Theo...

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— Volta aqui!

Vem me pegar!

Você sabe que eu não aguento correr! — Theo colocou a mão no peito tentando recuperar o fôlego.

Não sei de nada...

Ele sorriu, maliciosamente demais para alguém com 14 anos, e veio lentamente para perto. Seus cabelos lisos estavam molhados pelo suor e isso fez com que parecessem negros.

Para de correr, Beth. Já estamos grandes para isso.

Meu sorriso diminuiu. Theo sabia que sempre quis aproveitar a infância ao máximo. Não sei se sentia raiva ou tristeza.

Parei de correr, mas não olhei para ele. Seus olhos castanhos encontrariam os meus e decifrariam o que eu estava pensando.

A medida que se aproximava pude ouvir os pequenos galhos quebrando sob o peso daquele corpo grande para a idade que tinha.

Fui tomada pela surpresa ao sentir a respiração lenta no meu pescoço e mãos que me seguravam pelos ombros.

Te peguei — sussurou.

Você me enganou — falei no mesmo tom, sorrindo.

Não, só usei uma tática nova.

Ele não me soltou, nem se mexeu. Pensei em correr, mas isso não funcionaria.

Então fiz algo que, provavelmente, não teria coragem para fazer hoje.

Joguei o meu corpo para trás, pegando Theo de surpresa, e caímos. Rolei para ficar em cima dele.

Te peguei...

Encaramo-nos. Respiração ofegante.

Não lembro o que exatamente passou pela minha cabeça, só sei que agi por impulso, e beijei o meu amigo.

Theo retribuiu o beijo, me segurava pelo cabelo com uma mão, e a outra pousada na minha coxa.

Não queria parar. Aquele beijo lento bagunçou todas as minhas emoções.

De repente fiquei com medo de perder meu amigo. Meu coração acelerou e eu não consegui respirar corretamente.

Theo... Desculpa! — eu disse e corri para casa.

Beth||ContoOnde histórias criam vida. Descubra agora