31. Hirunna - Pedido

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Nós ficamos em silêncio durante o caminho inteiro. Comecei a pensar que talvez eu tenha exagerado e ao mesmo tempo me perguntei porquê ele me ouviu.

Será que ele faria diferente se encontrasse Itachi sozinho? Digo, será que ele teria o atacado? Porque com certeza não teria escutado uma palavra sequer do irmão.

Estou preocupada e com medo de ter feito algo errado. Esse silêncio está me matando, mas eu não sei o que dizer. Bem no fundo tem também aquela preocupação normal de nos verem e também um grande lado meu que não dá a mínima. Que quer acabar logo com essa situação, quer que nos vejam logo ou que se ele não quer ficar comigo, que acabe logo com isso.

Chegamos na porta da casa dele, ele a abriu e entrou junto comigo como se eu fosse só mais uma parte do corpo dele, por um instante acreditei mesmo que ele tinha esquecido que eu sou uma outra pessoa e não um membro de seu corpo como o braço ou a perna.

Subimos até seu quarto, ele abriu a porta deu dois passos pra dentro e aí sim soltou a minha mão ele jogou a mochila de qualquer num canto no quarto e se soltou sobre a cama, sentado. Suas mão cobriram seu rosto e o silêncio continuava.

Depois de um tempo eu já não estava aguentando mais, ele não respondia, não se mexia ou fazia barulho. Me encostei na porta fechada do quarto pronta pra falar - ou pelo menos tentar.

- Quer que eu vá embora? - Ele fez que não devagar. - Se quiser ficar sozinho, tudo bem, de verdade, eu vou entender. - Fez que não outra vez. Respirei fundo. - Desculpe.

- ...Por?

- Por ter te feito ouvir ele. Não sei se o que ele disse é verdade, mas achei que pelo menos ouvir ele iria ajudar em algo. Talvez esclarecer algo.

- E o que acha agora? - Sua voz estava abafada. Uma ânsia estranha começou a se formar em mim.

- Não acho nada.  - Digo, porque é a verdade.

Resolvo me sentar ao lado dele, faço isso devagar, não sei se ele realmente me quer por perto.

Fiquei na mesma posição que ele, só que em vez de cobrir meu rosto, entrelacei meus dedos e os deixei no espaço entra as minhas pernas enquanto me apoiava nas mesmas com os cotovelos. Virei meu rosto em sua direção e meu coração apertou quando vi uma lágrima escorrendo pelo seu braço.

- Meu Deus! - Nunca soube lidar com pessoas chorando. - Desculpe! - Eu dei um jeito não muito confortável pra mim de abraçá-lo. Não sei o que eu esperava, mas me surpreendi quando senti seus braços em torno de mim. Ele me puxou pra mais perto e deixou o choro rolar de vez.


Não sei quanto tempo se passou até ele parar de chorar e soluçar, só sei que eu estava extremamente arrependida, acho que até mais do que eu deveria.

- Desculpe. - Repeti quando enfim nos separamos.

- Você não tem pelo quê, pedir desculpas.

- Eu sei... Não, na verdade não sei. Eu estou me sentindo muito culpada pra entender o que eu realmente deveria estar sentindo. - Agora foi a minha vez de ficar com as mãos no rosto, na mesma posição que ele. Ele estava agora sentado inteiramente na cama com as pernas cruzadas, ele pegou meu cabelo do lado em que ele estava e afastou do meu rosto, senti ele colocando todo ele na minha nuca. Mas ele não parou de mexer. Em um certo momento ele puxou meu rosto pra mim olhar pra ele. Ele passou os dedos pelos caminhos das minhas lágrimas.

- Vem aqui. - Tirei o tênis como ele, subi na cama e me sentei de frente pra ele. - Acho que você deveria estar surtando por outras coisas. - Comentou começando a sorrir. - Como o que eu disse quando eu cheguei lá.

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