Noite ao luar

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   Acordei com minha mãe batendo na porta e dizendo que o jantar estava pronto. Me levantei fui ao banheiro e quando ia sair do quarto parei em frente ao espelho.

   Eu continuava a mesma por fora, talvez um pouco mais magra do que a 7 meses a trás, porém os cabelos pretos que batiam na cintura e os olhos azuis que eu herdei do meu pai continuavam os mesmos, contudo meu olhar demonstravam já ter visto muita coisa nesse mundo, muito sofrimento, e viram mesmo.

   Eu era alta, tinha a pele branca e na minha antiga escola era líder de torcida, meus maiores problemas era manter o peso, a pele bonita, e as notas altas. Eu sei o que todos pensam " líderes de torcida não ligam para os estudos, só ligam pra garotos e festas".

   Eu não era assim. Ligava sim para a escola, era líder de torcida por que gostava, não para me exibir, eu era na verdade uma das melhores alunas da sala, os professores gostavam de mim e eu era amiga de todos. Bom, achava que era, no momento que mais precisei não teve ninguém ao meu lado além da minha mãe.

   Mais a vida nunca é fácil não é mesmo, não podemos ter tudo no mundo. Sai do quarto, desci a escadas e encontrei minha mãe colocando os pratos nas mesa. Ela fez lasanha sua especialidade. Sentei calada enquanto ela colocava um pedaço no meu prato e depois no dela.

- Por que você esta tão calada amor? Tomara, que tenha gostado da casa.- ela falou me olhando com olhos preocupados.

- Não mãe, a casa é linda, eu adorei. É que estou pensando como irá ser na segunda. Escola nova, pessoas novas. Eu sei que era isso que queríamos mais estou com um pouco de medo.- confessei pra mulher que eu contava todos os meus problemas.

   Além de mãe ela sempre foi minha melhor amiga, minha confidente, eu a amava mais que tudo no mundo.

- Sei o que quer dizer meu amor! Mais pense positivo, vamos achar um recomeço aqui eu posso sentir.- ela disse já com os olhos marejados. - Há, quase esqueci de falar, enquando você dormia a vizinha veio deixar um torta de nozes, ela foi bem simpática e nos deu boas vinda ao bairro.

   Eu a olhei com um leve sorriso nos lábios, minha mãe sempre foi fácil de fazer amizades, tenho certeza que ela e essa vizinha viriam a ser amigas. Caramba, essa lasanha está gostosa.

- Foi gentileza dela, qual era seu nome?- quiz saber.

- A Sra. Clark, Eliza Clark. Amor eu sei que é alérgica a nozes, é uma pena não poder provar está uma delícia- ela disse provocando, sim eu tenho alergia a nozes, já aconteceu de em uma sobremesa vim nozes sem sabermos e eu passar 1 dia inteiro no hospital.

- Hahaha mamãe, faça bom proveito- disse com uma risada sarcástica, mais depois RI com vontade. - Mãe está lasanha ta gostosa, mandou bem.

   Ela me olhou com aquele olhar que ela tem quando a elogiam, ela era mesmo uma bela mulher, enquanto tinha os olhos verdes cristalinos, eu tinha olhos azuis sem graça, sempre achei que os verdes eram mais atraentes.

   Terminamos de comer em silêncio, eu levantei tirei os pratos coloquei na pia e me virei pra Sra. Moore.

- Mãe vá desarrumar sua mala, eu lavo os pratos.- ela assentiu, se aproximou, beijou minha testa e subiu.

   Lavei os pratos, sequei, guardei e subi, entrei no quarto olhei pela janela e vi que que a lua estava linda, crescente e com o céu bem estrelado. Eu não passaria essa noite em meu quarto de jeito nenhum.

   Tomei um banho quente de banheira dessa vez, sequei os cabelos, já que ia lá pra fora não queria pegar um resfriado, coloquei uma calça de moletom cinza e uma camiseta branca de mangas compridas. Peguei um colchonete que estava ali no chão do quarto, ainda não tinha achado um lugar pra guarda- lo. E sai do quarto, bati no quarto da mamãe, ela estava com a mala em cima da cama, separando as roupas.

- Mãe vou ficar lá fora um pouco okay! O céu esta lindo e a lua crescente.

- ah okay. - minha mãe não questionou, ela sabe como eu amo o céu à noite. Tinha esse colchonete justamente por que quando estava triste, chateada com algo, ou quando o céu estava lindo como está agora eu me deitava no quintal da antiga casa e dormia lá mesmo.

   Sai de casa e procurei um lugar na lateral da casa bem embaixo da janela do meu quarto no segundo andar. Olhei para o céu, e sim, ele estava incrível, o que eu mais gostava é que não importa se estávamos na Carolina, no Kansas, ou no Japão, o céu era o mesmo, a lua, as estrelas, elas eram as mesmas. E isso me passava conforto.

   Enquanto olhava para o céu vi uma estrela cadente. Na mesma hora Fechei os olhos e pedi um recomeço nessa nova cidade. Abri os olhos com um susto, ouvi um latido bem próximo, e me encolhi toda.

   Na minha frente surgiu o cachorro mais lindo que eu já vi, ela era branco com algumas partes pretas, tinha os pelos lisos e um pouco longos, ele parecia um lobo na verdade, era aquela raça como é mesmo o nome... Husky siberiano, é, ele parecia um lobo e era lindo.

   O grande cachorro me observou, e eu mesmo com medo estendi a mão, ele se aproximou lambeu minha mão e eu acariciei sua cabeça, eles tinha um olho azul e o outro castanho, se não me engano é bem comum nessa raça.

- Nossa como você é lindo! Qual seu nome companheiro.- sim, eu sei. Nossa ela fala com cachorro. Hahaaha eu falo mesmo, amo cachorro e ele é a coisa mais linda que eu já vi.

   Ele tinha uma coleira e no medalhão tinha escrito Klaus. Um nome legal para um cachorro que parece um lobo. Ficamos apenas ele e eu por alguns minutos ali, ele com a cabeça no meu colo e eu acariciando ele todo. Ate:

- klaus venha cá rapaz! Klausss.- era uma voz masculina chamando.

   Eu esperei o cachorro se levantar e ir até o dono mais ele permaneceu com a cabeça no meu colo sem se mover. Até eu avistar pela penumbra da noite um rapaz se aproximando. Ele saia pela lateral da casa que dava pra ver da minha janela, caminhou até onde eu e Thor estávamos, ao se aproximar parou na minha frente, e fiquei olhando com cara de idiota. Ele era o cara mais lindo que vida na minha vida.

A Garota Da Casa Ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora