Chance Única

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Agora tinha acontecido, vê-lo entrar na delegacia me marcou muito. Sentir que aquilo iria mudar nossas vidas, somente não sabia se ia ser para o bem ou mal.

Esse segredo mexeu muito comigo, nunca imaginei que seria isso. Mas tudo aconteceu tão depressa que nem raciocinei direito.

Passamos muitos momentos juntos essa ultima semana, nunca fui tão feliz assim, queria passar minha vida toda ao seu lado. Meu estômago estava embrulhado, sentir vontade de chorar, de mandá-lo voltar ou de fugimos juntos. Mas não tinha que acontecer assim.

Voltei para casa triste, o clima estava tenso. Meu tio ainda não tinha voltado, ele tinha ficado muito mexido com a prisão do Douglas. Minha tia coitada, só sabia chorar.

Tudo naquela casa me lembrava ele, ficar ali e não poder o ter era demais, e ainda estava de ferias então liguei para minha mãe e decidir ficar um pouco com ela.

Avisei minha tia, ela ficou um pouco feliz, mas não demonstrou muita empolgação. Liguei na rodoviária e reservei uma passagem para hoje de noite. __

Resolvi da uma volta no bairro e ir até uma sorveteria. Quando estava saindo de casa me deparo com o Eduardo que me olhava triste. Todo esse tempo não trocamos uma palavra, sentir que tinha o abandonado, ele devia está mal com isso.

Sentir-me um péssimo amigo.

-Eduardo, tudo bem cara? -Falei abrindo um sorriso, ele somente me olhou e saiu. Não ia aceitar isso fácil e fui atrás dele.

-Pow cara, me desculpe, fala comigo, por favor. -Eu falei segurando ele, que olhou para minha mão e recuei.

-To ocupado. -Ele falou seco.

-Edu, vamos conversar, por favor. -Eu quase que estava implorando para ele.

-Agora você quer conversar? - Ele falou ríspido.

-Quero, por favor- Eu faço cara de pidão e ele deixou se vencer.

Formos para a sorveteria e ele ficou desconfortável comigo.

-Me desculpe, eu não queria me afastar de você, é que essa semana foi tudo muito intensa. E o Douglas precisou de mim...

-Você não acha que também precisava de alguém do meu lado? Um amigo? Eu também estava lá Luiz, eu passei por tudo

que ele passou e até coisas bem piores. -Ele disse com tristeza, estava muito magoado.

-O que foi pior Edu, me conta? -Eu falava em um tom carinhoso, ele estava muito nervoso, sua respiração era forte.

-Não quero falar agora.

-Ok, mas por favor, não me trata assim, eu me sinto tão mal. -Eu me sentia mesmo, ele passou por tudo aquilo como o Douglas, somente não ia ser preso. Mas tinha que recompensar ele de algum jeito.

-O que vai fazer nessas ferias? Pelo que sei seu serviço comunitário só começa mês que vem.

-Acho que vou ficar em casa.

-Não vai, pode arrumar suas malas que você vai comigo para minha cidade. Minha mãe pergunta mais sobre você do que de mim, eu acho que ela gosta mais de você. -Conto isso como se fosse fazer um fuxico. E ele dar uma risadinha de canto de boca.

-Por favor, não quero viajar sozinho, vem comigo. -De novo faça a carinha de pidão e ele sede outra vez.

-Como não fala não para você menino teimoso. Só tenho que ligar para meus pais e reservar uma passagem no seu ônibus.

-Sim, eba! -Eu comemoro e ele dar uma risada.

A conversa fluiu naturalmente, falamos sobre tudo que aconteceu, ele me contou alguns detalhes que não sabia, e também me falou como foi difícil o reformatório. Depois formos para casa arrumamos nossas roupas na mala, a Sofia ia levar a gente. Eu a convidei para ir junto, mas ela não ia ficar longe do namorado dela.

Segredos De Um Estranho (Luizinho 2) Romance GayOnde histórias criam vida. Descubra agora