Eu tenho esse problema, é que eu não consigo gostar de ninguém. Eu nunca me apaixono por ninguém. Eu nunca amo ninguém. E embora eu saiba disso, eu prendo as pessoas em uma teia. Eu quero amar e quero ser amada, mas uma hora o peso das mentiras quebra a corda, já gasta por um amor falso, e todos se machucam. Talvez pelo meu próprio ego ou orgulho, eu vou levando isso. Ou talvez a culpa seja dos livros e das comédias românticas em tardes chuvosas de domingo.
Talvez eu seja realmente muito nova, mas tenho pressa porque sei que se acontecer tarde, não vou ter tempo de viver tudo o que eu quero.
O engraçado é que eu não quero só as partes boas, como uma criança boba. Claro que quero um beijo no pôr do sol, no topo de uma roda gigante, quero o cafuné, quero as mãos dadas, quero a conversa até de madrugada. Todo o clichê. O conto de fadas. Mas também quero as brigas feias, a lágrima seca, o sorriso sarcástico, as músicas tristes que vão me fazer perder o orgulho e discar o seu número, nem que por acaso.
Quero sentir algo, porque cansei de ser de pedra. Mas quero sentir algo verdadeiro. Nada de amores platônicos, de goiabada sem queijo. Quero tua boca na minha, sem maldade. Quero que a pipoca daquela sessão de cinema dure para sempre. Quero que quando eu grite, você me cale com um beijo. Quero que você olhe para mim, com ternura, com desejo. Quero beijo na testa, mão dada. Quero que meus pais não se importem, que eu esteja liberada. Quero que você se orgulhe, quero ser mais que só uma namorada. Mas acima de tudo, quero você, seja lá quem for.
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Desculpe O Auê
RandomEsta obra é uma coleção de fatos, relatos, devaneios e questionamentos de uma pessoa que vive atrás de uma xícara de chá. Não que ela saiba realmente alguma coisa sobre a vida, mas aqui estão seus pensamentos mais profundos e um contrato de segredos...
