Capí†ulo Dezenove

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Capítulo Dezenove - Sensações Avassaladoras

Ela havia entendido nas poucas palavras do assassino o que ele queria dizer. Tudo deveria ser a noite, pois teriam maiores chances de escaparem sem o detetive os ver, aquela noite seria muito agitada para ambos os lados, eles fugiriam e a policia teria agora mais uma pista e corpos para encontrar naquela casa, aquela cidade que deveria ser o berço de morte de Lucy desdo início, mas não, os planos mudaram avassaladoramente, a escuridão acolheu o assassino e a suicida, unindo suas almas enquanto seus corpos lutavam para ficarem juntos. Ao cair da noite, Jeff havia ido ao quarto dela para buscar alguma coisa, caminhando com os pensamentos centrados em sangue, mas ele não poderia brincar, desta vez deveriam ser rápidos, enquanto ela ligava para a pizzaria, e antes que terminasse o telefonema, o assassino estava de volta com a faca na mão.

— Jeff... - Lucy o chamou após desligar o celular.

Ele olhou para ela demonstrando atenção.

— Como é a sensação de matar alguém ?

Lucy meio que se sentia idiota ao perguntar aquilo a ele, mas era uma curiosidade, se Jeff era assassino queria saber o que ele sentia quando matava alguém ou quando o torturava alguém.

— É ótima - a voz dele saiu prazerosa — Na primeira vez que você mata alguém Lucy, é algo diferente, até certo ponto esquisito, e você realmente não acredita que praticou aquilo - Deu uma pausa e depois riu — Mas você só sabe se gosta ou não de matar depois, se você não se culpa tanto quanto deveria é porque talvez goste.

Ele se aproximou em passos rápidos e sua mão esquerda gelada foi de encontro a nuca dela. Lucy sentia o ar falta em seus pulmões, os dedos gelados do assassino faziam sua pele se arrepiar, mas por dentro seu sangue fervia, como se estivesse borbulhando.

— Se gostar, vai ser outra morte, depois outra e outra, e isso vai se tornar um vício, um vício doentio, e não tem cura - Sussurrou no ouvido dela.

— Como.Um.Viciado ? - Perguntou com um pouco de dificuldade.

— Isso minha presa, um viciado, só que em matar - E encostou os lábios na orelha dela.

— Não tem... Cura ?

Se endireitou e ficou frente a frente a Lucy, a encarando antes de dar a resposta.

— Oh, não, não - sorriu — Depois de tantos assassinatos em que a pessoa se sentiu bem em fazer aquilo, não tem como negar a si mesmo que aquilo é ruim, sendo que para você é bom - Jeff passava a mão pelo ombro de Lucy — Ou seja... Nem se eu quisesse parar eu conseguiria, eu já viciei, a morte já é meu caminho, é meu vício, se tornou a minha vida.

— Você gostaria de parar ?

Jeff prendeu o ar por um instante, e soltou uma gargalhada risonha, como se tivesse ouvido a melhor piada do mundo. O assassino nunca havia o pensado na possibilidade de parar, nem queria.

— Jeff The Killer, parar de matar? Eu nunca me arrependi de matar ninguém, nem minha família, eu jamais pararia de matar.

— Você matou sua família, isso mostra que é sangue frio - Riu Lucy, e o assassino se curvou um pouco para beija e sua bochecha com ternura.

— É. Mas me diga, como é que é tentar se matar?

— Aliviante - Resumiu.

— A mesma coisa que sinto ao matar alguém - Suspirou — Somos dois que temos pacto com a morte.

— Como assim... Pacto com a Morte ?

A campainha soou, e as atenções se voltaram para a porta de entrada. Havia chegado a hora, não poderiam falhar, tudo aquilo deveria servir para que fugissem daquele lugar juntos.

Suicide And The Killer |†Jeff The Killer†|Onde histórias criam vida. Descubra agora