Helena

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Para cada risada deve existir uma lágrima.

Walt Disney


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Sai do quarto e fiquei no salão,que agora estava vazio.Tudo já estava limpo,e alguns convidados se despediam antes de irem embora.


- Lena ?! - Olhei a escada e vi o meu chefe descendo.

- Sim senhor ! - Respondi.

- Eu sei que estou velho,mas não precisa me chamar de senhor ! - Se aproximou de mim.

- Me desculpe,é o costume. - Dei uma risada fraca.

- Ok,essa eu perdoo.Eu vim te agradecer por ter cuidado dos ferimentos do Senhor Bruno.

- Não precisa agradecer,não foi nada demais.

- Mesmo assim,muito obrigado.Não sei o que teria feito sem a sua ajuda. 

- Sem dramas desnecessários,estou aqui para ajudar,sempre que puder.

- Ok,já vou indo.Amanhã você pode ficar em casa,aproveite e descanse,porque hoje foi um dia corrido.

Eu que o diga...Pensei.

- Obrigado,tenha uma boa noite.

- Pra você também. - Me deu um beijo na bochecha,saiu e pediu um táxi pra poder levá-lo.

Subi e fui até o quarto do Bruno.

- Está tudo bem ? - Entrei e vi ele deitado fitando o teto.Parecia pensar em outra coisa,mas o que era,isso eu já não sei.

- Sim... - Se levantou. - Precisamos ir embora.

- É... - Andei até a cômoda e peguei a minha bolsa. - Vamos ?

- Vamos !

Ele abriu a porta pra mim poder sair,veio logo após segurando a minha cintura com uma das mãos,ainda um pouco envergonhada,coloquei a minha mão nas costas dele.

- Você veio de carro ? - Perguntou.

- Não,eu vim de táxi.

- Vou e dar uma carona. - Falou decidido,sem antes perguntar se eu aceitava a tal carona.

- Não precisa,eu pego um táxi.Vai ser rapidinho. - Falei enquanto saia do salão e andava até o estacionamento com ele me abraçando de lado.

- Não.Se eu falei que vou levar,é porque eu vou.

- Não precisa...

- Você é tão teimosa. - Passou nervoso a mão nos cabelos.

- E você muito mandão. - Cruzei os braços emburrada e fiz biquinho.

- O mandão que você adora. - Dito isso,me deu um selinho demorado e me abraçou por trás.

- Verdade ! - Dei risada e abracei ele também.

Fazia anos que eu não me sentia tão leve e feliz.


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Ele fez questão de abrir a porta pra eu poder entrar,depois,entrou pelo lado do motorista e ligou o carro saindo da vaga do estacionamento.

Ele dirigindo ficava sério,os braços fortes e musculosos ficavam tensos,e a boca formava uma linha reta.Mesmo assim,ficava lindo.

- Eu vou me desconcertar se você continuar me olhando,desse jeito ! - Dei uma gargalhada e virei para frente.

- Posso ligar o rádio ?

- Pode,mas cuidado pra não quebrar ! - Mexi nas estações de rádio,coloquei em uma música qualquer e deitei a cabeça no banco.

Olhei pela janela,vi casas e prédios extremamente grandes,algumas árvores com cores alegres,que davam vida ao lugar em que estavam plantadas.Isso me fez lembrar do primeiro dia nessa cidade.No começo eu me senti deslocada.Mas agora,esse lugar é como se fosse uma parte de mim.

- Se você quiser dormir,pode dormir,eu não me importo ! - Parou o carro num sinal vermelho.

- Obrigada ! - Me aproximei e lhe dei um beijo demorado.

- De nada. - Deitei a cabeça no banco e adormeci.

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