P.O.V Claire
Mais um dia de semana, mais um dia de trabalho. Levanto-me vagarosamente e me arrasto até o banheiro. Me arrumo de forma mais ou menos aceitável com uma blusa social branca e uma saia lápis preta, coloco os saltos de bico fino e faço um rabo de cavalo alto. Assim que vejo meu reflexo no espelho fico satisfeita com a minha simplicidade e decido passar para a terceira etapa do dia, meu café da manhã.
Submeto-me a algumas torradas velhas e ao café esquentado no microondas, já que o fiz ontem de noite e estou ligeiramente apressada hoje.
Terminei minha rotina em casa e então peguei minha pasta com alguns documentos da empresa, minha bolsa e saí. Cumprimentei o porteiro como é de costume e segui para a garagem, onde meu carro não quis pegar, como ele sempre faz quando mais preciso dele. Embarquei em um táxi e tomei rumo para a Kripke Corporation.
Hoje é um dia de grande importância, meu tão antigo e respeitado chefe Richard Kripke irá se aposentar e passará seu cargo na presidência da empresa para o filho. Não conheço muito meu futuro chefe, embora seja amiga da família nunca o vi em datas festivas ou em qualquer outra ocasião; creio eu que isso se deve ao fato dele morar em Chicago, que fica a exatos 1.270 quilômetros de Nova Iorque, o que dificulta um pouco o contato.
Assim que chego, vou direto para minha sala, faço o mesmo ritual de todo dia e então pego a agenda de afazeres de meu chefe e uma sacola de presente e me dirijo até sua sala, dando duas batidas leves na porta e esperando sua permissão para entrar, e então ele permitiu e eu entrei.
-Bom dia, sr. Kripke -disse sorrindo
-Claire, quanta formalidade. -ele disse parando de olhar para a janela e dirigindo a mim um grande sorriso.
-No último dia sempre devemos parecer mais educados, pelo menos foi o que minha mãe me ensinou.
-Sabe que já é basicamente da família. -ele disse se sentando em sua cadeira
-Sinto-me honrada por isso. -respondi me dirigindo até sua mesa e colocando a sacola de presente em sua frente.
-E o que seria isso? -ele interrogou levemente desconfiado
-Um presente de despedida.
-Não precisava gastar seu salário comigo, Claire. -ele disse terno e amoroso
Richard me acolheu assim que entrei nessa empresa como estagiária. Tudo começou com uma tarefa para a faculdade de administração e desde então ele me trata como uma filha, e eu me apeguei a esse laço de amor e respeito que reina entre nós.
-Eu quis, o senhor sempre foi tão bom comigo e eu quero ainda poder retribuir de alguma forma.
-Você já retribui com a sua amizade. -ele disse pegando em minha mão e dando um beijo na mesma
-Não vai abrir o presente? -disse me escorando na mesa
-Vou, claro. -ele disse e logo em seguida abriu. - Olha, meu perfume preferido! Como descobriu?
-Meu antigo namorado costumava usar o mesmo perfume, não foi difícil me lembrar do nome.
-Sinto muito por você e o Antony. -ele disse colocando o perfume de volta na embalagem
-Tudo bem, eu já superei. -disse me levantando e olhando pela janela.
-Tem certeza? -ele virou a cadeira em minha direção
-Claro que sim. Foi até melhor assim, nós não chegamos ao ponto de nos odiarmos.
-Isso é bom. Me sinto da mesma forma em relação a Emily.
-Eu gostava de quando vocês estavam juntos, na verdade era o meu exemplo de relacionamento perfeito. -disse ainda fitando a janela, impressionada com a beleza da vista.
-Ela não quis mais uma vida conjunta e eu respeito isso. Emily sempre teve um espírito livre e foi bom ela se manifestar antes que eu a sufocasse. -ele disse levantando e parando do meu lado. -Obrigado pelo perfume, eu apreciei muito esse seu gesto.
Eu apenas sorri sincera e então nos abraçamos, foi então que a porta abriu e ouvimos passos ecoarem pelo ambiente, o que fez com que nos afastássemos. Apesar de tudo, ele ainda é meu chefe e eu apenas uma funcionária.
-Bom dia. -disse um homem moreno, alto, olhos penetrantes e uma cara de quem não havia gostado da cena vista
-Bom dia -eu e Richard respondemos em uníssono
-É bom finalmente te rever depois de cinco longos anos, filho.
Então esse era o herdeiro Kripke que todos tanto falavam e aguardavam?
-Por mim poderiam ser ainda mais longos, pai. -ele respondeu indiferente
-Dylan, essa é Claire, sua secretaria pessoal de agora em diante. -Richarde me apresentou
Eu sorri tentando parecer simpática e estiquei a mão para um aperto, como me arrependi amargamente desse gesto.
O prepotente Dylan Kripke apenas me fitou de cima a baixo e desprezou meu gesto de educação, não dirigindo nenhuma palavra a mim, como se eu fosse nada, ou melhor, menos que nada.
-Podemos conversar a sós, Richard? -ele disse e eu entendi sua solicitação para a minha partida.
-Eu trarei mais tarde sua lista de afazeres de hoje, sr. Richard. -disse pegando a agenda em cima da mesa e saindo da sala.
Me retirei e fiquei esperando em minha sala até que minha presença fosse solicitada, o que não demorou muito.
Peguei novamente a agenda e parti em direção a sala, dando duas batidas leves na porta de madeira, como de costume. Ouvi a permissão para minha entrada e assim a fiz.
-Com licença, mandaram me chamar? -disse passando ligeiramente a mão na lateral da saia, uma mania minha
-Poderia falar minhas tarefas de hoje, por favor? -Richard pediu com um humor completamente diferente do de algum tempo atrás
-Claro. O senhor terá uma confraternização com alguns dos CEOs as 10h, uma videoconferência as 11:30 e almoço as 13h, depois disso apenas uma reunião com alguns acionistas as 15h para acertar de vez os últimos detalhes da reforma do Central Park.
-Gostaria que incluísse Dylan nessa última reunião, para ele ir se inteirando desse projeto antes de minha partida.
-Só isso? -disse terminando de anotar
-Por enquanto, sim. -Richard disse sem tirar os olhos de alguns papéis
Senti um olhar perfurando-me, obviamente que no sentido figurado, e então procurei outro alguém na sala e encontrei meu novo futuro chefe me analisando no canto da sala; sua expressão é indecifrável.
-Licença. -disse e me retirei.
Não sei se ele é mal-educado assim mesmo ou se só não gostou de mim, mas algo me diz que as coisas ficarão bem complicadas com a partida de Richard e a ascensão de seu filho a presidência.
O dia passou espantosamente rápido e Dylan me surpreendeu durante a reunião, foi profissional, agradável e em alguns momentos poderia até dizer que ele foi simpático, o que me leva a um novo pensamento: ou ele realmente não gosta de mim, ou tem dupla personalidade.
Ao terminar a reunião, fui para minha sala deixar alguns papéis e logo em seguida fui até a sala do chefe, porém ouvi algo semelhante a uma discussão e envolvia o meu nome.
Oi oi pessoas! Bom, se vocês já leram outras estórias minhas sabem quem sou eu, mas se não, meu nome é Sarah (me chamem de Sah, se quiserem), tenho quase 15 anos e esse é o meu primeiro romance literário sem ser uma fic, então espero que gostem :3
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Suporte-me, se puder
RomanceQuando Dylan Kripke assume por hereditariedade a presidência de uma das maiores empreiteiras do país, ele se vê com o dever de ser o melhor em seu ramo corporativo e o pior dos chefes com sua secretária pessoal, já que segundo o mesmo, ela é a razão...