Capítulo 11 - De verdade! =D

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"O Senhor é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz tornar a subir dela."- 1 Samuel 2:6


Os dias passaram e, com eles, as semanas e os meses. Três meses depois da páscoa, finalmente Aurora resolveu me levar para conhecer sua família.

Foi marcado um jantar em um restaurante granfino e eu não poderia estar mais perdido. Minhas mãos suavam frio e meu estômago estava embrulhado. Eu já conhecia suas irmãs, mas seu pai e sua mãe não.Aquela seria a noite em que iria ser oficialmente apresentado aos pais de Aurora.

-Se rolar algum bate-boca, você nem se importe. Isso é muito comum na minha família. Quando todos se reúnem, sempre tem briga. -Aurora comentou, no momento em que entrávamos no restaurante.

-O que você falou para seu pai?

-Como assim o quê? - Ela pareceu confusa.

-Você disse que eu viria?

-Claro. - Aurora me fez parar e segurou meu rosto com ambas as mãos.- Quer ficar calmo? Eu disse para o meu pai que iria trazer o meu namorado.

Eu sorri.

-Ele ficou bem curioso. - Aurora completou e me fez gemer de nervosismo e ansiedade.

-Que bom. Agora estou bem mais calmo. - Ironizei.

Aurora apenas riu e, com sua mão na minha, caminhamos em direção a mesa onde sua família estava.

-Papai e mamãe, quero que conheçam Miguel, meu namorado.

Os dois se levantaram para me cumprimentar. A mãe de Aurora, uma jovem senhora que com certeza pintava os cabelos para disfarçar a idade,sorriu e me deu um abraço.

-É um prazer finalmente te conhecer, Miguel.

-O prazer é todo meu, senhora. - Respondi sem jeito.

Assim que ela me soltou e voltou a se sentar, o pai de Aurora se aproximou e estendeu sua mão.

-Já ouvi muito falar sobre você, rapaz.

Ele não sorria, mas seu tom era leve e descontraído.

-Eu também ouvi falar muito do senhor. Sua perna está melhor?

-Ainda doí um pouco, mas eu tenho uma boa enfermeira particular. -Ele sorriu.

-Não acredito que você está de caso com a Clary. - Aurora resmungou ao meu lado.

-Ele não consegue manter as calças fechadas por muito tempo, Aurora.

No instante que a mãe de Aurora terminou de falar, um mal-estar se instalou na mesa. Todos se olhavam, mas ninguém dizia nada.

-Vem, vamos sentar. Vou te apresentar meu cunhado favorito. - Aurora me puxou, quebrando aquele momento estranho.

-Sou o favorito porque sou o único. - Um homem falou se levantando,dando um beijo e abraço em Aurora e me cumprimentando com um aperto de mão. - Oi, sou o David. Marido da Emma.

Depois de cumprimentar Alice e Emma, me sentei entre Aurora e David, de frente para Luiz, o pai de Aurora. Durante algum tempo conversamos amenidades, falando sobre o tempo, sobre a vida de Luiz no Canadá,ou comentando sobre a empresa de Aurora e Alice.

A comida foi servida, comemos e bebemos enquanto o clima estava tranquilo e calmo. Todos pareciam relaxados, mas eu podia sentir que logo algo iria acontecer. Aurora também tentava aparentar relaxada,mas percebi que suas mãos estavam frias e suadas.

Miguel - (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora