The never ending rage

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Lutamos por... dias? horas? minutos? O tempo era tão relativo na realidade virtual que chegava a me deixar tonta. O que importa é que eu sabia estarmos chegando ao fim, e dessa vez me lembrava muito bem do que estava por vir.

Zeus surgiu em um ponto á minha direita, onde rapidamente o golpeei. Cambaleou para frente, e minha espada o cortou profundamente. Agachou no chão, e eu não estava pensando nos meus pais, nem em minha vingança, apenas em quanto sofrimento o deus havia infligido desnecessariamente. Com esse pensamento muito feliz, finquei minha lâmina no corpo fraco do que já fora um deus imponente.
Olhei para seu defunto.
Se ao menos aquilo fosse real.

Raios envolveram seu corpo e nuvens de uma tempestade tão poderosa que seria capaz de destruir a Terra apenas deixando cair suas pesadas gotas de chuva abraçaram o deus e fui jogada para longe quando raios bateram perto de onde estava. Depois da tempestade, não havia mais nenhum corpo onde antes existia o cadáver.

Dou de ombros, guardando as laminas nas minhas costas, e ao fazer isso letras garrafais aparecem na minha frente, flutuando.
RETRIBUTION: YOU HAVE EARNED A TROPHY.
Ótimo, um prêmio.
Muito útil quando eu já havia completado meus 12 trabalhos e sairia daquela realidade.

Então, da mesma forma súbita que apareci em Pac Man, saí de God of War e estava deitada na cama do Olimpo. Senti ânsia, tontura e uma dor de cabeça que martelava meu cérebro, além de muito cansaço. Me levantei e andei até onde a TV do Olimpo que estava registrando minhas ações se localizava.

O deus que eu havia acabado de derrotar na realidade virtual encarava a tela, furioso. Acho que não estava acostumado com meras mortais desafiando-o e ganhando. Todos estavam em suas formas humanas, graças a... sei lá, mim mesma.

Andei até eles, confiante como nunca. Havia vencido Zeus em uma aposta e acabado de derrotá-lo em um jogo. Do jeito que a situação estava, meu ego poderia inflar a ponto de eu virar um balão e sair voando do Olimpo, mas não achei que seria conveniente.
"Então, Zeus... Parece que você me deve uma coisinha chamada imortalidade".

O rosto do deus mudou tanto que foi difícil acompanhar nos segundos que se passaram. Passou de fúria a vingança, de confusão a interesse, de indignação á derrota.

Ele havia jurado pelo Rio Estige.

Assim, concedeu minha imortalidade, e concordou em parar de assassinar os filhos e filhas de Tique.

Pensava que me tornar imortal seria um grandioso ou tortuoso momento, mas não senti nada. Continuava sendo a Olivia, continuava sendo a mesma pessoa que fui por 18 anos.
Garanti um lugar no Olimpo e sempre jogava literalmente todos os jogos que publicavam na Terra. Comecei a assistir mais séries e animes (já assistia quando não era imortal, mas menos - agora eu tinha tempo de sobra), ia muito para Nova York e outras cidades para ver lançamentos e tudo mais.

Mesmo assim, uma coisa continuava me incomodando, e não era o fato de ser uma deusa que iria mudar isso.

Meus pais ainda não tinham sido completamente vingados. Zeus e Tique haviam recebido sua punição, mas a pessoa que começou tudo aquilo ainda não.

Eu, Olivia, a deusa dos games, iria me vingar de Nice, a deusa da vitória.

Olivia's gameOnde histórias criam vida. Descubra agora