Descobertas da Vida (Romance Gay)

Capítulo 25

É possível ser feliz quando aos olhos de outras pessoas, essa felicidade é errada? Bom, eu não sei se é possível, mas eu estaria disposto a descobrir.

Eu estava muito inquieto naquela manhã, eu não sabia como falar com o Pedro. Não sabia se iria sair como o planejado. E Taís já estava agoniada comigo andando de um lado para o outro.

- Hey! Dá pra você ficar calmo!? - ela falou segurando em meu ombro.

- Desculpa! É que tenho medo de nada sair como planejado.

- Pois então terá que sair, olha para trás.

Ao me virar vejo Pedro vindo até nossa direção. Confesso que senti aquela sensação que sentimos quando estamos apaixonados. Vocês devem saber qual é. Frio na barriga ao ver aquela pessoa, aquele nervosismo todo.

A última vez que senti isso mais profundo, foi no meu primeiro relacionamento. O qual eu não gosto muito de tocar no assunto, pois foi bastante difícil para mim. Sentia isso com o Lucas, eu o amava, mas nesse tempo estou me desapegando. Vocês devem estar pensando "Nossa, um mês só! Já está desapegando!?". Pois é, nem eu sabia que era capaz disso.

Eu ainda gostava do Lucas, mas não como antes. Ainda tinha um carinho por ele, mas ele acha que eu o traí, então que ele ache isso quanto tempo ele quiser. Bom, mas o foco agora não era esse.

Pedro parou na minha frente e esperou que eu dissesse algo. E eu também esperava falar, mas eu travei. Demorou alguns minutos e finalmente consegui falar alguma coisa.

Antes de iniciar nossa conversa, eu pedi para que Taís nos deixasse a sós. E seguimos para o auditório da escola.

- Eu queria te pedir desculpas por ontem. - tentava não olhar para ele, por medo de não conseguir continuar.

- Eu sabia que uma hora ou outra isso iria acontecer! - quando ele me disse isso, meu coração gelou.

- Eu sei que te decepcionei. Todo esse tempo você ficou do meu lado, me apoiando, pra no fim de tudo eu te usar dessa maneira, eu não... - Pedro me interrompe.

- Gui, tudo bem continuarmos amigos. Mas eu não quero servir de troféu para ninguém. - Pedro me encarava. - Como eu te disse, eu sabia que isso iria acontecer. Eu só queria que eu me surpreendesse sabe? Que tudo isso fosse uma paranóia minha. Que você provasse que eu estaria errado, que você não iria fazer isso comigo!

Definitivamente, eu estava me sentindo horrível com aquela situação. Fiquei observando Pedro por alguns instantes e vi o quão seus olhos eram bonitos. Sua face, ele era lindo e só agora que eu estava percebendo. Em questão de segundos toda aquele beleza se desfez numa cara de decepção.

- Olha, eu sei que fui meio idiota contigo. - tentava buscar as palavras certas. - Mas, eu pensei muito sobre nós.

- Do que está falando?

- Eu acho que estou apaixonado por você! - falei disparadamente.

Pedro estava incrédulo, ficou apenas me olhando. Parecia uma estátua viva, dessas que vemos no centro da cidade. Ele não conseguia falar nada.

- Você está zoando comigo? - ele perguntou após alguns segundos.

- N-não! - eu estava muito nervoso agora.

- Porquê se estiver, melhor falar agora!

- Pedro, calma. Eu disse que acho que estou apaixonado por você. Isso é complicado pra mim, estou confuso.

- Desculpa, Gui. Mas eu não quero incertezas! - Pedro agora falava num tom grosseiro. - Não quero alimentar falsas esperanças!

Dava pra acreditar nisso? Eu estava numa "declaração" e era isso que ele iria me falar? Se ele estava decepcionado comigo, eu agora estaria decepcionado com ele.

- O quê? - eu estava incrédulo.

-Isso mesmo que você ouviu! - ele me olhou e depois se virou para a saída. -Quando você tiver certeza, aí pode me procurar.

- Pedro, espera... - ele virou-se para me olhar. E então continuei: - Eu não sabia que você era tão idiota assim!

- Eu vou fingir que não ouvi isso!

- Eu estou confuso, você deveria ser mais compreensivo! - eu estava ficando com raiva! - Mas não, você me diz isso! Quer saber de uma coisa, Pedro? Eu não vou te procurar mais! E que saber o porquê? Porque agora eu tenho a certeza! Então, adeus.

Eu estava me direcionando até a saída, quando Pedro segura em meu ombro e me empurra para dentro da sala do auditório novamente.

- Você acha mesmo que eu vou deixar isso barato, Guilherme? - ele estava apertando meu ombro. - Você só quis brincar comigo e acha que vai me descartar dessa maneira?

Eu agora estava com medo dele. Como uma pessoa muda do nada? Uma hora ele era um anjo e no outro o diabo.
Pedro me empurrou e eu caí sentado no chão. Foi então que me levantei e ele veio com tudo pra cima de mim.

Ficamos rolando no chão, e lembro que consegui socar o rosto dele umas duas vezes. Foi então que ele ficou mais irritado e ficou segurando em meu pescoço. Eu estava sufocando, e senti minha visão ficando meio turva. Até que ouço uma vez bem distante gritando "Solta ele!".

Consegui me levantar com dificuldade. E aos poucos minha visão foi voltando ao normal. Fui correndo separar toda a briga e me surpreendi com a pessoa que estava me defendendo. Era ele, meu coração ficou mais acelerado quando o vi.

- Lucas! - falei.

- Você está bem? - perguntou ele verificando.

- E-estou. - gaguejei.

Após as coisas se acalmarem, a diretora nos chamou até sua sala. Ficamos esperando nossos pais para que pudéssemos ser liberados, e não demorou para que eles chegassem. A diretora acabou me liberando, e em seguida o Lucas.

- Guilherme, como está? - perguntou a mãe do Lucas me dando um abraço.

- Estou melhor agora, Sara. Obrigado! - retribui com um sorriso.

- Lucas, a gente pode conversa? - perguntei e ele fez que sim com a cabeça.

- Queria te agradecer por hoje. Se não fosse você, não sei o que teria acontecido comigo.

- Não precisa agradecer! - ele sorriu de lado.

Queria ter falado mais alguma coisa para ele, mas não consegui. Acabei dando-lhe um abraço e fui embora com meus pais para casa. Após ouvir alguns sermões e depois uma boa dose de carinho, eu me dirigi até o meu quarto onde fui verificar as mensagens que haviam nele. Nenhuma de interessante, exceto por uma...

Acho que precisamos conversar novamente! Te encontro no parque amanhã às 15:00hrs.

Lucas!

Um minutinho só leitores, vou desmaiar.