Capí†ulo †rin†a e dois

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Capítulo trinta e dois - É possível?

As risadas de Jeff ecoavam por todo aquele galpão abandonado em um sítio já esquecido e um pouco distante da cidade. O lugar estava em ruínas, ratos passeavam pelo chão, aranhas decoravam as paredes com teias, o vento frio passava pelos furos dos cupins, e um corpo se encontrava perto de um monte velho de feno, o corpo era de um homem idoso que morava em uma fazenda próxima, o sangue fresco escorria pelo chão, enfeitando mais aquele horrendo lugar.
O assassino estava encostado no canto da parede, escrevendo com letras de sangue sua angustia, enquanto em sua outra mão havia sua faca que fazia ruídos grotescos perfurando a parede.
Kill, kill, era sua raiva transbordando de seu pote de insanidade.
Bateu a cabeça na parede diversas vezes, mas a dor era passageira. Sua cabeça implorava para gritar, ele mesmo não conseguiu conter seu desejo se berrar para o vazio o que acontecia dentro de si.

Seu grito era alto e assustador, ele sentia dor e falta, era uma dor que ele nunca havia sentido na vida, era horrível e o rasgava por dentro. Gritou até perder o fôlego, e quando sentiu que a garganta ardia se calou encostando na parede.

— Eu preciso de você Lucy - Ele sussurrou em meio ao silêncio.

Ao seu lado estava Lucy, olhando para ele com seu olhar inocente e feliz, ela estendeu a mão pálida e enfiou-a no bolso do moletom. Jeff chacoalhou a cabeça e aquela imagem sumiu. Era apenas uma alucinação, ela não estava alí e ele tinha plena consciência disso.
Colocou a mão no bolso do moletom e sentiu o áspero do cachecol azul de Lucy, o cheiro dela pelo incrível que fosse ainda permanecia alí.

— Você não manda em mim - Falou Jeff a si mesmo como se falasse com alguém — Você não manda em mim detetive...

Um pensamento obscuro passou pela sua cabeça, teve uma miragem do corpo pesado do detetive caído no chão, o peito aberto enquanto Jeff pisava em seu coração até que ele fosse esmagado.
Risos começaram a escapar dos labios do assassino em imaginar a cena.

— Você não manda em mim... - Riu erguendo a faca — VOCÊ NÃO MANDA EM MIM!

As gargalhadas macabras preencheram o ar. Apesar das palavras estarem soltas no silencio em que mais ninguém podia ouvir aquilo era para o detetive, ou qualquer outra pessoa que o impedia de estar junto de algo que era seu. Lucy era dele, só dele, e não iria compartilhar com ninguém.

"Ou ela é minha, ou não vão restar mais ninguém para te-la" pensava ele em meio aos risos histéricos.

†:)†

Nate estava com um pincel derramando tinta preta pelo papel forrado no chão. Ele desenhava na parede e todos podiam ver o quanto ele era alto, o cabelo branco tampando a nuca, a blusa azul e a calça preta eram as únicas coisas que os ajudantes viam do detetive, ele estava descalço para não sujar os tênis de tinta.

— Por favor Christine, a tinta vermelha com o pincel mais fino por favor?

A ajudante pegou sobre a mesa os objetos e colocou-os em um caixote próximo ao detetive. Faziam-se três dias que eles andavam tendo notícias da garota, mas nada de importante, na opinião de Christine e Isaac.

Suicide And The Killer |†Jeff The Killer†|Onde histórias criam vida. Descubra agora