3. Hirunna - Pesadelos

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- AAAAHHHHH!!!... – Outro pesadelo.

Pelo menos assim consigo me lembrar de meus pais.

Suspirei.

Uma luz na casa ao lado se acendeu, quando me levantei e olhei pela janela vi apenas um vulto rápido. A luz se apagou e uma sombra mal distinta passou de volta pra onde estava antes.

Me joguei de volta na cama.

O pesadelo de hoje foi excepcional. A imagem travou em uma cena que não me lembro se realmente aconteceu.

Minha mãe estava caída no chão. Eu estava de joelhos, chorando. Ela já estava morta, e me olhava sem vida com aqueles olhos vermelhos profundos.

Aquilo foi o que mais me angustiou. Aqueles olhos. Os olhos vermelhos estranhos - que agora sei se chamar: Sharingan - que eu não entendi o que significavam. Sabia que conforme você vai treinando eles vão aumentando o poder, como níveis de um jogo, mas aqueles eram novos até pra mim e eu já tinha visto os dos meus pais e de muitas outras pessoas antes, todos diferentes, não como aquele, mas diferentes.

Dormi novamente só depois de muito tempo e acordei me sentindo completamente dormente.

Tomei um banho mas nem isso adiantou, tive que ir assim mesmo e esperava que todos - principalmente Naruto – não percebessem ou achassem que era apenas sono.

Quando estava indo para a escola o vi na esquina que faltava pra chegar. Ele me viu e veio em minha direção. Tentei parecer normal, mas estava difícil...

- Hirunna, o que houve? – "Droga!"

- Não é nada.

- Cara, você parece um fantasma. – Sorri de lado involuntariamente. – Não sorria. Isso não é bom. Vai, me conta o que aconteceu.

- Só estou cansada. Não tive uma das melhores noites de sono.

- Pesadelo? – Assenti.

- Dos grandes.

- Vai, me conta?

- Prefiro não falar. Se importa? – Ele fez que não.

- Relaxa. Eu entendo. – Sorri agradecida. – Pronta pro segundo dia?

- E pra todos os outros. – Ele sorriu pra mim, mas vi que estava preocupado. – Estou bem. Não precisa ficar assim.

- Sou seu amigo. Tenho o dever de estar preocupado.

- Ajudaria se conseguisse disfarçar. - Comentei, ficamos em silêncio por uns segundos antes dele o quebrar.

- Hum!

- Que foi?

- Sei de algo que vai te ajudar.

- O quê?

- Chocolate. – Ele tirou uma barra inteira da mochila. – Ia te dar depois na aula do Iruka pra compensar ontem, mas acho que você tá precisando. – Ele me entregou a barra. 

Já fazia o quê? Uns 5 anos que eu não como chocolate?

Depois que peguei a barra larguei a mochila no chão e dei um abração nele.

Ele estava muito tenso, percebi. Parecia que nunca tinha sido abraçado. Quando eu ia me afastar ele relaxou e passou os braços em torno de mim.

- Valeu. – Agradeci. – Amanhã vai ser a minha vez.

- Do quê? – Ele se afastou na mesma hora que eu.

- O lanche. Topa fazer cada dia um traz um lanche no ano todo?

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