P.O.V Claire
Assim que terminei de descer os vinte e cinco andares, botei as mãos na cintura e tomei fôlego.
Assim que recuperei-me, olhei para o lado; onde pude ver Dylan me olhando e rapidamente desviando o olhar enquanto assinava seu ponto de saída na recepção.
Passei direto e fui para casa. Afinal, qual é a desse cara?
No dia seguinte, fiz o mesmo ritual matinal antes de ir para a empresa; e assim que cheguei a menina da recepção me entregou o recado de que meu chefe me aguardava em sua sala.
Apertei o botão do elevador e logo ouvi uma alfinetada.
-Ué, não vai subir de escada? -disse outra menina da recepção e então riu
-Hoje não. -disse entrando e logo subindo
Assim que cheguei fui até minha sala apenas para deixar a bolsa e depois fui até a sala de Dylan, assim batendo duas vezes na porta.
Assim que ouvi sua voz permitindo minha entrada, abri a porta.
-Bom dia, recebi o recado na recepção. Em que posso ajudar?
Ele apenas jogou várias pastas em cima da mesa e me encarou.
-Quero um relatório de tudo isso.
-Tudo bem, para quando?
-Amanhã até -ele olhou o relógio- meio-dia. -Dylan terminou a frase e posso jurar que vi um sorrisinho sádico surgindo no canto de sua boca.
Peguei as pastas com certa dificuldade pois deviam ser umas sete e então perguntei se poderia me retirar e logo fui para minha sala.
Nada de almoço, descanso ou banheiro. Vi o prédio esvaziar após o fim do expediente e não saí enquanto não terminei, nisso já eram 22h.
Depois de todo o trabalho fui para casa e pedi uma pizza, mas acabei dormindo antes que pudesse terminar de comer a primeira fatia.
Acordei no horário, me arrumei e fui trabalhar. Fiquei descansando até o relógio bater meio-dia em ponto, para compensar o dia de ontem, e pontual Dylan me telefonou pedindo para eu me dirigir até sua sala.
Estranhei a porta estar aberta, mas entrei mesmo assim.
-Perdeu o habito de bater? -ele disse girando a cadeira para me encarar
-A porta já estava aberta, então deduzi já estar a minha espera já que a minha presença foi solicitada.
-Você 'deduziu'? Não é paga para deduzir, senhorita Bailey. Lembre-se disso da próxima vez.
-Tudo bem, desculpe meu comportamento inadequado.
-Hum. -ele grunhiu e então ficou me encarando por um tempo. -Trouxe o trabalho pronto?
-Sim. -disse colocando as pastas com um maço de folhas em cima das mesmas.
Ele me olhou com um misto de raiva, indignação e surpresa.
-Só isso?
-Sim. -ele disse fechando o botão de seu blazer.- Ah, gostaria de um café também.
-Já irei aprontar. -disse saindo.
Passei o resto do dia fazendo tabelas, para caso elas sejam necessárias no futuro, e então Dylan apenas entra na minha sala sem bater e joga as folhas do meu relatório em cima da mesa.
-Quem te ajudou? Foi o Bryan? Meu pai? Quem?! -ele disse perdendo a calma
-Desculpe, acho que não estou entendendo. -disse abaixando o óculos
-Você não pode ter feito isso sozinha em tão pouco tempo.
-E por que não? Porque o senhor não quer ou por que não é possível?
-Os dois!
-Bom, então te digo que é possível sim, tanto é que ele está aí, pronto. Então só resta a opção de que o senhor não quer.
-Eu vou descobrir quem te ajudou.
-Por que não olha as câmeras do corredor? Se olhasse saberia que foi possível eu resolver isso sozinha pois pulei meus intervalos e fiquei após o término do expediente. Ao invés de me odiar gratuitamente, o senhor deveria apenas aceitar que sou uma profissional competente.
Ele riu debochado, pegou o relatório e me fitou.
-É o que veremos. -e assim Dylan deixou a minha sala, permanecendo apenas eu e o clima tenso no ar.
Babaca. Por que tanto ódio? Ele deveria aprender a separar a vida profissional da pessoal.
Assim que deu a hora do almoço, desci e esbarrei com Bryan; que me arrastou para almoçar com ele.
-Por que essa carinha aborrecida?
-Meu chefe, seu irmão.
-Hum, o que tem ele? -disse após dar um gole em seu suco
-Me desculpe, mas ele é um troglodita, um idiota...
-Eu sei. Eu cresci com ele, esqueceu? Mas o que aconteceu?
-Ele me mandou fazer um relatório enorme baseado nos registros dos últimos sete anos ontem com o prazo para entregar até o meio-dia de hoje.
-Eai?
-Eai que eu fiz. Fiquei até depois do horário e nem almocei, mas terminei; e então ele chega na minha sala dizendo que não sou capaz de fazer algo tão rápido. Ele duvidou da minha capacidade profissional apenas porque não gosta de mim!
-Eu vou falar com ele.
-Não, não quero que fale nada.
-Como não? Você está abalada. O que ele está fazendo é assédio moral, sem contar que esses prazos absurdos ferem as leis trabalhistas.
-Por favor, Bryan.
Ele apenas revirou os olhos e então continuou.
-Como quer ajuda se não me ajuda a te ajudar?
-Eu não quero ajuda, eu só precisava desabafar.
-Ok -ele olhou o relógio- se precisar de suporte com ele, sabe que pode contar comigo. Vamos?
-Sim. -disse levantando.
Voltamos para a empresa e então não vi Dylan o resto do dia.
P.O.V Dylan
Admitir que ela é competente é doloroso, fere meu ego; pois gosto de pensar que ela só tem esse emprego por causa do seu relacionamento as escuras com meu pai.
Sua sobriedade e descrição a tornam insuportável. Eu queria que ela perdesse a calma, que se alterasse, mas eu sou o único que faz isso.
Fui até o 13º andar para ver Bryan, que não negou minha entrada.
-O que você quer? -ele disse sem parar de olhar o computador
-Te vi saindo para almoçar com a Claire.
-Sim, e? -ele perguntou já parecendo enjoado da conversa
-E? Eu não acredito nisso, Bryan! Ela é uma aproveitadora. Ela destruiu o casamento dos nossos pais!
-Ela destruiu ou foi você quando resolveu ir embora? -ele disse finalmente me olhando- A Claire nunca se envolveu com o nosso pai, no fundo você sabe disso. Conheço ela há anos e ela é a pessoa mais sensata e competente dentro dessa empresa, mas você ainda prefere assedia-la moralmente por causa de suas suposições ridículas.
-Como pode ter certeza que ela não teve nada com nosso pai?
-Porque ela é minha namorada. -ele disse voltando a olhar o computador.
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Oi oi pessoinhas, desculpem-me. Eu sei que fiquei um tempinho sem postar, é que coisas aconteceram e aí não tive tempo, mas está aí mais um capítulo. Espero que gostem :)
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Suporte-me, se puder
RomantikQuando Dylan Kripke assume por hereditariedade a presidência de uma das maiores empreiteiras do país, ele se vê com o dever de ser o melhor em seu ramo corporativo e o pior dos chefes com sua secretária pessoal, já que segundo o mesmo, ela é a razão...