Meu pai havia me contado, há muito tempo, que o Olimpo se localizava no 600º andar do Empire State, em Nova York. Já estava na cidade, só restava acertar o prédio e o andar. Arranquei com o carro roubado naquele dia, levando o Lusar, um pouco de dinheiro (eu estava vivendo com o dinheiro de meus pais até aquele momento, sim - não sou do tipo que gasta sem ser essencial) e o sentimento de vingança queimando em meu peito.Estacionei o carro no estacionamento ao lado do edifício, pegando minhas coisas e indo até a recepção. Já estava de noite, e apenas um homem permanecia no balcão. Me aproximei. "600º andar, por favor". O recepcionista me olhou, me inspecionou por uns minutos. Provavelmente eu estava com uma cara tão séria que parecia querer matar a próxima pessoa que me negasse algo, de modo que o homem me deu um cartão e falou para eu o inserir no painel de botões do elevador.
Entrei e inseri. Enquanto o elevador subia, não estava nervosa e sim determinada. Não dava a mínima se fosse perder. Minha vida havia sido os campos de Asfódelos, mas depois do dia 22 de março passou a ser os campos da punição. Ou seja, não me importava se estava aqui ou lá, porque tudo seria a mesma coisa.
A porta do elevador abriu, e perdi meu fôlego. Pensava que estava em um jogo com gráficos impressionantemente bons, porque a vista era impossível. O caminho de pedras ao sair do elevador dava numa enorme escadaria que subia até desaparecer numa nuvem. Eu andei por todo o caminho, rematutando um por um todos os truques e hacks que eu tinha como vantagem para vencer de Zeus. E olha que eram muitos, então perceba como a caminhada foi longa.
Novamente, eu prendi a respiração. Não era do tipo de pessoa que sente muito prazer com uma bela vista, mas olhando para aquilo eu quase caí do céu (literalmente). Era igualzinho a uma cidade grega de antigamente - ao invés de ruínas e fragmentos da glória de anos atrás, era uma cidade brilhante como ouro, iluminada como o sol e divina, em toda sua imponência. Avistei uma construção que deveria ser onde os deuses ficavam. Andei até lá, passando por indivíduos felizes e entrei no que deveria ser a sala do trono.
Imediatamente, antes mesmo de ver qualquer coisa, senti minha pele arder como o próprio fogo e soube que morreria naquele instante, então recuei. O que eu estava fazendo?! Como uma mera mortal poderia derrotar um deus?? Quando estava perto de desistir, minha pele ardeu. Da presença imponente dos possíveis deuses naquela sala? Não.
Vingança. Minha pele ardeu de vingança.
Mesmo que eu morresse antes de ver o deus assassino de meus pais, nada me pararia naquele momento. Não tinha medo de morrer. Não era isso que havia prometido a mim mesma e a eles desde aquele dia?!? Entrei na sala novamente, sentindo minha pele começando a queimar. Não conseguia mais respirar. Não conseguia mais ver nada. Meu cérebro provavelmente estava a uma temperatura impossível de se imaginar, na verdade, meu corpo inteiro.
Não ia mais aguentar.
Morreria tentando honrá-los.
Morreria tentando.
Morreria.
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Olivia's game
Fanfictionsó uma história feita para uma gincana de PJO/HDO que eu não queria jogar fora - sobre uma gamer que, por meio de sede de vingança e muitas noites em claro jogando tudo que fosse possível jogar, conseguiu se tornar imortal.