Capi†ulo Um

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Capítulo Um - Água sanitária

Lucy estava se juntando ao balcão de seu emprego, puxou o avental e se sentou na cadeira.
Os cabelos negros caindo a altura do meio das costas lhe deixava com uma aparência séria, olhos escuros que frequentemente tinha olheiras, altura média a sua idade, com sua postura era difícil de se acreditar que ela possuía apenas quinze anos, mas a coisa que mais chamava a atenção era o seu pescoço, que geralmente ela mantinha coberto.Havia um corte diagonal reto em seu pescoço, ela se lembrava a todo instante que olhava em algo e via o reflexo de seu pescoço, a lâmina perfurando a sua pele, uma dor aguda que se alastrou intensamente.

— Lucy !Lucy ! Chegou atrasada de novo ! - gritou Franco ao fundo do corredor do mercado.

Franco andou até o balcão e Lucy soltou um suspiro de impaciência.

— Me desculpe, minha mãe estava cuidando do meu corte - ela respondeu com a voz rouca.

— Sim o corte, espero que esteja tudo bem então, mas está é a ultima vez ficou claro ? - Disse com o tom de voz elevado e rígido

— Sim...

Após a saída de Franco, Lucy ficou mexendo em seus dedos tentando fazer seus pensamentos voarem daquele lugar, ela já não suportava a própria vida, já havia tentado tira-la duas vezes e não havia dado certo. Desligada de seu trabalho, quando ela notou uma sombra no balcão, subiu o rosto e viu uma senhora nariguda, cabelos grisalhos, baixa, a olhava com certa curiosidade e tinha um sorriso estranho no rosto, não parecia feliz nem triste, era apenas esquisito.
Lucy começou a passar as mercadorias no caixa, a casa movimento que fazia, sentia o olhar da senhora sobre ela. Quando Lucy terminou, a velha já estava com o dinheiro em mãos.

— 13;25 - disse Lucy espantada com a rapidez da senhora.

Ao olhar para a a senhora, Lucy deu um salto em seu banco ao ver um vulto passar atrás da velha, correndo para o corredor de produtos de limpeza. Aquilo chamou atenção de Lucy, que se levantou da cadeira para olhar por cima do balcão, mas ao esticar o virar o rosto já não havia nada, nem sombra, nem uma pessoa. A senhora se debruçou no balcão, encarando o rosto confuso de Lucy.

— Você o vê ? - Disse em tom de sussurro carregando o mesmo sorriso perturbador.

— Ver quem ? - Lucy perguntou se sentando na cadeira.

— O meu neto...

— N-não - Respondeu colocando as compras em uma sacola plástica.

Pela visão de Lucy, ela achou que a senhora era meio perturbada, e estava em um estado de loucura, sorrindo estranho e fazendo perguntas sem sentido.
A velha sorriu e saiu levando a sacola. Lucy estranhou muito aquela senhora, ela nunca a viu no mercado e era estranha, ou talvez até tivesse visto, mas não havia prestado atenção suficiente para reconhece la.
Lucy continuou trabalhando até o frio do anoitecer chegar, o turno dela era das 1:30 da tarde ás 7:00 da noite. Eram 6:40 quanto ela começou a limpar o balcão, para deixa-lo limpo antes de ir embora. Franco caminhou em passos lentos e desajeitados com duas caixas empilhadas em suas mão parando ao lado do balcão.

— Lucy, vou aproveitar que não tem mais ninguém e descarregar algumas mercadorias no estoque está bem? - disse Franco parando no balcão e colocando as caixas sobre ele

— Por mim tudo bem,

Franco saiu para fora dando a volta para chegar ao caminhão, enquanto Lucy limpava o balcão distraída. Seus pensamentos eram tão altos que ela não notou uma bater de palmas vindo do corredor.

— Ruim... - Resmungou alguém, vindo de um dos corredores.

Lucy se afastou do balcão, observando para ver se tinha alguém perto dela.

— Quem está ai ? - Ela disse colocando a mão na garganta por causa da sua voz que saia rouca.

Não se ouviu resposta. Em passos leves, ela foi andando pelos corredores, apenas sendo guiada pelo o som de um resmungo de "Ruim". Ela passeou nos corredores de comida, produtos de higiene pessoal, doces, até que notou que o som vinha do corredor de produtos de limpezas, ao virar o corredor se espantou ao ver um garoto de costas, um pouco maior que ela, com um moletom branco com várias manchas vermelhas, ele tinha cabelos negros queimados, e passava seus dedos manchados nas garrafas de água sanitária.

— Posso ajudar ? - O amedrontamento não passou despercebido em sua voz.

O garoto parou por alguns segundos, o coração de Lucy gelou ela já pressentia que nada de bom iria acontecer, ele pegou um galão pesado de água sanitária em sua mão e deu uma risada sarcástica.
Ele se virou para Lucy rapidamente, seus olhares se prenderam, mas o do garoto estava com algo amais, um divertimento brilhava no seu olhar, Lucy recuou um passo assustada ao notar a pele do garoto era branca feito gesso e em seu rosto havia um sorriso "feito"  a boca era cortada do canto da boca até os lábios, os olhos dele não piscavam, o sangue dela gelou e o pavor tomou sua garganta.

— Vá dormir...

Estendeu o braço e depositou toda sua força no galão, acertando em cheio a cabeça de Lucy com tanta força que fez seu corpo tombar no chão desmaiado. Jeff a observou com divertimento, pegou sua faca da estante, passou a lâmina que pingava sangue na língua, provocando um corte superficial, e começou a girar a faca nos dedos enquanto observava por onde poderia começar. A alguns centímetros de distância, ele apontou a faca para ela, mas um grito o assustou, fazendo com que sua faca escorregasse de seus dedos e caísse no chão debaixo de uma das prateleiras. Ele observou que seria pego e correu para os outros corredores.

— Lucy! Lucy! Vamos fechar Lucy! - Gritou Franco andando em direção ao corredor de produtos de limpeza.

Suicide And The Killer |†Jeff The Killer†|Onde histórias criam vida. Descubra agora