Admirador secreto? Anne se perguntava. Mas se fosse um admirador, ele mandaria um cartão romântico junto com a flor ou frases formadas com papel picado e não escreveria ‘FÉ’ em uma pétala. E como sabia que minha flor preferida é a tulipa?
- Amigaa!! - sua melhor amiga lhe chamava a atenção. Agora elas estavam na casa de Ronie ouvindo música. Anne tinha sentido falta disso. Enquanto cantava junto com a voz afinada da Kari Jobe, pensava no “admirador”. Quem faria isso com ela?
- Sim, Ronie?!
- Ainda está pensando na tulipa?
- É tão óbvio? - Ronnie sorrio - Não é só curiosidade, sinto que preciso descobrir quem colocou essa flor lá. - só não sei como vou fazer isso, falou para si mesma.
- Nós vamos descobrir, amiga. Isso é questão de tempo.
- Tenho que ir amiga, ainda tenho que arrumar a casa. - seus pais se mudaram no ano anterior, porque o trabalho do seu pai exigiu. A cidade não ficava muito distante, mas Anne havia lutado muito para conseguir seu emprego ali e não queria sair tão cedo. Então ficou morando sozinha.
***
Anne caminhava em direção a sua casa. A casa de Ronie não era longe da sua, só eram em ruas diferentes. De longe viu Dexter olhando para ela. Esperou chegar mais perto para falar com ele.
- Oi Dex..ter - era tão difícil chamá-lo novamente assim. - O que faz aqui?
- Oi Anne, eu estava indo para a sua casa, queria conversar com você. - Vamos até a praça?
- Vamos - ela sabia que ele queria falar algo sério, dava para saber só olhando para a sua expressão, ele estava tenso, e evitava olhá-la nos olhos.
Eles caminharam em silêncio até chegarem na praça. Era uma pracinha pequena, porém era linda. Anne amava ir para lá, era um dos lugares que mais gostava conversar com Deus. Ao lado da praça tinha uma árvore, e, em baixo dela uma vez, Anne e Dexter fizeram um piquenique. Foi um dia maravilhoso, o céu estava deslumbrante.
Eles caminhavam agora, em direção a árvore. Anne chegou perto dela e sentou se escorando em seu tronco. Dexter ia fazer o mesmo, mas aparentou ter uma ideia melhor e deu a volta na ávore. Se espichou e, com cuidado, ele empurrou um pequeno galho que estava na frente do lugar onde tinha escrito. Ainda estava ali, as iniciais dele e de Anne dentro de um coração. Ele lembra tão bem, na verdade, quase consegue reviver aquele momento. Estava com uma faquinha de serrinha, e teve a ideia de escrever as iniciais na árvore. Anne falava em como isso era brega e não parava de rir, mas ele sabia que ela estava amando aquilo, mesmo com todo o sentimento ela preferia esconder. Mas ele não se importava com isso, sabia da dificuldade dela, sabia que ela ia mudar com o tempo e com a moldagem de Deus.
Imerso em seus pensamentos, Dexter não viu que Anne estava ao lado dele, o observando. Ela pensava nas mesmas coisas, e em como aquele dia foi maravilhoso, ela nunca tinha se divertido tanto. Dexter contou muitas coisas, experiências que passou com Deus, o dia em que se batizou, ele fazia com que tudo ficasse mais interessante e divertido. Anne lembrou-se deles deitando na grama olhando para a copa da árvore, dele tocando violão e cantando para ela, lembrou também quando ele a pegara no colo e tentava levantá-la para que ela alcançasse um casulo que estava em um galho da árvore. Dexter se desequilibrou e os dois caíram, mas ao invés de reclamarem de dor, deram gargalhadas, Anne chorou de tanto rir. Diante dessa lembrança, ela sorriu. E, ao olhar para Dex, ele estava retribuindo o sorriso.
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Mil Tulipas
RomantizmUma história marcante sobre uma mulher que não sabe demonstrar seus sentimentos. Um amor mal correspondido, Deus e "mil tulipas". Anne não entendia que tudo acontece no tempo de Deus, Dexter luta para manter as esperanças. Até onde Deus age para cum...