Bruno

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Um dia me perguntaram :

- O que você viu nela ?

Eu respondi.

- O que faltava em mim.

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Eu odeio homens que tratam mulheres como objetos,eles simplesmente esquecem que por dentro daquela mulher esbelta,existe outra cheia de sentimentos.Desde pequeno,a minha mãe falava que a mulher merece ser amada,cuidada,protegida,admirada...enfim,ser tratada como uma verdadeira princesa.Então quando eu ouvi o Manoel falando da Lena,e do que iria fazer com ela,meu sangue ferveu. Comecei a bater nele sem me importar se as pessoas estavam ouvindo.Eu não iria deixar ele magoar a Helena,como já fez com várias outras mulheres.

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Bati a porta com força e deitei na cama,olhei para o lado e vi uma toalha de enfeite na cômoda,rasguei um pedaço e enrolei na barrida e na cintura.Mesmo os socos e chutes daquele idiota sendo fracos,ainda deixou muitas marcas.

Batem na porta.

- Quem é ? - A pessoa que está do outro lado não me responde,ao contrário,entra sem permissão.

- Com licença,posso entrar ? - Uma mulher morena com um vestido vermelho,e os cabelos loiros cacheados apareceu na minha vista.

- Já entrou ! - Ignorei ela e voltei a fechar os botões da camisa.

- Precisa de ajuda ? - Será que essa mulher ainda não notou que eu quero que ela vaze da minha frente ?

- Não,já terminei. - Olhei pra ela.

- Fiquei sabendo que você brigou com o Manoel. - Disse chegando mais perto. - E que ele está sendo cuidado por uma das funcionárias.

- É...

- Eu achei incrível você ter batido nele...

- Que bom,agora se me der licença eu preciso de um tempo. - Nem esperei ela terminar.

Ela me ignorou e chegou mais perto de mim,eu me levantei e ela me empurrou na cama,logo após,subiu em mim.

- Você tá louca ?

- Sim,estou louca por você.

Batem na porta.

- É melhor eu abrir. - Tentei me soltar.Ou aquela mulher era a mais forte que eu havia conhecido,ou eu estava sem força nenhuma.Por que mesmo eu tentando me soltar,eu não conseguia.

- Você não vai atender nada.

Batem na porta novamente e agora com mais força.

Tento gritar,mas ela tampa a minha boca com a boca dela.

- Fica quieto,e não fala uma palavra.Ou senão,vai ficar pior pra você.

Ela se aproximou pra me beijar novamente,mas a porta é aberta.

- Com licença,estou atrapalhando algo ? - Helena apareceu com uma maleta branca e com a cara séria.Parecia que ela estava prestes a atacar aquela maleta na minha cara. Pensando nisso,eu já comecei a me defender.

- Não...não está atrapalhando ! - Tirei a mulher do meu colo e andei até Lena ainda sem fôlego.Ela deve estar me achando o maior cafajeste da face da terra.E a mulher ainda ajuda a piorar.

- Bom,eu preciso ir.Depois a gente se vê xuxuzinho ! - Se vê o cacete,vai embora logo,antes que eu te empurre escada a baixo,sua aproveitadora de homens machucados e indefesos. Gritei mentalmente.

Ficamos um tempo em silêncio,ela fala que veio me ajudar com os curativos,no começo eu protesto,mais depois acabo aceitando.Ela me pediu pra tirar a blusa,e foi o que eu fiz.O mais engraçado é que ela revirava olhos e ficava corada.Tentei fazer com que ela falasse comigo,com isso,acabei descobrindo que um dos seus hobbies preferidos é a escrita.

- Você sempre foi chato desse jeito ?

- Olha quem fala,a senhora certinha ! - Eu disse.

- Pelo menos eu não saio por aí se achando o rei do pedaço querendo arrumar briga com todo mundo! - Ela fechou a maleta e se levantou para ir embora,foi quando eu me toquei da minha burrice.

- Não vai embora... - Segurei seu braço. - Eu sei que foi errado eu ter batido nele,mais eu fiz isso pra te proteger.

- Me proteger ? - Ela arregalou o olho e ficou sem entender nada.

Desviei os meus olhos do dela e voltei a fechar os botões da camisa.

- Agora que você começou a falar,vai ter que terminar. - Cruzou os braços na minha frente esperando a resposta.

- Esquece o que eu falei. - Olhei para qualquer lado,menos pros olhos dela.

- Não...não vou esquecer. - Me empurrou e ficou encima de mim. - Agora abre a boca e começa a falar.

- Tá bom,eu vou abrir a boca.... - Como diz aquele ditado,quem arrisca não petisca. - Mas não vai ser pra falar. - Puxei o rosto dela pra perto do meu e dei um beijo cinematográfico.

Foi incrível a sensação,nenhum dos beijos que eu dei em outras mulheres,teve o mesmo efeito do que o dela.É como se estivéssemos conectados,necessitando um do outro,algo impossível de se explicar.Passei a mão nos seus cabelos,e trouxe seu rosto pra mais perto de mim,ela passava a mão nos meus braços e cabelos.

Ela parou de me beijar e falou.

- Você é louco !

- Eu sei ! - Sorri e beijei mais uma vez seus lábios.


Toc...Toc...Toc...


Ela rapidamente se levantou e arrumou os cabelos,antes de abrir a porta.

- Estou atrapalhando ? - Senhor William apareceu com as mãos no bolso,e olhando desconfiado para nós dois.

- Não...pode entrar ! - Respondeu tímida.

Me sentei na cama e ele ficou em pé.

- Como você tá ?

- Um pouco melhor. - Respondi.

- Bom,eu acho que vou deixar vocês conversarem sozinhos. - Ela pegou a maleta e saiu do quarto.Eu a observei sair e fechar a porta bem devagar.

- Não precisa esconder !

- Ham ? Do que você tá falando ?

- Eu sei que você e o Manoel brigaram pela Lena. - Afirmou e eu fiquei sério.

- É verdade...

- Mas porque ? O que aconteceu de tão grave pra vocês saírem nos tapas ?

Pedi que ele se sentasse na cadeira,e então,contei tudo.Desde o começo do jantar,a hora que brigamos,e até o que acabou de acontecer comigo e com a Helena.

- Você está gostando dela ?

- Acho que sim... - O pior é saber se ela está gostando de mim. - Ela é diferente das outras mulheres,como eu posso dizer ? - Pensei na palavra certa que se encaixaria. - Especial....ela é especial.


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Espero que estejam gostando...


* Exemplo de como seria mais ou menos o quarto. ( Foto da mídia)

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