Encarei meu marido pensativo e fiquei me perguntando o que poderia ter acontecido. Normalmente Alfonso só ficava pensativo assim quando era alguma coisa relacionada ao trabalho, mas fazia muito tempo que eu não o via assim.
- Titi você vai minha casa quando?
Sorri voltando minha atenção para Olívia.
- Quem sabe essa semana? - acariciei seus cabelos.
Olívia sorriu empolgada e pulou no meu colo. A peguei e beijei seu rosto, ela tinha os cabelos loiros de Angelique e os olhos de Christian. Fiquei me perguntando como seria uma filha minha e de Alfonso ou então um menino, eu ficava na dúvida, às vezes. Desde que parara de tomar o remédio ficava pensando se gostaria mais de ter um menino ou uma menina primeiro. No fim não fazia diferença, pois, quando eu e Alfonso tivéssemos um bebê ele seria amado, tanto quanto Olívia.
- O jantar está pronto. - Débora anunciou sorridente.
Coloquei Olívia no chão e ela sorriu indo pra perto de Christian e Angelique.
Me aproximei de Alfonso e o abracei por trás.
- Por que meu marido está tão sério? - perguntei em tom de brincadeira.
Alfonso se virou e foi sua vez de me abraçar.
- Nada, meu amor, estou bem. - sorriu. - Vamos comer. - me deu um beijo e me guiou pela mão.
Sentei na mesa ao lado de minha esposa e com as outras pessoas que eram tão importantes pra mim. Tentei me concentrar no momento, mas não estava conseguindo pensar em outra coisa. Depois de quase treze anos finalmente o assassino de minha mãe tinha aparecido, em um momento da minha vida em que eu já não acreditava mais que isso poderia ser possível.
De repente toda a dor, a frustração e o sentimento de injustiça que carreguei por anos poderia desaparecer quando eu colocasse aquele desgraçado na cadeia. Finalmente eu poderia enterrar de vez aquele passado, deixar pra trás toda a culpa que eu sentia por não ter conseguido salvá-la. Minha mãe nunca mais voltaria pra mim, mas pelo menos eu conseguiria prender seu assassino. Em algum lugar, num outro mundo eu daria a paz que a minha mãe merecia.
- Alfonso?
- Hum?! - pisquei e encarei meu pai.
- Tá distraído filho? - meu pai sorriu me olhando.
- Um pouco. - suspirei. - Estava lembrando de umas coisas que tenho que fazer amanhã. - forcei um sorriso.
- Mas agora não é hora de pensar no trabalho. - meu pai sorriu.
- É tem razão. - forcei um sorriso concordando com ele.
Encarei Anahí e ela me olhava com um sorriso doce nos lábios. Forcei um sorriso e após me servir fiquei pensando, enquanto comia, o quanto minha teria gostado de conhece-la, o quanto as duas teriam se dado bem. Não que eu não gostasse da Débora, ela fazia meu pai feliz, entrou em sua vida e preencheu parte de um vazio que eu nunca pensei que pudesse ser preenchido. Ela fez meu pai sorrir e amar outra vez, mas era impossível não pensar que se não fosse pelo assassino da minha mãe, poderia ser ela a estar sentada naquela mesa agora. Seria minha mãe quem mimaria a Olívia e ficaria na minha cabeça querendo saber quando eu e Any teríamos um bebê. Ela que teria puxado minha orelha tantas vezes quando aprontei no início da minha fase adulta, teria sido pro colo dela que eu teria corrido, quando Any havia terminado comigo após descobrir que fui contratado para protege-la. Dona Paola teria me ajudado a escrever a carta que ajudou em nossa reconciliação e seria ela quem teria entrado na igreja comigo, sorrindo, cheia de orgulho.
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Intenso - O Caso Portillo II ✔
FanficAnahí e Alfonso se conheceram, se apaixonaram e após enfrentar os demônios do passado dela e se livrarem das ameaças que colocavam sua vida em risco, ambos se casaram. Três anos se passaram desde então e os dois continuam tão ou mais apaixonados do...