Secret Note

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Os pensamentos sobre o porquê de Louis ter mentido sobre a nossa noite sondavam minha mente a todo momento, principalmente quando seu olhar cruzava com o meu por alguns momentos. Não era apenas um olhar sem nada, ele estava dizendo algo, mas não conseguia interpretar. Desejei ter a capacidade de Grayson de ler pensamentos.

Mesmo depois de estar curado completamente insisti em ficar de cama. Fingir estar doente só para ser paparicado pelo namorado da minha irmã é pecado? Bem, acho que sim. Mas minha farsa não durou muito, numa tarde que Gemma disse que iria estudar na biblioteca da faculdade resolvi levantar da cama para me mover um pouco, coloquei uma música e comecei a dançar pelo quarto. O que aconteceu foi que minha irmã esqueceu de alguma coisa, entrou em casa e ouviu a música alta, subiu para ver de onde vinha a música e me pegou no flagra.

- Harry? – Perguntou confusa.

- Hã... Oi?

- Você não estava de cama? – Ela cruzou os braços e trocou o peso de perna.

- Estava? – Fingi uma dor nas costas e voltei mancando para a cama.

- Harry, quem você pensa que está enganando? – Cocei a cabeça sem saber o que dizer. Ela continuou. – Fala sério, você estava gostando de ser paparicado pela sua irmãzinha, não é?

- Ah, um pouquinho de mimo não faz mal. – Ri forçado.

Conversamos por mais alguns minutos e ela logo foi para seu destino.

Na noite do sábado dessa mesma semana foi quando Gemma contou para Louis sobre a minha pequena mentira e o mesmo riu forçadamente e me olhou pensativo. E assim fez até o resto da noite até eu me retirar da sala e ir para meu quarto onde ouvi forçadamente o casal fazendo sexo no quarto ao lado. Enquanto ouvia os gemidos de Louis que estavam compassados com o bater de seu coração comecei a me sentir extremamente excitado. Calma Harry, você não vai se masturbar ouvindo sua irmã fazendo sexo. Cerrei o punho com toda a minha força para segurar todo aquele desejo sexual que estava sentido. Tamanha fora a força que minhas unhas cravaram em minha pele fazendo pequenos cortes. Quando finalmente terminaram eu ainda conseguia ouvir seus corações palpitando e ainda tinha que me livrar daquela ereção indesejada.

Enquanto tentava dormir fiquei ouvindo os dois jurarem amor um ao outro e todos esses mimimis melosos e isso fez com que eu perdesse meu sono. Sentei-me da janela de meu quarto e fiquei vendo o pequeno movimento de carros, os bêbados cambaleando em ziguezague pelas calçadas, meu vizinho sair de sua casa de carro e logo pegando outra mulher no outro quarteirão, tudo era tão vazio e silencioso, tanto no meu exterior quanto no interior. Não ter a batida do coração para compensar o vazio da noite era desolador, não ter que piscar para umedecer meus olhos secos era sufocante, mas o pior de tudo era não ser capaz de acabar com tudo isso.

Quando finalmente senti a sonolência chegando, tranquei a janela e deitei-me em minha cama bagunçada e fechei os olhos, porém depois de alguns minutos ouvi a porta se abrir, eu estava de costas para ela, mas não precisava olhar para saber quem era, seu cheiro era inconfundível. Ouvi seus passos pelo carpete e o barulho do amassar de papel e logo depois seus passos novamente, seguido do fechar da porta. Esperei alguns minutos para certificar-me de que havia saído. Sentei-me abruptamente e olhei para meu criado-mudo onde havia um papel de tamanho médio, peguei-o e me espantei ao ver o que tinha escrito.

"O amor é uma espécie de preconceito. A gente ama o que precisa, ama o que faz sentir bem, ama o que é conveniente. Como pode dizer que ama uma pessoa quando há dez mil outras no mundo que você amaria mais se conhecesse? Mas a gente nunca conhece. "

Percebi logo que se tratava da escrita de Charles Bukowski. Ele realmente havia procurado sobre ele e ainda me deixara um bilhete secreto, mas o que ele quis dizer? Ele está me dizendo que não ama minha irmã? Eles acabaram de fazer sexo. E mesmo que fosse isso, por que dizer justo para mim?


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⏰ Última atualização: Sep 18, 2017 ⏰

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