ser mais exato.

- Está afim de fazer alguma coisa hoje?- Olhei para o relógio. 8:30.

- Olha, quer saber, por que não?- Falei levantando da cama e indo até o guarda-roupas.

- Daqui uma hora mais ou menos eu passo aí... Ah, coloque roupas frescas, criança. – E desligou. Joguei o celular na cama e voltei minha atenção para o guarda-roupas. Peguei uma camiseta cinza, um shorts jeans e coloquei um tênis, acho que é isso que Zayn quis dizer com roupas frescas. Voltei ao banheiro e arrumei o cabelo.

Descendo as escadas para ir para a sala esperar Zayn, o cheiro de Louis me relembrou de meu mau humor e fechei a cara na hora. Ouvindo os corações percebi que eles estavam na cozinha, então fui direto me sentar na sala dando as costas para os dois.

- Harry, venha tomar café da manhã. – Gemma disse.

- Não, obrigada. – Respondi sem um pingo de humor.

- Qual é, Harry, Gem fez uma panqueca que está divina! – GEM? COMO ASSIM GEM? Calma Harry, respira fundo, ele pode ser apenas o amigo gay dela. – Vem Harry! – Louis insistiu.

- Já disse que não quero! – Praticamente gritei para os dois e então senti a tensão se espalhando pelo ar, deixando o clima pesado e então ninguém falou nada. Quase em cima da hora, Zayn buzinou em frente de casa. Levantei do sofá num salto e me lembrei de algo.

- O carro não está em casa, então acho que vão se atrasar. – Eu disse para Gemma e Louis enquanto saia de casa com um meio sorriso no rosto e logo que fechei a porta atrás de mim, gargalhei pela deixa perfeita que eu fiz, nunca mais farei algo assim.

Olhei para a entrada de casa e haviam pelo menos uns três carros fora a caminhonete que Zayn estava dirigindo. Entrei nela e cumprimente todos que estavam no carro, que era Liam, Niall e um outro garoto que eu não conhecia. Assim que coloquei o sinto de segurança, Zayn colocou o braço para fora e sinalizou que já estávamos saindo e então deu partida no carro.

A viagem até a primeira parada foi tranquila, pouca conversa, mas o silêncio não era desagradável. Avistamos um posto de estrada e Zayn novamente sinalizou dizendo para todos pararem ali. Só quando entrei, lembrei que não havia comido nada, então peguei alguns chocolates e dentre outras coisas mortalmente gordurosas. Voltando ao estacionamento que tive noção do tanto de pessoas que estavam indo com a gente, isso me deixou um pouco intimidado, mas dentre todos eu achei um rosto amigo assim que ele achou o meu. Grayson.

- E aí, cara? Não sabia que você viria. – Ele disse vindo me abraçar.

- Nem eu, Zayn me ligou hoje de manhã.

- É uma galera grande né? - Gray disse olhando para as pessoas.

- Pois é, são todos...

- Vampiros? - Olhei para ele com cara de tédio. Ele estava fazendo aquele joguinho de novo. – Ah, desculpa, mas são sim. Todos. – Ele tentava falar enquanto ria.

- Vamos pessoal, estamos quase chegando! – Zayn gritou e cada pessoa voltava para seu respectivo carro e eu não fiz diferente, me despedi de Gray e voltei para o carro. Essa segunda parte da viagem foi mais animada, eles compraram algumas cervejas e tomaram no trajeto, provavelmente no porta malas desse turbilhão de carros deve ter pelo menos uma tonelada de cerveja. Descobri que o nome do outro cara que estava no carro era James e ele não era daqui, devia ser da Austrália ou algo assim. Gemma também tentou me ligar, mas eu simplesmente ignorei todas as suas chamadas e desliguei o celular logo depois.

Às 14:00 chegamos ao destino, era uma praia com algumas bacias de água que restaram quando a maré baixou, o sol estava presente, mas era agradável, não estava incomodando. Sem pensar duas vezes tirei os sapatos e coloquei o pé na areia quentinha enquanto olhava para o visual do lugar. A água brilhava, as pedras pareciam terem sido colocadas ali para se encaixarem perfeitamente, as pessoas estavam genuinamente felizes. Eu tenho quase certeza que morri e fui parar no paraíso. 



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