Encarei o berço onde meu filho dormia e suspirei, a ficha de que fazia uma semana que ele tinha tido alta do hospital ainda não tinha caído.
Levou 39 dias para que meu pequeno conseguisse receber alta, os médicos se surpreenderam com a evolução dele e de como ele foi ganhando peso rápido. Olhando pra ele assim hoje, 46 dias após seu nascimento ainda era difícil acreditar que ele havia nascido tão pequeno, tão frágil e tinha sobrevivido.
A porta do quarto dele se abriu e Débora entrou.
- Tudo bem por aqui querida?
- Sim, só estava velando o sono dele. - suspirei.
Débora parou ao meu lado no berço e sorriu encarando nosso bebê.
- Sebastian está tão feliz pelo neto dele estar em casa e carregando o nome dele.
- Era o mínimo que eu poderia fazer depois de tudo que Sebastian fez por mim.
- Sim, mas nós sabemos que o lugar de vocês não é aqui. - Débora sorriu pra mim e eu abaixei a cabeça. - Quando você vai perdoar o Alfonso querida? O que mais ele tem que fazer pra mostrar pra você que é o Alfonso de antes?
Mordi o lábio inferior sem saber o que dizer e acariciei a mãozinha do meu filho.
- Eu não sei... Na verdade estou com medo de voltar com ele e acontecer de novo.
- Eu duvido que vai acontecer outra vez, o assunto do Jonas já está encerrado.
- Ainda não Débora, o julgamento do Jonas é hoje esqueceu? Está acontecendo neste momento.
- Não, não esqueci, Sebastian foi pra lá encontrar com Alfonso.
Suspirei e encarei meu filho dormindo, se eu dissesse que não estava com medo, estaria mentindo.
Ficamos de pé assim que o juiz entrou em sua sala para dar a sentença. Encarei meu pai à minha direita e Chris à minha esquerda e agradeci por ter os dois ali comigo.
- Após analisarmos as provas encontradas e a situação do réu. Eu condeno Jonas Garza há oito anos de prisão em regime fechado. - declarou o juiz e bateu com seu martelo na mesa.
Assim que ele se retirou Elisa se aproximou do marido junto com os filhos e o abraçou, todo mundo chorava.
- Eu vou lá falar com ele!
- O que você vai fazer? - Christian me encarou.
- Não se preocupe, eu já volto. - respondi e me afastei dos dois.
Jonas soltou sua esposa e os dois ficaram sérios quando me viram.
- Eu espero de verdade Jonas que após ser solto você possa recomeçar sua vida.
- Eu agradeço pelo que o senhor fez ao meu marido, eu sei que a pena poderia ter sido muito maior se o senhor quisesse. - Elisa respondeu enxugando o rosto.
- Eu apenas deixei que a lei cumprisse seu trabalho.
- Obrigado senhor. - Jonas me encarou agradecido.
- Desejo coisas boas pra você e sua família. - respondi com um aceno de cabeça.
O policial se aproximou para leva-lo até o presidio e eu dei as costas. De relance vi Jonas passar pela porta do tribunal, acenando pra esposa e pros filhos. Nada do que eu fizesse traria minha mãe de volta, mas pelo menos a justiça tinha sido feita e eu estava me sentindo em paz comigo mesmo.
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Intenso - O Caso Portillo II ✔
FanficAnahí e Alfonso se conheceram, se apaixonaram e após enfrentar os demônios do passado dela e se livrarem das ameaças que colocavam sua vida em risco, ambos se casaram. Três anos se passaram desde então e os dois continuam tão ou mais apaixonados do...