9. HEAVEN

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Michael's pov

Eu já estava bem longe da cidade, mas Luke não saía de minha cabeça. Nem a distância conseguia me arrancar aqueles malditos sentimentos. Arrumei um abrigo qualquer, uma pousada no interior da pequena cidade onde fui parar, e passei a noite. No dia seguinte, tratei de ocupar minha mente logo que acordei ligando a TV. Estava passando um noticiário qualquer e acabei por assistir. Foi quando estava preparando um sanduíche que o noticiário realmente prendeu minha atenção.
"O jovem, chamado Luke Robert Hemmings, foi internado...", foi tudo o que eu ouvi.
Eu preciso voltar.
Terminei de assistir a reportagem, que já estava em seu fim, para descobrir onde ele estava. Desliguei a TV, peguei minhas coisas e saí às pressas. Eu precisava ver Luke.

Quando cheguei no hospital, me apresentei como amigo de Luke e eles logo me deixaram entrar. Lá estava ele com seu amiguinho do café. Ele notou a tensão no ar quando nos vimos e logo se retirou.
-O que está fazendo aqui? - Luke perguntou.
-O que acha? Você está bem?
-Estou, os ferimentos já estão melhores, devo voltar para casa logo. O que você quer aqui, Michael? - ele deu ênfase em meu nome.
-Eu fiquei sabendo pela TV, fiquei preocupado e vim ver como estava.
-Obrigado pela preocupação.
Um silêncio ficou no ar, então ele voltou a falar.
-Aqueles bilhetes... São mesmo seus?
Sorri.
-São.
-Por quê? Por que faz isso?
-O quê? Os bilhetes? Porque eu gostei de você, Luke. Desde o primeiro momento em que te vi, olhando os discos em minha loja, eu gostei de você. Eu sabia que tinha algo de especial em você, e eu só conseguia imaginar como seria minha vida com você.
-Michael, você não é hétero?
Dessa vez eu ria.
-Não, Luke. Mas moramos em um bairro onde tudo o que as pessoas sabem fazer é julgar, eu preciso manter isso um segredo.
-Tem razão...
-O que você sente, Luke?
Ele engoliu em seco.
-Eu não sei, Michael. Eu gosto quando você manda os bilhetes, eu guardo todos eles, e eu senti falta quando você sumiu, queria você de volta.
Peguei a mão dele.
-Luke. Você fugiria comigo?
-O quê? - ele me olhou assustado.
-Só eu e você, em algum lugar distante, onde a gente possa ser livre. A gente se conhece, faz uma história de amor clichê e digna de um filme de garotinha, e volta quando decidir o que vamos fazer. Eu dirijo.
Nós rimos.
-Seria ótimo, Michael.
-Para você, é Mike.
Dei uma piscadinha e ele sorriu. Pus a mão em meu bolso e senti algo.
-Ah, isso é para você.
Tirei o papel do bolso e o entreguei. Era o recado que eu havia escrito alguns dias antes. Ele o pegou, leu e sorriu.
-Posso escrever bilhetes para você todos os dias, se quiser. Eu gosto desse jogo também.
A enfermeira avisou que o tempo de visitação acabou. Luke me pediu uma caneta, escreveu algo na parte de trás do papel e me entregou.
-Depois conversamos mais sobre a nossa fuga.
Peguei o papel e li. Era seu número de telefone. Sorri para ele, que sorria também, e então fui embora.
Sorria comigo mesmo durante todo o caminho de volta para casa. Uma história que tinha tudo para dar errado - ele ser hétero, ele não me querer, os bilhetes não chegarem até ele - estava dando certo.


{n/a: oi lyndos, deus como eu to demorando pra att. eu deixei vários capítulos prontos pra conforme eu tiver tempo eu att logo, faltam 3 capítulos pra escrever, que bad. enfim, comentem o que estão achando pq eu sinceramente achando a fic meio bosta. amo vocês ♥}

Blue Neighbourhood ღ muke clemmingsOnde histórias criam vida. Descubra agora