Meus olhos piscaram algumas vezes e eu quase perco a hora de sair do elevador antes do mesmo fechar a porta na minha cara. Sete homens caminhavam em direção ao elevador e pararam ao ver meu pai sair, os olhos logo saíram de meu pai para se dirigir a mim, curiosos e incrivelmente sedutores, todos os sete pares. Desviei os olhos e encarei o bico dos meus sapatos tentando controlar a minha respiração enquanto ouvia a porta do elevador se fechar as minhas costas. Me acalmava e buscava no fundo de minha mente o nome do grupo e dos integrantes que estavam parados a minha frente falando com o meu pai. Choi Youngjae, BamBam, Jr., JB, Jackson Wang, Mark Tuan, Kim Yugyeom , Got7. Sorri ainda olhando para a ponta do meu scarpin mais satisfeita por ter feito toda aquela pesquisa antes do início do trabalho. Consciente que não poderia ficar com a cabeça virada para o chão por muito mais tempo respirei fundo e levantei o olhar encontrando com os olhos de Kim Yugyeom que havia se destacado do grupo e se aproximara pela minha lateral lentamente. Ele me encarava com um expressão curiosa em seus diminutos olhos, o cabelo loiro descia por sobre os olhos cobrindo a parte de cima e fazendo com que parecessem ainda menores mas sua presença era marcante com mais de 1,80m de altura, a calça era ajustada nos lugares certos fazendo entrever uma musculatura firme, os braços marcavam por baixo do tecido do paletó. Engoli em seco enquanto um sorriso preguiçoso se desenhava em seus lábios porém embora me olhasse sem censuras ele não havia falado comigo me deixando com a opção de ignorar sua presença apesar de corada até a raiz do cabelo. Desviei os olhos e prendi a respiração ao notar que quem me encarava mesmo a distância agora era Mark Tuan. Minha vontade era virar de costas e ignorar a existência de todos eles pelo simples motivo de que eram bonitos demais para ser verdade e perfeitos demais para a minha saúde mental. Perdida nos meus pensamentos e consciente de alguns olhos virados na minha direção quase não percebi quando meu pai se movimentou com a clara intenção de seguir seu caminho. Respirei tão profundamente quando finalmente começamos a nos afastar que na passagem pelo grupo de meninos cheguei a expressar um som de alívio o que fez com que algumas sobrancelhas se arqueassem e sorrisos surgissem nos rostos perfeitamente esculpidos que me rodeavam. Não tive coragem de olhar para trás novamente mas sentia as minhas costas os olhares me acompanhando enquanto caminhava pelo longo corredor até a sala reservada a meu pai onde havia uma nova mesa a esquerda que depois viria a descobrir ser a minha nova mesa de trabalho.
A porta se fechou deixando do lado de fora aqueles perturbadores rapazes e suas belezas estonteantes, meu pai me olhava de esguelha e sorria ao notar meu rubor fazendo com que eu ficasse ainda mais vermelha. Decidida a me dedicar ao trabalho ignorei todos os sentimentos daquele encontro e me concentrei na agenda de papai e nos telefonemas que poderia dar em inglês, anotando para a outra secretária tudo o que não poderia fazer por falta do domínio da língua. O trabalho foi pesado e as horas voaram sem que eu sequer notasse distraída na divisão de trabalhos e execução da minha parte.
Quando bateram a porta e ergui o olhar novamente me vi de frente para belezas únicas mas dessa vez menos impactantes já que eram mulheres que me olhavam com curiosidade. Novamente busquei na minha mente a ficha das meninas, eram quatro e muito bonitas de uma girl band chamada miss A, Wang Feifei, Meng Jia, Min, Bae Suzy, essa última era sem dúvidas a mais bela das quatro e sorria para mim de forma amigável enquanto se aproximava. Bem mais baixa que eu ela estendeu a mão em minha direção e começou a conversar comigo em inglês quase sem sotaque para minha felicidade.
- Bem-vinda! Soube que a filha do chefe começava hoje. É você não é? - Ela se inclinou sobre a mesa e puxou uma mecha do meu cabelo sorridente - Que linda você é, seus cabelos são lindos. Eu me chamo Bae Suzy, mas a maioria me chama só de Suzy.
Sorri simpatizando de cara com a bonita morena a minha frente
- Prazer Suzy, sou Marina e comecei hoje mesmo a trabalhar com meu pai, sou do Brasil. - Notei que tinha acertado em cheio com a mocinha que com os olhos brilhando se sentou a minha frente largando meus cabelos e segurando em minha mão estendida sobre a mesa. Meus olhos se arregalaram ao saber que coreanos não gostavam de toques físicos mas dei de ombros quando comecei a ser interrogada sobre meu país de origem. Suzy queria saber como era, de onde eu era, o clima, os meninos, as meninas, os costumes, as comidas, se eu sabia cozinhar e por final me intimou a cozinhar para ela e suas amigas, o que eu aceitei com prazer já que adoro ir pra cozinha. No fim ela foi quase arrancada de lá por suas amigas que mais tímidas se mantinham afastadas mas participavam da conversa em alguns momentos, a hora do ensaio delas estava chegando e ainda precisavam se trocar mas haviam passado ali para me conhecer a pedido da própria Suzy que se dizia curiosa com uma estrangeira na companhia.
As meninas sairam e voltei ao trabalho. Mais tarde e depois de comer umas quentinhas entregues na sala de meu pai, dei ot rabalho por encerrado e estiquei os braços sobre a cabeça estalando os dedos e olhando meu pai compenetrado sobre alguns papeis sobre a mesa, levantei da cadeira e sem chamar a atenção fui até a cafeteira de sachês preparando aquele que seria o café preferido dele levando até sua mesa e me afastando em seguida vendo o momento em que ele achou a xícara ao seu lado e buscou meu olhar me sorrindo agradecido por alguns segundos antes de voltar a dedicar atenção aos papéis. O dia de trabalho finalmente chegou ao final sem qualquer novo acontecimento importante e recebi elogios do meu pai enquanto descíamos pelo elevador, minha felicidade estava completa até a porta de saída se abrir e eu novamente me encontrar com aqueles sete rapazes parados do lado de fora da porta a espera de seu transporte. Meu pai se encaminhou até eles e eu fui obrigada a acompanhá-lo de perto, logo fui notada pelo que parecia ser seu líder. Alto, pouco menos do que o Kim Yugyeom mas mesmo assim com a presença ainda mais marcante que a dele, olhos negros e misteriosos que me fitavam com uma intensidade que de uma forma estranha me pareciam familiar. Acho que havia assistido clip demais daquele grupo na semana anterior ou estava mesmo com o cérebro perturbado pela aparição daqueles meninos. Ignorando a minha confusão mental ele continuava me encarando, mudo, recuado e recostado a uma pilastra no canto, mãos nos bolsos da calça, cabeça meio inclinada para baixo, pés cruzados para a frente e com os cabelos caídos sobre os olhos, mastigando o palito do que parecia haver sido um pirulito, coxas grossas marcadas pela calça de tecido, braços bem marcados e abdômen extremamente reto eram bem vistos mesmo sob as roupas sociais que usava, um sorriso de canto de lábio foi aparecendo no rapaz enquanto o mesmo continuava a me encarar provocando ondas elétricas por todos os pontos do meu corpo jovem e bem vivo. Engoli em seco e desviei os olhos no momento em que meu pai se despedia do grupo em questão e Chin aparecia abrindo a porta e esperando que eu entrasse no carro.
Finalmente me senti segura sentada ao lado do meu pai e levei a mão ao peito tentando acalmar meu coração que martelava furiosamente no meu peito, me virei no banco e olhei para trás, podia ver que o menino ainda acompanhava o carro com os olhos. Mas que diabos! Que encanto aquele chamado Jae Bum possuía afinal? O que diabos havia acontecido ali ... ?
" Quando o coração acorda junto com o sol, há uma certeza plena e iluminada de um novo dia, um recomeço, a paz extraída do próprio sorriso! " - Camila Custódio

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O Recomeço
FanfictionQuanto se completa dezoito anos se espera de tudo um pouco, um carro novo, um beijo apaixonado, perder a virgindade, quem sabe encontrar petróleo no quintal de casa enquanto cava uma horta, mas não ser expulsa de casa e extraditada do seu país. O qu...