Anne estava sentada em frente ao balcão do open bar da festa. Se sentia patética tomando uma coca light, mas já estava tonta por ter bebido uma mistura que o seu colega havia lhe dado. Realmente era muito fraca para o álcool. Muitos caras tinham dado em cima dela, iclusive Edu, mas ela não se desprendeu das lembranças. Olhou para sua calça e agradeceu a Deus por ter trocado de roupa de última hora, odiaria estar agora com aquela mini-saia.
- Anne! Vem dançar! - Eduardo trouxe ela de seus pensamentos, puxou um banquinho e sentou ao seu lado.
- Ah, Edu. Acho que vou ir embora, não estou me sentindo muito bem - ela dizia do seu estado psicológico, mas não importava como ele entendesse.
- Mas a festa começou agora, fica mais um pouco, quer um drink?
- Não, obrigada. Acho que..
- Vem dançar então - Anne fez cara feia - Última música, prometo.
Então se levantou, e deu a mão para Eduardo e o seguiu no meio dos corpos dançantes.
Anne se sentia desengonçada, mas Edu parecia estar a vontade em estar com ela ali. Ele dançava e não tirava aquele sorriso do rosto, por um momento imaginou como seria ficar com ele, sem perceber foi se aproximando e lentamente suas bocas se encontraram, foi como se a música, as pessoas e o tempo tivessem parado, e a única coisa que importava era aquele momento. Ele a segurou firme em sua cintura e a apertou contra o seu corpo.
"Eu não deveria estar fazendo isso" Anne pensava repetitivamente.
Então se afastou bruscamente e virou as costas para Edu.
- O que você está fazendo? - Edu perguntou confuso.
- Não posso... - ela disse ainda de costas.
- Por quê? Você tem alguém?
- Quer saber? Que se dane! - Anne se virou e se jogou nos braços de Edu.
Entre os beijos, Edu lhe deu um selinho e abriu um sorriso. Anne devolveu o sorriso e o beijou novamente, porém com certa urgência. O beijo era diferente, mais quente e menos apaixonado do que o de Dex, ela afastou o pensamento e sentiu suas mãos deslizarem na nuca de Edu.
Ele se afastou sorriu novamente e puxou Anne pela mão por um corredor estreito, que até então ela nem sabia que existia. Nele havia gente bebendo, casais se beijando e um odor que ela não reconhecia. O som ali era abafado, poderiam até conversar, foi então que um celular começou a tocar. Edu pegou na intenção de desligar, mas exitou na hora que olhou para o visor.
- Pode atender - ele a olhou com uma cara de culpa - É sério! Parece importante e eu não vou me importar. Pode atender.
Ele fez um aceno com a cabeça e desapareceu pelo corredor.
Anne pegou seu celular e ficou mexendo para ocupar seu tempo, não estava gostando das companhias naquele estreito corredor. Percebeu uma sombra sobre si, levantando os olhos viu que um cara havia se aproximado.
- A gata está sozinha? - perguntou em ar malicioso. Ele era alto e forte, suas tatuagens desapareciam sob a camiseta colada e havia uma cicatriz em forma de v no seu rosto.
- Não estou, minha companhia foi atender um telefonema, mas já está voltando. - tentou manter a voz firme.
- Que pena, acho que ele vai ter que procurar outra pessoa hoje. - ele piscou e ao mesmo tempo a prendeu contra a parede.
***
Dexter nunca tinha dirigido nessa velocidade antes, mas sentia que tinha que fazer isso. Depois de ter falado com Anne pelo telefone, sabia que tinha algo errado, e ela não quis falar para ele para onde ia. Mas ele sabia que ela ia fazer alguma besteira. Então ligou para Ronnie, com certeza ela falaria algo para ele. Ele estava certo, Ronie estava preocupada com sua amiga. E agora, ela estava ao seu lado, ajudando-o a procurá-la.
***
- Por favor, me deixe ir embora - Anne insistiu.
- Uma moça tão linda não pode ir embora sozinha - falou enquanto passava a mão em seus cabelos.
- Já disse que não estou sozinha. Meu, ér.. namorado está lá fora - como eu minto mal, pensou.
- Aham. Ah, eu nem me apresentei, que educação a minha. Me chamo Bruno. E qual é o nome da menina mais linda da festa? - ele puxou-a e segurou em sua cintura. Ela tentou se afastar mais ele era forte demais.
- Cláudia - falou entre dentes, ele olhou para ela como que se tentasse ver se ela estava mentindo. Mas parece que acreditou.
Seus olhos eram intensos, ele a apertou mais ainda e a puxou para um beijo. Anne mordeu a boca dele com toda a sua força, aproveitou enquanto ele a xingava e saiu correndo pelo corredor, tentando desviar dos corpos dançantes do salão.
E quando estava quase chegando do lado de fora bateu com tudo em alguém, sentiu que ia cair no chão mas esse alguém a segurou em um abraço. O cheiro, como era familiar.. Ela olhou na direção do rosto, e para sua surpresa…- Dexter?!
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Mil Tulipas
RomanceUma história marcante sobre uma mulher que não sabe demonstrar seus sentimentos. Um amor mal correspondido, Deus e "mil tulipas". Anne não entendia que tudo acontece no tempo de Deus, Dexter luta para manter as esperanças. Até onde Deus age para cum...