Na Teia do Aranha (AMAZON)

05| Aranha idiota

"Entao eu vejo voce aí

Querendo mais de mim

E tudo o que eu posso fazer é tentar"

Estou mais uma vez nesse aeroporto em menos de 2 horas. Graças a todos os deuses os paparazzis dispersaram e nossa entrada é tranquila.

Vamos por um embarque diferente e rapidamente estou na frente de uma grande aeronave que tem uma grande teia de aranha decorando toda sua parte esquerda. O Greg, como o empresário do Aranha me pediu pra chama-lo, me puxa pras escadas do jatinho. Cumprimentamos o piloto e a aeromoça, que é uma loira simpática, e nos sentamos na cadeira mais confortável que minha bunda teve acesso.

- Aceita champanhe senhorita? - a aeromoça me pergunta.

- Não, obrigada. Eu não bebo mas aceito uma água se tiver.

- Eu quero um whisky, Patricia. Duplo sem gelo - o Greg pede sem tirar os olhos do seu celular. Quando Patricia entrega o copo ele coloca o celular no orelha - Hey irmão - silêncio - Sim, já estou com ela no jatinho - mais silêncio - Okay - silêncio novamente - Ta certo - silêncio - Eu sei! - silêncio - Olha cara, eu vou desligar, você é um fudido paranoico. Vai treinar! Eu levo a garota direto pro hotel - silêncio - EU VOU DESLIGAR! - e ele desliga.

Eu bebo minha água e olho pela janela fingindo que não ouvi essa conversa estranha. Mas mesmo se eu quisesse não ouvir seria impossível. O cara está sentado na minha frente gritando com o celular.

- Seu esposo pode ser... um pouco controlador - mordo minha língua pra não corrigi-lo e dizer que eu não sou casada com ninguém. Quando eu estiver voltando seria novamente uma solteira livre e desimpedida. Na verdade uma divorciada, mas livre e desimpedida novamente.

- Hum.. bem, ok, eu acho - não sei o que responder.

O piloto nos avisa que vai se preparar pra decolar e o Greg se volta novamente pro celular. Quando já estamos no ar me viro no banco e encosto minha cabeça. Não percebi que estava tão cansada até fechar meus olhos e dormir instantaneamente.

❄ ❄ ❄

- Hey dorminhoca - sinto uma mão no meu ombro e abro os olhos - Nós pousamos e você ai dormindo. Vamos logo que o motorista está nos esperando...

Passo a mão no meu rosto e prendo meu cabelo num coque bagunçado no topo da cabeça. Devo estar horrível depois desse cochilo e nem vou ter tempo de ir me recompor. Pego o meu óculos escuro na bolsa pra tentar disfarçar minha cara de zumbi. Quando desço pelas escadas do jatinho vejo que já é noite mas não me incomodo tirando os óculos.

- Boa noite senhora, eu sou Marcos, o motorista do senhor Matarrazo - Um homem grande se apresenta e abre a porta de um carro preto. Só entro porque o tal Greg se sentou no banco da frente porque esse é o motorista mais assustador que eu já vi na vida.

A viagem até o hotel é silenciosa e não serei eu que vou puxar assunto. Apesar de ter dormido no voo inteiro me sinto mais cansada que nunca. As últimas 24 horas foram as mais loucas da minha vida e tudo que eu quero é resolver tudo e poder voltar pra casa para dormir por uma semana inteira...

- Bom essa é a chave do seu quarto - o Greg me entrega um cartão depois de nos despedimos do senhor Marcos e chegarmos em frente ao elevador dentro do grande hotel onde aparentemente vou me hospedar - A sua mala já foi enviada lá pra cima, quarto 1301... - ele suspira - Eu preciso de uma bebida...

Ele se vira e me deixa plantada e sem saber o que fazer agora. Eu pensei que ia chegar aqui e me encontrar com o tal Aranha e seus advogados, assinaria os papeis necessários e voltaria no primeiro voo. Mas aqui estou eu, só, com a chave de um quarto de hotel e sem ninguém pra me dizer o que fazer. Me decido por ir no quarto primeiro tomar um banho e depois descer pra falar com o Greg, pela cara dele não provável que ele saia do bar do hotel tão cedo.