Well, Well, Well...

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Os dias se passaram vagarosamente devido a sede que só aumentava, enquanto as ideias de fuga diminuíam proporcionalmente. Teve até um dia que eu tive uma ideia, se bem que a idiotice que eu pensei nem pode ser chamada assim. Pensei que, como somos rápidos, eu poderia fazer barulho na cozinha e correr para o meu quarto, mas o que eu não pensei foi que as pessoas que me vigiavam eram tão rápidas quanto eu, isso se não são mais rápidas. Resultado: Mal tinha eu acabado de fazer os barulhos e Niall, James e Austin já estavam parados na minha frente. E para eu explicar o que estava fazendo com várias panelas espalhadas pelo chão?

Mais alguns dias se passaram e a sede já estava se fazendo insuportável a ponto de começarem as contrações no estômagos e a cada dia elas ficavam mais fortes. Eu precisava logo de sangue.

Uma semana passou, mas pareciam meses. Desci até a cozinha para almoçar e lá já estavam Gemma, Zayn e James. Parece que Niall foi matar a sede junto de Austin. Nunca tive tanta inveja na minha vida. Comemos silenciosamente, tentando tratar aquela situação como um almoço normal, como se ninguém ali estivesse correndo risco de vida. Quando todos acabaram, me ofereci para lavar a louça. Sim, eu me ofereci, percebi nesse momento que estava enlouquecendo de sede. Já havia lavado os copos e os talheres, comecei a lavar os pratos quando a porta abriu deixando entrar uma corrente forte de ar e junto dela aquele cheiro. Louis. Nunca fui muito fiel a nenhuma religião, mas naquele momento eu rezei para todos os deuses existentes de todas as religiões para que eu não atacasse ele. Fechei os olhos com força e de repente o prato que eu segurava se quebrou, eu não fazia ideia da força que eu estava fazendo. Se eu fiquei uma semana tentando ser sutil eu consegui estragar tudo em minutos.

-Você está bem? - James correu para o meu lado no mesmo instante.

- Estou sim, nada demais.

- Tem certeza? - Agora foi Zayn que correu para o meu lado olhando fixamente para minhas mãos. Até aquele momento eu não tinha percebido, mas quando olhei para a pia que agora era apenas sangue e minha mãos que estavam completamente vermelhas foi que me dei conta dos cacos de vidro por todo o meu punho. Novamente, para não perder o costume, desmaiei.

Acordei e eu estava no hospital, na sala de Gray mais especificadamente. Uma bolsa de sangue na minha veia, curativos em minhas mãos e vários rostos de espanto me encaravam. Zayn, Gemma, Grayson, James e até Louis estava presente.

- Parece que alguém tem planos de acabar com as bolsas de sangue do hospital. – Disse Gray sorrindo para mim.

- Desculpa...- Eu disse sem jeito.

- James, leve Gem e Louis para tomar um café. – Logo que saíram, Zayn continuou – Porra Harry, você é idiota assim mesmo ou fez curso técnico?

- É...

- É uma pergunta retórica. Você nunca assistiu nenhum filme de vampiro?

- Na verdade... –Ele apelas me lançou um olhar e eu fiquei quieto.

- Não sabe que não pode ficar sem alimentar? Você sabe que você podia ter colocado sua irmã e o namorado dela em risco? Por que não disse nada?

Fiquei calado e tive noção dos meus atos, por eu não ter falado nada eu poderia ter matado Gemma ou Louis, ou os dois, eu devia ter falado com alguém.

- Fique aí mais algum tempo, criança, vou levar sua irmã pra casa. Grayson te leva, certo? - Gray assentiu – Se alimente. – Zayn disse por último dando grande ênfase na frase e saiu da sala de Gray.

O tempo passou rápido junto da companhia de Gray. Fora a bolsa que estava na minha veia, tomei mais duas. Eu estava mesmo com sede.

Em algum momento de nossa longa conversa, o telefone da mesa de Gray tocou e ele atendeu no primeiro toque. Parecia uma emergência. Gray correu para a sala onde ficava as bolsa de sangue, demorou um pouco e saiu de lá com algumas na mão e saiu porta á fora gritando um "Já volto".

Mais de uma hora passou e Grayson ainda não tinha voltado, olhei no relógio e ainda eram 19:00. Pensei não ter nenhum problema em ir para casa sozinho, não moro tão longe e o sol nem se pôs completamente. Deixei um bilhete na mesa avisando que já tinha ido embora e saí pela janela.

Andei tranquilamente pelas ruas conhecidas por mim, mas tendo que me esconder dos rostos conhecidos, como explicar para eles esse sumiço da escola sendo que minha aparência estava perfeitamente normal?

Já próximo de casa, no parque que fica a uns quatro quarteirões de casa, o sol já tinha se colocado completamente, a rua estava silenciosa, tentei pegar meu celular para ver que horas eram e percebi que ele não estava comigo quando desmaiei então ele não estava comigo naquele momento. Já na metade do parque, os barulhos que me cercavam se faziam evidentes devido ao silêncio da rua. Comecei a acelerar o passo quando...

- Ora, ora, ora...

Bite MeOnde histórias criam vida. Descubra agora