FIM

52 6 2
                                    


Um mês de alegria, porém de muitas dificuldades. O casamento de Ronnie e Nick se aproximava, e haveria uma "festinha surpresa" para a noiva na casa de Anne e Dex, e Anne ficou encarregada dos preparativos, além de fazer com que sua amiga não desconfiasse de nada.Sentia muita felicidade por seus amigos e ao mesmo tempo seus nervos estavam à flor da pele. 

Ela tentava controlar suas mudanças de temperamento, mas nem sempre conseguia. Era um dos traumas causados pelo acidente, algo com que ela teria que conviver, ou melhor, que as pessoas à sua volta teriam que conviver. Dexter foi paciente e prestativo, ele orou pelo seu milagre e agora ele estava ali, à sua frente, reclamando porque as cortinas da sala estavam amareladas. Ele observou Anne falando rapidamente e movendo seus braços de forma descoordenada enquanto brigava com o universo e o fator de suas cortinas envelhecerem. Nesse instante ele riu, e ela olhou furiosa para ele.

- Desculpe, amor – ele já começou dizendo – Não queria te deixar mais brava, é que você fica linda assim, sabia?

Ela sorriu, um sorriso meio reservado, aquele sorriso que ela sempre dava quando se sentia culpada e envergonhada. Dex foi até ela e a pegou no colo.

- Ai, amor! Por que está fazendo isso? – Ela começou a rir e dar tapinhas nele. – Me põe no chão! Amor!

- Não até você me dizer quem você mais ama nesse mundo. – Ele começou a rodar com ela nos braços.

- Mô, é sério, estou enjoada, me põe no chão. – Ela fez uma careta e ele a colocou no chão com cuidado.

- Você está bem? Quer um copo d'água? – Assim que ela se firmou, deu um beijo na ponta do nariz de seu marido e rindo, começou a correr em direção às escadas.

- Seu bobo! – Dexter foi atrás dela, e, em segundos, chegou ao quarto onde ela se encontrava.

- Isso é trapaça. – Ele entrou e ela estava do outro lado do quarto, ele correu para pegá-la e ela pulou por cima da cama fugindo dele. Ela foi em direção da porta, mas Dex foi mais rápido e a agarrou pela cintura. – Peguei você! – Ele a abraçou e os dois juntos caíram na cama. – Isso tudo é para não falar de quem mais ama?

Anne sentou na cama, parou por alguns instantes olhando um determinado ponto e, ao voltar seus olhos para Dexter, eles estavam marejados, não queria e nem estava pronta pra falar agora. – Não posso escolher, amor. – disse – não tem como eu escolher.

- Como assim, Anne? – ele disse com um aperto no coração – Do quê está falando?

Anne suspirou e então rolou na cama para alcançar o criado mudo, tirou algo que aparentemente estava escondido na última gaveta. Dexter se sentou, tentando ao máximo não pensar no pior.

Então, Anne se virou para ele com um enorme sorriso no rosto e, ao seu lado da cama, colocou os sapatinhos mais bonitos que ele já vira em toda vida. 

- Parabéns, papai!

Mil TulipasOnde histórias criam vida. Descubra agora