A mulher acordou. Cutucou o marido:
- Benhê! Benhêêêê!
- Hum mm. Que horas são?
- Sabe que dia é hoje?
- Domingo. Deixa eu dormir mais um pouquinho, vai.
- Hoje é dia 15. Não se lembra?
- Dia 15?
- É! É!
- Que que tem.
- Puxa vida! Então você não se lembra, né?
A mulher levantou decepcionado. Enquanto o marido roncava despreocupadamente.
As onze horas o marido levantou. A mulher estava sentada a mesa tomando seu café. O marido beijou a na testa carinhosamente. A mulher sorriu:
- Lembrou?
- Anh?
- Lembrou que dia é hoje?
- Não me diga que é seu aniversário? Não, não pode ser. Foi o mês passado. É o da sua mãe?
- Que minha mãe, que nada! Já faz cinco anos que ela morreu, não se lembra?
- Não adianta, meu bem. Tô meio ruim de memória. Peraí, lembrei!
- Ufa, até que enfim!
- Aniversário de casamento! Acertei?
- Tá frio. Deixa pra lá.
- Eu ando meio cansado mesmo, querida. Fala pra mim. Fala que dia tão especial é esse.
A mulher não quis falar. Foi pra cozinha preparar o almoço. O marido foi a banca de jornal, tentando adivinhar o que o dia tinha de especial:
- Dia 15... 15... 15...
Quando voltou, a mulher não estava em casa. Foi até a cozinha, havia um pequeno bolo com uma vela acesa. Um bilhete afixado na porta da geladeira:
"Volto logo, fui a quitanda. A propósito, feliz aniversário!".
O marido com os olhos cheios de lágrimas, apagou a velinha.
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CRÔNICAS PARA LER E RELER
HumorNesse livro todos os dias haverá uma crônica nova, divertida, engraçada, imprevisível, doida e muito legal de ler e reler.