Unidos por Acaso (Completo)

Bruno

Pela varanda era possível ver a cidade. A praia estava vazia e a água estava com ondas bem agitadas. O Cristo estava iluminado,e as luzes das casas faziam um belo contraste com a lua,deixando tudo mais belo.

Respirei bem fundo,fechei os olhos e me lembrei de todos os momentos que eu tive com a Helena. Da cara de medo quando eu salvei ela do beco,do sorriso quando jantamos na minha casa,esses pequenos detalhes.
Fiquei surpreso quando eu vi ela chegando no salão. Parecia até aquelas modelos de passarela. Senti um pouco de ciúmes quando eu vi todos os homens olhando pra ela,mas eu tenho que admitir,o corpo é perfeito,o sorriso encantador,e o jeito...inexplicável. Não tem como ela passar por você e você não parar para olhar ela.

Comecei a ficar com calor,sai da varanda e andei até o banheiro que ficava no final do corredor. Liguei a torneira e passei um pouco de água no pescoço,olhei pelo espelho e vi o reflexo do Manoel chegando.

- Oi cara,como você tá ? - Perguntou sorrindo.

- To bem,e você ? - Perguntei pra ser simpático.

- Melhor agora! - Pegou uma chave com um cartão e sorriu. - Sabe o que é isso ? - Me olhou.

- Uma chave ? - Peguei alguns papéis e sequei as mãos de costas pra ele. Não queria conversar.

-Mas não é uma simples chave,é a chave de um hotel de luxo,hoje eu vou levar uma mulher maravilhosa para ter uma noite maravilhosa...- Ele olhava pra chave e depois pra mim.

- Que bom,tenha uma boa noite com essa mulher ! - Me virei para ir embora.

- Não quer saber quem é a mulher com quem eu vou sair ? - Já estava na porta,me virei e olhei pra ele.

- Não obrigada ! - Abri a porta. Não fazia importância nenhuma saber com quem ele sai ou deixa de sair.

- A Lena vai ficar muito feliz hoje..- Sussurrou para si mesmo,olhando no espelho e arrumando a gravata.

Eu acho que eu não ouvi direito.

- Lena ???? - Me virei e olhei pra ele.

- É,eu vou levar a ela pra tomar alguma coisa,depois vou falar que eu tenho um presente especial pra ela e que esse presente está na minha casa...- Caminhou até mim. - Quando estivermos sozinhos eu invento uma desculpa e agarro ela... - Deu meia volta e olhou para o espelho vendo o próprio reflexo. - O resto você ja sabe.- Deu uma piscadela.

- Mas você gosta dela ? - Precisava saber.

- Não,ela não faz o meu tipo !

- Então,porque quer levar ela pra cama ? - Fiquei indignado.

- Porque ela foi a única que nunca me quis. E eu gosto de mulheres difíceis.

- Você não presta. - Meu punho ficou vermelho de tanto que eu apertava,uma raiva me consumiu por dentro,eu não iria deixar ele encostar o dedo nela.

- Quem é você pra falar de mim?

- Isso não vem ao caso..

Pulei em cima dele e dei vários socos na cara,ele desviou e deu um soco na minha cara,eu fiquei meio zonzo. Ele aproveitou,ficou em pé e chutou a minha barriga. Eu puxei o pé dele,derrubei no chão e soquei mais o seu rosto.

Mãos seguram meus braços e me impedem de bater mais nele.

- Você é louco. - Ele gritou,tentou se levantar com a ajuda do senhor William.

- Seu babaca,se encostar o dedo nela vai se arrepender de ter nascido ! - Um homem segurava o meu braço. Minha raiva crescia a todo momento.

- Quem vai me impedir ? - Perguntou.

Tentei bater nele de novo,mais os braços de um senhor me seguraram mais forte,me impedindo.

- Podem parar ! - Senhor William gritou. - Parecem duas crianças.

- Ele começou... - Manoel tentou falar.

- Eu não quero saber quem começou ou deixou de começar. Manoel você vai comigo,vou arrumar alguém pra cuidar desses machucados.E você... - Olhou pra mim. - Vai pro quarto que fica na terceira porta da esquerda.Depois vamos ter uma conversa entre homens.

O homem que me segurava soltou meus braços e eu fui para o quarto,sem antes passar na porta e ver a Helena com os olhos arregalados.