É, era isso, a casa à minha frente era até bonita ao seu modo. Era branca, com janelas azuis, uma pequena varanda, onde se encontrava duas cadeiras e um jarro grande de planta. A casa era bem conservada, minha mãe à comprou já com os móveis e era situada em um bairro de classe média alta, então, ao redor da casa tinha um gramado bem aparado, um pequeno canteiro de flores, e as casas não eram separadas por nada, nem por cercas, nem muros, simplesmente se encontravam uma ao lado da outra.
Desci no carro com a bolsa nas costas, e minha mãe já estava caminhando para a porta, ela ainda era tão bonita. Com seus cabelos castanhos, bem cortados, e olhos verdes que passavam uma confiança e um conforto que acalmava a alma. Mais desde o ocorrido, ela anda como se carregasse o mundo nas costas. Eu também. Ela abriu a porta, olhou pra trás e disse:
- Vamos querida, vem conhecer a casa depois pegamos o restante da bagagem.
- Claro mãe, só pegar meu celular esqueci no banco do carro.- ela assentiu e entrou.
Eu voltei peguei meu celular, fechei a porta do carro e caminhei até a casa. Minha nova escola ficava só à algumas quadras daqui, seria fácil ir e voltar a pé, eu não gostava muito de dirigir sozinha e com o novo trabalho, a mamãe teria que sair cedo e em alguns dias ela não poderia me levar.
Cheguei a porta abri, e entrei, a casa era linda por dentro na sala tinha uma lareira, (mais estava com a proteção afinal estamos no verão) com uma televisao de tela plana a cima. Um sofá bege em forma de L, com uma mesinha de centro no meio, na parede dos fundos tinham algumas prateleiras vazias, e na parede lateral uma grande janela de vidro com uma cortina bege com estampa de pequenas flores vermelhas. Ao todo, o conjunto dava um certo ar de graça a casa, bem em frente a porta tinha uma escada que eu creio era para o andar dos quartos. Andando pelo corredor avistei minha mãe saindo de duas portas largas, e ela me chamou:
- Vem Emma, deixa eu te mostrar o resto da casa.- ela me acompanhou a cozinha, que tinha os armários embutidos brancos, com uma ilha de mármore preto, onde se encontrava a pia e o fogão, tinha uma mesa para 4 pessoas em um canto e outra janela de vidro, com uma cortina igual a da sala. Voltando para o corredor minha mãe me levou a outra porta abriu e:
- Esse é um tipo de escritório, a antiga dona da casa era escritora e trabalhava em casa mesmo, então meu amor, você poderá estudar aqui ou no seu quarto, você escolhe.
- Claro mãe, mais eu acho que prefiro no quarto. - eu disse. O espaço era bonito, tinha uma mesa de mogno preto com uma cadeira, e a parede atrás era de vidro, completamente, do teto ao chão, e as duas paredes laterais estavam cheias de prateleiras, muitas com livros, no canto tinha também um jarro de planta, e no chão um tapete felpudo beje.
- Mãe por que a antiga dona deixou todos esses livros aqui e vendeu a casa com tudo?
- Ela estava doente já a um tempo no hospital e faleceu, não tinha filhos e a irmã que ficou como dona da casa me vendeu com tudo, só tirou as coisas pessoas, e os portas retratos. - minha mãe disse.
Para nós foi ótimo termos achado uma casa já mobiliada, não queríamos nada que nos lembrasse nossa vida antiga, era muito doloroso.
Então subimos e minha mãe me mostrou os quartos, a casa tinha dois, eram duas suítes, a 1° era a da minha mãe tinha uma cama de casal e a janela dava vista para o jardim da frente e a rua, tinha um closet e a porta do banheiro, era bem espaçoso e claro. O 2° era o meu como a antiga dona era sozinha o quarto devia ser usado para hóspedes, mais era igualmente bonito, tinha uma cama de casal, uma mesinha de criado mudo com um abajur, um espelho de corpo todo ao lado da porta do closet, o banheiro era de um tamanho bom, com a pia, o sanitário e a banheira bracos. Mais o que eu mais gostei foi da vista dava para o jardim lateral e a casa ao lado. A casa era bonita toda branca por fora mais parecia ser mais chique que a nossa, tinha um jardim lindo e flores magnificas.
Sendo assim, desci e minha mãe já estava descarregando o carro.- Por que não me chamou pra ajudar?- eu perguntei.
- Já ia fazer isso, só queria que você conhecesse a casa mais um pouquinho.
Dei de ombros e ajudei a levar as malas pra dentro, eram 4 malas grandes e duas caixas. Colocamos as minhas malas no meu quarto e as da minha mãe no dela.
- Querida vá descansar um pouco, dessarume a mala, e durma, vou ao mercado comprar algumas coisas pra fazer o jantar e lhe chamo quando estiver pronto.- concordei e fui para o meu quarto.
Desarrumei as malas, coloquei alguns enfeites que trouxe do meu antigo quarto, tomei um banho no chuveiro mesmo, vesti uma calça de moletom, com um camiseta e me deitei. Busquei o sono por alguns minutos, mais o medo do que estava por vim me assombrava. Era uma escola nova, uma bairro novo, uma casa nova, e a esperança de consertar minha vida e meu coração. Adormeci com o dia ainda claro e com o cheiro da comida da minha mãe invadindo o meu quarto.
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A Garota Da Casa Ao Lado
RandomEmma Moore e sua mãe se mudam de cidade após um trágico acidente que mudam suas vidas. Tentando recomeçarem a vida em outro lugar, com novas pessoas, Emma luta contra o próprio coração ao conhecer um garoto que meche com seu coração e com a sua alma...