Pai...

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Ele nos ama. Pode não demonstrar muito, mas o sentimento existe. Seu jeito é reservado porém elegante, o tipo de homem que chama atenção somente por chegar. É óbvio que os cabelos claros ajudam. Mas ele exala segurança, e isso desperta a curiosidade nas pessoas.

Comigo ele sempre foi bom. Gostava de me levar em "aventuras", como ele mesmo chama. Ir caminhar na trilha do parque, aprender a andar de patins juntos, ou só tomar sorvete. Ao menos uma vez por semana saíamos em nossas aventuras, só eu e ele. Era nosso combinado com Lara, já que ela passava a maior parte do tempo comigo e precisava de um tempo sozinha também. Para fazer coisas de mulher.

Eu gostava de sair com Gustavo, ele era divertido, porém um pouco sentimental. As vezes quando sentávamos num banco qualquer, ele começava a contar histórias do passado, seus olhos marejavam e sua voz ficava pesada. Eu apenas sorria e concordava, não cabia a mim julgar ou comentar.

Em parte eu acho que sua tristeza era por sua filha morta, a saudade e a vontade de estar contando isso à ela. Em outras arrependimento de ter feito algo ou de não ter feito.

Mas a decisão que ele mais se orgulha é ter conquistado Lara mesmo após um não.

Lara e Gustavo continuam juntos e mesmo após 25 anos de casamento, não cansaram um do outro.

Beth||ContoOnde histórias criam vida. Descubra agora