Maybe

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Harry's Point of View

Quando retomei a consciência imagens começaram a invadir minha cabeça, imagens embaçadas, mas que transmitiam imensa dor. Lembrei-me do que elas se tratavam: do terrível pesadelo que vivi ontem. A última coisa que me lembro é de Anastasia quebrando meu pescoço... Falando nisso... Eu morri? Comecei a tomar conta do ambiente ao meu redor ainda de olhos fechados, o colchão sob meu corpo estava molhado, meu pescoço estava envolto por alguma coisa, o sol aquecia minha fria pele e um coração pulsava ao mesmo ritmo da respiração de seu respectivo dono. Talvez fosse Gemma, porém o cheiro que a pessoa exalava era diferente. Era o cheiro de Louis.

Abri os olhos vagarosamente para que minhas pupilas acostumassem a claridade. Eu estava em meu quarto deitado na minha cama e em uma poltrona próxima a mim estava Louis com uma xícara em uma mão e um livro de poesia na outra. Ele não percebeu que eu já havia acordado, então aproveitei-me desse momento para demorar meu olhar em seu rosto. Sua expressão era plena, parecia não pensar em nada além do que estava lendo.

Enquanto o observava, recordei-me de meus últimos pensamentos. "Adeus Louis, eu te amo". É claro que esse sentimento parece errado, mas ele tem um gosto tão bom. Eu amo Louis. Eu amo o namorado da minha irmã. É incrível a minha capacidade de perturbar a vida da minha irmã. Eu sou um irmão e tanto.

Louis virou uma página de seu livro e eu voltei ao passado para tentar lembrar em que momento eu comecei a considerar ele não como amigo, muito menos como cunhado, e sim como amante. Talvez possa ter sido no primeiro jantar que tivemos juntos o qual ele sentou ao meu lado e encostávamos as nossas mãos sem querer, mas as vezes eu queria que elas se encostassem. Talvez seja o dia que me buscaste na escola, pois minha irmã tinha algum compromisso, e você fez meu almoço e me ajudou a arrumar a casa enquanto cantávamos juntos as músicas bregas que tocavam no rádio. Talvez seja o dia em que pediu para tomar banho no banheiro do meu quarto e você esqueceu de pegar a toalha, eu bati à porta para te entregar e você disse para que eu entrasse. Assim o fiz e lá estava você, embaixo do chuveiro, o box de vidro estava embaçado, mas ainda era possível ver a água quente escorrendo pelo seu corpo e explorando suas curvas. Talvez tenha sido...

Louis levantou os olhos de seu livro e me olhou, assim que me viu acordado, veio até mim.

- Harry, meu Deus, você acordou! - Agora que estava próximo de mim, sentado ao meu lado para ser mais específico, percebi as enormes e roxas olheiras embaixo de seus olhos. Ele parecia exausto. - Há quanto tempo está acordado?

- Faz um tempinho.- Minha voz saiu mais rouca do que o normal. Minha garganta estava seca.

- Por que não me chamou? - Ele apoiou a mão próxima de mim.

- Por que eu estava... bem... te olhando. - Coloquei minha mão sobre a sua e olhei-o nos olhos.

- Har...

- Louis, eu preciso te contar uma coisa. - O interrompi e tentei me colocar o mais ereto que conseguia. - Eu...

- Harry!! - Gemma entrou no quarto.

Bite MeOnde histórias criam vida. Descubra agora