Capí†ulo †rin†a

2K 194 36
                                    

Capítulo Trinta - Um novo amigo?

Sentada no sofá gelado de couro da casa, Lucy analisou as próprias mãos, ontem durante o banho ela evitou molhar a mão, mantendo-a o tempo todo distante da água. Estava enfaixada com um esparadrapo grosso, que pinicava sua pele e atiçava sua curiosidade, ela gostaria de saber como era aquele corte e como ela havia se cortado. Com cuidado tirou a faixa, encontrando um corte reto e não muito profundo. Arrepios, e uma súbita raiva brotou em seu peito, ela não sabia explicar o porque de sentir aquilo, mas sentia.
Levantou se caminhando até o jardim e respirou profundamente enquanto enfaixava novamente a mão para se acalmar, ficou vários minutos de olhos fechados enquanto escutava o barulho das árvore do bosque próximo chacoalharem e arremessarem folhas pelo ar, e os pássaros passeando pelo céu fazendo de seu canto a trilha sonora do ambiente.

— Olá - Alguém chamou.

Lucy abriu os olhos e olhou a sua esquerda de onde a voz veio. Um garoto aparentemente da mesma idade que a dela, estava com os cabelou louros brilhantes caindo sobre os óculos que escondiam um pouco os olhos verdes tímidos, e os dedos finos estavam parado na cerca.

— Olá - Ela acenou simpaticamente.

— Nunca te vi por aqui... Quem é você?

— Me chamou Lucy, sou prima do Franco - Respondeu ela se aproximando com passos lentos até a cerca.

— Que estranho - Falou ele colocando um dos dedos nos lábios enquanto olhava para a casa e depois para ela — Não me lembro de Franco ter uma prima... Na realidade, nem pensei que ele tivesse parentes além do pai.

A garota deu de ombros com um meio sorriso, em matéria de 'não lembro' não se podia discutir, tanto ele não sabia quanto ela, então estavam no zero á zero.

— Prazer, sou Ollyver, mas me chame de Olly - Disse ele estendendo a mão esquerda por cima da cerca.

Lucy olhou para baixo e o garoto reparou na mão enfaixada dela, então estendeu a direita, ela sorriu e apertou com firmeza.

— Me desculpe, não notei sua mão machucada...

— Tudo bem, eu estou me acustumando com ela.

— Mas o que ouve com ela? - Perguntou ele olhando melhor para a mão dela.

— Eu não sei, devo ter cortado com algo... Não me lembro.

— Não?

— Na realidade não me lembro de nada. É como se eu estivesse aprendendo tudo de novo.

— Como assim?

Entre as madeira havia uma madeira inferior que estava faltando, ela podia ver o short escuro, as meias brancas que vinham até um pouco para baixo do joelho e o tênis marrom de Olly, ele parecia um daqueles garotos saídos de seriados de TV, que usavam blusa dentro do short com cinto, tudo certinho. Lucy se sentou com as pernas cruzadas na grama, e ao ver a garota se sentar Olly também se sentou da mesma maneira no gramado para observa-la, era raro ele ter companhia, e quando tinha gostava de apreciar o tempo que fosse possível. Um tinha a visão do outro por aquela falha na cerca, Lucy contava sobre o que havia acontecido com ela enquanto brincava com os matos da grama, Olly escutava atentamente á tudo o que ela dizia, olhando calmamente para ela.

— Puxa, isso é terrível! - Exclamou ele batendo as mãos nos joelhos.

— Nem tanto... Tirando a parte de parecer um barata tonta toda vez que ele diz meu nome, Franco é uma pessoa legal.

— Eu raramente falo com ele - Disse Olly coçando a nuca enquanto o óculos ameaçava escorregar pelo seu nariz — Ele é muito ocupado, aliás, como todos os adultos, as vezes gostaria de parar de crescer e ser assim para sempre.

— Você queria ser adolescente para sempre?

— Não adolescente, mas sim a aura que temos agora, quando somos adultos temos tudo - Ele suspirou profundamente enquanto olhava para trás — Mas sempre queremos mais, esperamos algum dia sejamos da realeza, mas reis não são nada além de imagem.

— Você dizendo assim, parece que...

— Que acontece comigo?

Lucy olhou hesitante para ele enquanto entralaçava os dedos de nervosismo, ela não queria ter entrado em um assunto pessoal demais, mas ao contrário do que ela pensava ele estava com um meio sorriso enquanto olhava para os próprios tênis.

— É, acontece.

Ficaram em silêncio por alguns segundos, até que Olly levantou a cabeça com um sorriso.

— Então... Você está em qual escola?

— Eu...

— Me desculpa de novo, eu me esqueci que você não consegue se lembrar, me desculpa - Falou ele imediatamente para corrigir seu erro.

— Não, está tudo bem... mas Franco não me disse.

— Oh... Espero que venha para a minha, assim terei companhia - E com um sorriso ele a fez sorrir, e ficaram os dois dois sorrindo como crianças.

Olly! Venha filho, precisamos ir!

Olly bufou enquanto estendia a mão pelo buraco da cerca.

— Até mais Lucy, preciso ir com minha mãe em uma clínica.

— Espero que esteja tudo bem com ela - Disse ela apertando a mão dele.

— E está...

O garoto se levantou e caminhou para dentro de casa, mas antes se agaixou no chão e acenou para ela, e ela acenou de volta. Lucy ficou sentada no mesmo lugar enquanto observava alguns detalhes da casa de Olly, era um casa comum, havia um gramado bem curto e ralo junto a cerca, concreto ao redor da casa, e ela podia ver um balanço sendo balançado apenas pelo vento.
Sozinha e mais uma vez solitária, Lucy pegou um regador e com cuidado começou a regar as lindas flores do jardim que Franco havia feito para sua falecida mãe.

Suicide And The Killer |†Jeff The Killer†|Onde histórias criam vida. Descubra agora