11. LOST BOY

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Luke's pov

-Nome dos pais?
-Liz e Andrew.
-Karen e Daryl. Irmãos?
-Dois, Jack e Ben.
-Nenhum.
E lá estávamos eu e Michael no restaurante da pousada tomando café e continuando nosso joguinho.
-Quando e como você descobriu que... - baixei o tom de voz - não era hétero?
-Estamos sozinhos aqui. - ele riu - Bem, eu sempre me achei meio diferente dos outros garotos, apesar de ninguém notar. Nunca tive interesse em sair para "pegar garotas". Nem em namorar. Nada disso. Nunca vi interesse no amor, de fato. Mas teve essa uma vez... - ele suspirou. - Eu me apaixonei uma vez, e foi por um garoto. Foi quando eu tive a certeza.
-Com quantos anos?
-16. Mas e você? Quando soube?
Dei de ombros.
-Sempre soube, sempre notei algo diferente também. Mas a primeira certeza foi quando eu tive umas três namoradinhas na infância e eu não gostava mesmo de nenhuma delas. E eu sempre queria estar perto de um outro menino. Eu tentei me convencer que era porque eu gostava muito da amizade dele, mas eu gostava mesmo era dele. "Gostava".
Fiz uma pausa para tomar o café e retomei o jogo.
-Você se demitiu da loja de música. Por quê? Por que trabalhava nela? Há quanto tempo trabalhava lá?
-Eu comecei com 16 pois tinha que juntar meu próprio dinheiro. Digamos que eu queria fugir de uns problemas em casa. Eu trabalhava porque eu gostava de música, e era um lugar legal, e porque precisava do dinheiro. Me demiti porque não aguentava mais, já tenho um dinheiro guardado, quero fazer minhas fugas sem ter um trabalho para me impedir. E você, sobre a cafeteria?
-Preciso do dinheiro. Trabalho lá faz um ano, mas já trabalhei antes. Comecei com 16 também. Meus irmãos nunca se importaram muito em ajudar em casa, um era muito vagabundo e o outro muito egoísta. Por que você disse a Ashton que eu deveria me demitir de lá?
-Eu vejo o quão cansado e sem paciência você fica quando está lá. Você não está feliz lá. Devia se demitir e viver.
-Viver?
-Sim. Aproveitar a vida. Por exemplo, fugindo comigo.
Nós sorrimos.
-Mas... - tentei tomar coragem, mas continuei com um certo receio. - Isso aqui, que nós temos, seja o que for, é só uma "fugida"? Estamos só curtindo?
Ele deu um gole em seu café e soltou um longo suspiro.
-O que você espera? Ou esperava?
-N-não sei.
-Diga, Luke. Você esperava algo como um futuro? Casamento? Filhos? - Michael riu.
Eu tremia. Estava muito nervoso. O que ele queria dizer?
-Desculpe, acho meio bobo pensar nisso com alguém que você mal conhece. E isso está bem distante de mim.
-Não era bem f-família que eu... - engoli em seco e tentei me concentrar - que eu tinha em mente.
-Que bom. Então o quê? Não estou te debochando, Luke. Não estou querendo ser rude. Quero te entender. O que você tinha em mente?
Dei de ombros. Eu não sabia.
-Um romance, eu acho.
Era, de fato, uma conversa boba.
-Pode ser. Não sei o que vai acontecer nessa fuga, Luke. Pode acontecer de tudo, não estamos planejando nada, certo?
Assenti.
-Desculpe pela minha pergunta boba.
Me levantei e voltei para meu quarto. Agora eu estava extremamente nervoso e quase chorando. Calma, Luke, ele não quis ser babaca ou rude, afinal, ele está certo! Por que você está tão nervoso? Não foi nada demais. Eu tentava me acalmar, mas por algum motivo eu não conseguia me tranquilizar. Talvez o tom que ele usou, ou sua risada sarcástica com a ideia de uma família, sua primeira contradição. Respirei fundo e fui ao banheiro lavar meu rosto.
-Lukey? - ouvi uma voz abafada do lado de fora do quarto. - O que houve?
Assim que consegui, ou quase, me normalizar, abri a porta do quarto.
-Oi, Mike.
-Eu falei alguma coisa errada?
-Não, não, você está certo. Eu não sei o que deu em mim.
-Tem certeza? - ele segurou minhas mãos e olhou em meus olhos.
-Sim, não se preocupe. - eu tentava não tremer por sentir seu toque.
-Eu sou só um garoto perdido. Eu não sei o que estou fazendo, ou o que quero. Eu não estou acostumado a manter amor por perto, e é meio estranho eu deixar você entrar e ficar em minha vida. Mas sei que é o que eu quero, é a única certeza que eu tenho agora. Mas não sei até quando vai durar. - ele me soltou. - Se quiser ir embora para não se machucar, ou sei lá, pode ir, corra. Eu odiaria te machucar com minhas incertezas, Lukey.
Suspirei.
-Eu não tenho resposta...
-Vamos sair. - Michael me pediu com os olhos. - Talvez algumas voltas de carro refresquem nossas cabeças, estamos precisando.
Pude ver pelos seus olhos o quanto ele me queria por perto, o quanto ele me pedia para ficar. Eu não quero me machucar, mas Michael é tão precioso...

{n/a: meus bebêsque sdds de att essa fic, eu muito sem tempo sério, mas eu juro que vou tentar att mais rápido. eu tinha planos pra outra fic mas pelo visto vai demorar, do jeito que essa aqui não acaba nunca... me falta escrever 3 capítulos, mas o tempo e a criatividade estão extremamente reduzidos, então paciência por favor. prometo que vou tentar fazer um fim tão bom quanto o que eu tinha em mente quando planejei a fic. por favor, não desistam da fic, não flopem ela agora, continuem votando, comentando, acompanhando, é muito importante pra mim. amo vocês demais ♥♥}

Blue Neighbourhood ღ muke clemmingsOnde histórias criam vida. Descubra agora