Capítulo 07

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Depois de conversar com Christian fui direto pra casa do meu pai. Eu sabia que Anahí não voltaria pra casa tão cedo, então precisava usar esse tempo pra clarear minha cabeça e pedir alguns conselhos.

- Fiquei surpreso quando te vi estacionando. - meu pai comentou ao me ver.

Respirei fundo e fui direto ao ponto.

- Preciso falar com você, na verdade preciso te contar uma coisa pai.

- Pelo jeito é coisa séria você não estaria assim se fosse um problema qualquer.

- A gente pode ir pro seu escritório? - o encarei, não entendia porque me sentia tão nervoso.

Meu pai assentiu me dando as costas. Fui atrás dele não sabendo por onde começar aquele assunto e que reação esperar dele.

Quando fechou a porta do escritório me sentei na cadeira em frente à sua mesa.

- Problemas com a Anahí?

- Também! - suspirei.

- Vocês brigaram? É por isso que você está assim?

- Na verdade, ela brigou comigo e com razão. Eu esqueci que ontem foi nosso aniversário de casamento.

- Você esqueceu? Como assim? Esquecer uma data importante dessas não faz seu estilo.

- É que eu estava com a cabeça em outro lugar pai, por isso. - suspirei.

- Estava com a cabeça em que? - meu pai cruzou os braços.

- No assassino da minha mãe. - o encarei.

- Alfonso, você sabe que é inútil você ficar pensando nisso, já faz tanto tempo...

- Ele apareceu pai!

- Como?! - meu pai congelou e me encarou.

- Você sabe que nunca parei de procura-lo, por fim ele apareceu.

- Quando foi isso?

- Recebi a noite naquele fim de semana que estava aqui com você. Por isso fiquei estranho daquele jeito.

- Vocês se encontraram?

- Sim, e eu juro pra você pai que eu vou fazer o possível pra colocar esse cara na cadeia.

- Alfonso, quando sua mãe morreu isso quase destruiu a gente, você tem certeza que mexer com isso de novo? Quer trazer a tona toda essa dor outra vez?

- Pai você quer que ele fique impune? - o encarei sem acreditar no que ele estava dizendo. - É isso, depois que você conheceu a Débora, tudo bem ter perdido a mamãe, você não quer que aquele desgraçado pague?

- É claro que eu quero justiça, mas faça isso afastado, não se envolva como você está se envolvendo. Aposto que ficou tão focado nesse caso que por isso se esqueceu da sua esposa.

- Sim, foi mais ou menos isso. - suspirei.

- E vale a pena você estragar seu presente com o passado? - meu pai me encarou. - Quer fazer justiça faça, mas peça a um do inúmeros advogados que temos fazer isso, não se envolva demais ou isso vai te consumir.

- E o que você quer? Que eu fique longe de tudo pra que assim aquele marginal consiga escapar?

- Você não vai deixar isso acontecer, pode continuar mandando sua equipe ficar de olho nele. Eu não imagino o que foi aquela noite pra você, a dor que você deve ter sentido ao ver sua mãe morta é algo que me dói até hoje imaginar. Se quer fazer justiça faça, mas não pare sua vida por isso. Não viva só em função de seu desejo de vingança. Você tem coisas muito mais lindas pelas quais vale a pena lutar.

Intenso - O Caso Portillo II ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora