|24| KIMBERLY

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— Eu tenho mesmo que fazer isso? -perguntei ao meu pai enquanto entrava no elevador, me acomodando ao seu lado.

—Tem Kimberly, agora vá até lá e mostre que eu te dei uma boa educação. -ele deu leves tapinhas na minha costa. O elevador abriu e ele riu para mim, antes de sair andando e me deixar completamente sozinha.

Passei na mesa da Letícia para perguntar onde era a sala de Zayn. Tentei puxar conversa e quem sabe aliviar a tensão que pairava sobre mim. Infelizmente ela estava ocupada de mais e não pôde dar muita ideia.

Bati na porta do Zayn recebendo um entre como resposta, assim fiz.

O escritório até que era aconchegante, tinha tudo a ver com ele e com a pouca fração da personalidade dele que eu pude conhecer ontem.

—Hm, oi. -encolhi meus ombros depois de me sentar em uma poltrona de couro, ficando de frente para ele.

—Oi Kimberly. -Zayn disse me analisando com intensidade, puta merda- O que te trás aqui?

O que me trás aqui?

Eu não sei.

Eu deveria me lembrar?

Quando dei-me conta estava o encarando, aquele maldito cabelo arrumado perfeitamente. Tudo nele era encantador, mas eu não posso pensar de mais.

— Eu só... queria agradecer por ontem, foi muito legal da sua parte ficar por perto.

Fitei minhas unhas, pintadas de rosa bebê e por algum motivo senti meu estômago revirar quando ele se levantou da sua cadeira, levantei minha cabeça novamente e fixei em algum quadro qualquer na parede.

—Não foi nada. -ele me lançou um olhar sério, pegou alguns papéis em cima de sua mesa e os ampliou em um canto, ainda em pé. - Não é como se você fosse um bebê e precisasse de uma babá.

— Que bom que não sou a única que pensa assim. -me mexi na cadeira — Mas é do meu pai que estamos falando - dei uma risada que infelizmente não foi acompanhada, ele continuou com sua postura séria.

— Você está melhor, hm? Vejo que você parece - e então ele começou a caminhar em torno da mesa e parou bem atrás da poltrona que eu estava sentada, seus passos eram lentos e eu os acompanhei apenas com os olhos, sem mover a cabeça. — Perfeita. - ele terminou.

— Oh, sim,os remédios fizeram efeito. obrigada. - falei gentilmente, não querendo estender mais esse momento estranho, eu precisava de ar. Perdi todo ele assim que botei os pés aqui.

— Eu vou te deixar trabalhar. - levantei bruscamente, o ato foi brusco, até de mais, o suficiente para me fazer dar de cara com ele, mais um pouco e a gente estaria colados.

Até que não seria uma má ideia. Mas que diabos?!

— Que tal você me agradecer almoçando comigo? -Sua voz me interrompeu antes que eu saísse de sua sala.

-—C-com você? -me atrapalhei um pouco, não esperava por isso. Definitivamente não.

— É, algum problema, anjo? - senti minhas bochechas esquentarem ao ouvi-lo me chamar de tal maneira.

—Sim? - Digo rápido mas quando percebo que não era aquilo que eu queria responder trato de dar uma resposta mais firme.

— Não, não. Problema nenhum. -sorrio de lado. Ele me encara fixamente por alguns segundos e eu não posso deixar de ficar nervosa com tudo aquilo. Eu não gosto que me encarem, não sei lidar.

— Ótimo! - Finalmente ele diz, tirando seus olhos castanhos sobre mim, olhos castanhos, isso me fez lembrar algo mas não me lembro o que —Passe aqui na hora do almoço. -assinto me levantando —Estarei lhe esperando.

— Certo.

Ficar aqui sem fazer nada é muito chato mas quando eu era criança eu adorava. Naquela época a Annie ainda era uma pessoa legal, traziámos nossas bonecas e fazíamos um grande desfile, com as mini roupinhas que minha mãe costurava especialmente para elas.

Liguei para Luke e pedi para ele me manter distraída até a hora do almoço mas ele não pôde, disse que estava ocupado ajudando seu pai a arrumar um cano que havia estourado, o que de fato, eu não acreditei.

Tem uma parte lá fora que mesmo depois de crescer eu gosto de ir, tem até um pequeno lago para embelezar o lugar. Era para lá que eu estava indo.

Entrei no elevador mas logo me arrependi de ter o feito, tinha dois funcionários se beijando descaradamente, isso é tão antiquado em ambiente de trabalho. Graças a Deus chegou no primeiro andar logo e eu saí dali sem ao menos olhar para trás. Avistei o hall de entrada e caminhei em passos rápidos mas do nada senti uma pressão contra meu corpo fazendo minha pequena bolsa ir direto para o chão, espalhando tudo que havia lá dentro.

Inferno.

—Me desculpe. - O garoto no qual havia se esbarrado em mim disse. Me abaixei para juntar tudo e ele fez o mesmo e me ajudou a pegar minhas coisas.

— Sem problemas. - levantei do chão e arrumei minha bolsa em meu ombro.

—Está tudo bem?- fiz contato visual e reparei que ele tinha olhos verdes, eram lindos.

— Oh, sim. Não foi nada- disse gentilmente

Me pergunto quem é ele, nunca o vi por aqui e meu pai nunca o mencionara.

—Meu nome é Harry. - ele disse sorrindo como se tivesse lido meus pensamentos.

Harry! Oh sim claro, deve ser ele o filho de James, um dos sócios do meu pai. Ouvi mencionarem o nome dele no jantar que tivemos a alguns dias.

— Kimberly - ofereci um aperto de mão que logo foi aceito

—Eu sei quem você é – e então ele piscou e saiu andando, saindo completamente fora do meu campo de visão.

Como assim "eu sei quem você é?" Nunca fomos apresentados

Urg, estranho.

baby girl [em revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora