Capítulo 5

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Arrumei a mala da pequena Alice e então fomos juntas até a escola.

Alice iria junto para o acampamento.

No ônibus, esperamos todos os alunos se acomodarem em seus lugares e fizemos a chamada, o único que faltava era Luck. Onde diabos esse menino se meteu?

-Todos estão aqui? - Roberto perguntou bagunçando o cabelo de Alice que ficou irritada e deu um tapinha em suas mãos.

-Ela não gosta que mexa nos cabelos dela. - Falei. - Falta Luck.

-Cheguei. - Luck falou sorrindo. Seus olhos foram de mim para Alice e então se aproximou e repetiu o que Roberto fez, porem estranhamente Alice não reclamou, apenas sorriu ao ver Luck.

-Ela não gosta disso ou não gosta de mim? - Roberto perguntou franzindo a testa.

Após Luck se sentar o motorista do ônibus deu a partida.

Ao chegar ao acampamento, escolhemos o melhor local e começos a montar as barracas.

Alice queria me ajudar a montar, mas ela mesma acabou se irritando e desistiu.

Olhando as instruções no papel não fazia sentido e falam que é só olhar a instrução que será fácil de montar. Fácil? Não sabia nem por onde começar.

-Moço... - Ouvi a voz de Alice enquanto eu encarava o papel da instrução, olhei para ver com quem ela estava falando e lá estava Luck sorrindo para Alice.

-Diga minha pequena. - Luck se abaixou para ficar da mesma altura que Alice.

-Ajude a mamãe montar esse negocio. - Alice apontou em minha direção e Luck me analisou.

-Será que devo? - Luck perguntou.

-Sim. - Alice balançou a cabeça em afirmativo e continuou. - Mamãe concordou que você é bonito.

-Concordou?

-Vai ajudar ou não? - Perguntei ignorando Alice que me dedurava.

Antes mesmo que Luck viesse me ajudar, Roberto se aproximou e começou a monta-la.

-Segure aqui para mim? - Pediu e então o ajudei até que finalizasse, quando olhei para Alice, Luck não estava mais.

Preparamos uma mesa repleta de comida para que os alunos pudessem aproveitar depois de terem montado suas barracas.

Luck se aproximou ao lado de outra aluna, ele teria montado a barraca dessa garota o que me deixou com um pingo de ciúmes.

Comemos a refeição e fomos nos preparar para brincar de Paintball.

Alice ficou com a coordenadora que não queria participar.

Jogaríamos 11 contra 11 em meu time havia ficado Roberto e o outros alunos e no time adversário estava um coordenador, Luck e a Raquel a loira que ele havia ajudado a montar a sua barraca, sendo assim já sabia para quem seria o meu primeiro tiro.

Na reunião do nosso time para programar uma estratégia falei.

-Precisamos eliminar Raquel primeiro.

-O que? - Perguntou Diego, o aluno, um tanto aflito.

-Ela nos dará problemas. - Respondi. Ao menos para mim ela já começou a dar.

-Raquel é horrível em mira, já jogamos uma vez entre a nossa sala. - Outro garoto respondeu.

-Ela melhorou. - Falei.

-Certo. - Roberto falou sorrindo. - Os mais agíeis deve ir pelo centro e pelo lado direto, precisamos de dois fortes na base e o restante no lado esquerdo.

Todos concordaram, mas eu só queria eliminar a Raquel, ninguém conseguia entender o quanto arriscado era deixa-la no campo?

Começamos. Fui para o lado esquerdo, ou seja, estavam falando que eu não era ágil e nem forte.

Arrastei-me até uma parede feita de madeira e pela janela consegui acertar uma menina, mas não importava, pois não era quem eu queria.

Os gritos despertava minha adrenalina.

-Falei, Raquel já foi eliminada. - Uma das alunas falou.

-Quem a eliminou? Era para deixa-la para mim.

Ela riu e respondeu.

-Professor Oliveira a caçou e a eliminou.

Menos mal, ao menos não era um aluno.

Continuei a caminha entre as arvores e então encontrei Luck em cima de uma pedra com a arma apontada em minha direção.

Não consegui atirar, apenas continuei olhando para sua arma.

Luck desceu da pedra e se aproximou de mim.

-Atire logo. - Falei.

Luck largou sua arma no chão

-Não posso atirar, não tenho arma. - Falou.

-O que você está fazendo? - Perguntei.

-Dou minha vida por você. - No mesmo momento comecei a rir e não hesitei ao atirar em seu peito, logo Luck fazendo um teatro colocou uma de suas mãos no peito e se jogou ao chão "morto".

Depois disso prestando a atenção em seu teatro, um aluno me atingiu, me eliminando também.

-Dei minha vida pra você e é assim que você termina? - Luck perguntou se levantando.

No fim minha equipe ganhou graças ao Roberto.

À noite ficamos todos ao redor da fogueira e comemos marshmallow, observei que Raquel ficou o tempo todo com Luck, era tão obvio que ela o queria.

Roberto tentava conversar com Alice, mas ela apenas o ignorava.

-Filha, Roberto é irmão de Ana. – Foi com essa frase que os olhos de Alice brilharam e então mudou totalmente seu jeito com Roberto.

Após colocar Alice para dormir, fui para fora da barraca para apreciar as estrelas.

Longe vi Luck acenando para mim, então aproximei-me dele.

-Venha quero lhe mostrar algo.

-Mostre para Raquel.

Luck riu e então segurou umas de minhas mãos, em silêncio o acompanhei. Afastamos-nos um pouco do acampamento até chegar a um lago.

-Lindo. - Falei observando a lua e as estrelas no espelho que o lago se tornou.

-Eu? - Luck perguntou sorrindo.

Não concordei e não neguei, apenas continuei em silêncio olhando para o lago.

Em um movimento rápido com um de seus braços Luck me puxou para si e então pude sentir seu corpo quente e seu abdômen endurecido.

-Sei que não deveria fazer isso, mas vou me arrepender se não o fizer. - Luck falou e então seus lábios encontraram os meus apenas com a claridade que a lua e as estrelas nos proporcionavam.

Aceitei, pois como ele se eu não o fizesse também me arrependeria.

Seu corpo quente era reconfortante na brisa gelada que nos atingia.

Seu halito doce era o melhor sabor que pude provar.

-Pareço uma adolescente com medo de ser pega pelos professores. - Falei

-Dessa vez o aluno que pegou a professora. - Sussurrou.

LIMITES [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora