Uma coisa que aprendi nesses últimos anos, é que por mais que você esteja cercada de pessoas, que sua lista de contatos esteja prestes a explodir, que você não tenha tempo de visitar seus avós porque tem muitas festas para ir, ainda é possível se sentir solitário. Não há amor que cure por dois, o que você não pode curar sozinho. E não há bebida no mundo que concerte a palpitação no peito, que descompassa cada vez que você percebe isso.
Nem o chá quente, e a cama aconchegante aquecem a pedra de gelo que eu virei por dentro. Nem o calor da Bahia, aquece minhas mãos frias devido ao meu estado interno. Mas eu gosto do frio. Da paleta de cores que cercam os amores que ultimamente vi. Cinza. Branco. Preto. Azul. E a redoma de vidro que cuidadosamente se mantinha ao meu redor, contém rachaduras no vidro que uma vez já foi resistente. Mas nada dura para sempre. Nada proteje eternamente. E é enquanto eu durmo que você ataca. Suas mensagens em plena madrugada são fortes abalos que venho sofrendo. A cada sorriso roubado, eu baixo um pouco a guarda. E o estrago eu vejo a luz do dia, as rachaduras que se tornam ameaças.
E recentemente descobri que essas rachuduras me fazem cócegas, e deixam o ar entrar pelo meu castelo de gelo. Mas e quando a calota polar derreter? Onde você vai estar? Por que não há jeito de fazer você ficar. Não ha jeito de fazer isso parar.
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Desculpe O Auê
RandomEsta obra é uma coleção de fatos, relatos, devaneios e questionamentos de uma pessoa que vive atrás de uma xícara de chá. Não que ela saiba realmente alguma coisa sobre a vida, mas aqui estão seus pensamentos mais profundos e um contrato de segredos...