Aceita uma carona

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A mente de um ser humano pode ser incrível , um simples toque, um simples olhar, nos faz viajar por horas, para qualquer lugar, e Jhenny soube disso, ela nunca havia se sentido assim antes, Helena mexeu com ela de uma forma tão contundente que a assustou, isso é incrível pois Jhenny não é uma garota que se impressiona fácil, entre todo aquele barulho, pessoas se paquerando, ela lembrou de um antigo amor, um amor que deixou marcas do tamanho de uma cratera, e sentiu medo de estar próxima de alguém outra vez, já havia se passado dois anos desde seu último relacionamento, dois anos sem ter alguém, era triste, mas Ela preferia assim, pretendentes não lhe faltavam, mas era melhor sem mágoas, sem choro, apenas uma solidão que passava depois de alguns dias trancada dentro de si mesmo. Jhenny se recompõe, continua atendendo seus clientes, sorrindo para cantadas idiotas, enquanto Helena depois de dançar muito, vem caminhando em direção ao bar. Leva um tempo até ela alcançar a frente do balcão, Léo cogita atende- lá mas lembra do último fora e resolve deixar que Jhenny cuide disso.

- Oi de novo!
- Oi.
- Eu quero outro Apple Martini por favor, eu adorei o último que me fez - Jhenny pegou a comanda, e sentiu suas mãos suarem mais do que o normal.
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- Jhenny, eu gosto desse nome - diz Helena olhando para o této girando em cima dela.

- Quantos anos você está completando? - diz Jhenny tentando puxar um assunto.
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- Você não devia perguntar isso a uma mulher, não é elegante. - completa Helena
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- Hahaha me desculpe.

- Há quanto tempo você trabalha aqui?

- Um ano, mas é temporário, aqui está seu drink. - Diz Jhenny ao se apoiar no balcão com o antebraço
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- Isso está incrível, você é a primeira mulher a me dá tanto prazer. - diz Helena ao provar o drink sem tirar os olhos de Jhenny.

- Você devia ir de vagar aniversariante, você já está bem contente -

- É mesmo ? E o que eu ganho ao seguir seu conselho senhorita sabichona
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- Você ganha uma água, é um táxi para casa.
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- Ei, você está me mandando embora?
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- Rsrs, não, só acho que você deveria ir com calma, já está falando besteiras.
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- Não estou falando besteira, estou sendo sincera.
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- Quando você diz que sou a mulher a te dar mais prazer?
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- Elas se olharam firmemente, Helena estava gostando de onde aquela conversa poderia parar, gostava do jeito arrogante de Jhenny, da forma que a olhava nos olhos, com ela o papo fluía de uma forma natural.
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- Essa conversa esta ficando quente ou é impressão minha?
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- Cuidado, você pode se queimar - diz Jhenny se deixando atrair, sentiu vontade de dizer muito mais a Helena, decidiu se deixar escorregar para aquela garota, do outro lado do balcão, ela explorava cada canto de sua pele a amostra
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- Talvez eu goste de me queimar, porque você não me acompanha até meu carro ?
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- Garotaaa! -Diz Jhenny enquanto deseja tocar em Helena mais do que já quis tocar em qualquer outra garota que já se relacionou, se via pulando o balcão daquela porra de balada, envolvendo Helena em seus braços, escorregando sua mão pela cintura e descendo até sua coxa, olhando a nos olhos, enquanto escorrega a mão por sua nuca puxando seu cabelo com força!
- Helena chega mais perto do balcão ficando na ponta dos pés,  e  deseja que Jhenny beije sua boca, não sabe ao certo se tudo aquilo é a bebida ou seu desejo verdadeiro por uma garota no bar, sem pensar em mais nada Helena dispara.
- Me beija!!
- Jhenny sente seu coração palpitar, suas mãos suarem e sabe que aquela garota pode dar mais prazer do que ela jamais sentiu um dia, e aquilo significava sentir tudo outra vez, desejo, paixão, tesão, saudade, angústia, dor!
- Não estou interessada - Jhenny responde.
- Helena não esperava essa resposta, não quer essa resposta, ela sabia que Jhenny estava tão envolvida quanto ela.
- Está sim - responde Helena.
- Não, não estou!
- Você tem medo do que guria? Vai ser bom eu prometo! Dispara Helena na esperança que Jhenny volte atrás!
- Não tenho medo de nada, só não estou interessada.
- Você está mentindo descaradamente. - diz Helena
- Você não está acostumada a levar um fora né? Sinto muito patricinha, mas não vou ser sua experiência lésbica!
- Como você pode ser tão idiota, você acha que nunca beijei uma garota?
- Só dá o fora daqui garota! - Helena é tudo o que Jhenny nunca vai ter, é o sonho de qualquer garota ou garoto, se envolver com ela trouxe medo do desejo de querer ir mais além e não ser correspondida, talvez isso tenha a impedido de se entregar a tudo o que ela sentia naquele exato instante.
- Helena se afastou do bar, frustrada, confusa com o que havia acontecido, poderia ter se enganado, talvez a garota do bar não estivesse afim dela, voltou para seus amigos, um pouco dispersa e se desvencilhou dos pensamentos ruins, Tommy aproveitou para oferecer- lhe uma bebida.
- Toma isso, a senhorita precisa beber. - disse Tommy estendendo uma cerveja.
- Não, obrigada!
- O que houve? Tá tudo bem ?  - Tommy é sem duvida o admirador mais dedicado de Helena, a anos eles tenta ser mais do que uma simples transa para ela, seus amigos sempre pedem para ele desencanar e viver a vida dele, mas ele diz já estar vivendo.
- Sim, só preciso ir pra casa, acho que já deu por hoje - responde Helena!
- Eu levo você! - Ele se oferece prontamente.
- Tudo bem, eu vou sozinha!
- De maneira nem uma Helena eu faço questão, você está bêbada!
- Não estou mais, acabei de bater um papo com a bartender que roubou completamente minha brisa.
- Já se passavam das 6 horas da manhã, Jhenny foi desmontando seu bar, retirando as bebidas dos coulers levando para as geladeiras, enquanto Cool se aproxima.
- Tudo bem Jhenny, esta liberada, deixa que eu e o Bruno cuidamos disso.
- Santo Deus, obrigada Cool, até mais tarde. - Diz Jhenny aliviada!
- Após subir ao vestiário, colocar seu casaco, Jhenny se despedi de todos, coloca sua mochila nas costas e pega o caminho em direção ao seu ponto de ônibus, é uma caminhada de uns 15 minutos andando depressa, foi caminhando e pensando no que havia acontecido!
- Não posso me dar ao luxo de ser fodida por uma patricinha de merda, ela só queria se divertir e eu não tenho tenho tempo para isso. - diz Jhenny a si mesmo. Um, dois, três trovões causam um clarão no céu, e a garoa cai, era só o que faltava, Jhenny aperta os passos e pragueja sem fim aquela garoa, em seguida sente que está sendo observada e nota um carro vindo lentamente, atrás dela, ela pensa em correr mas sabe que será inútil,
- Foda se, se ele realmente quiser vai me alcançar! - Seguiu em frente enquanto o carro se aproximava cada vez mais, sentiu seu estômago revirar, estava com medo, aquilo não podia estar acontecendo, um assalto ou sei lá o que não poderia deixar pra outro dia? O carro se aproxima, de vagar baixa o vidro, encosta ao lado dela.
- Quer uma carona? Diz Helena.
- Caralho você me assustou!
- Helena gargalhou e continuou seguindo Jhenny.
- Está chovendo eu te levo até o ponto!
- Não obrigada!
- Não precisa ter medo, sério eu não vou te esquartejar e vender seus órgãos no mercado negro. - diz Helena com um risinho frouxo nos Lábios.
- Ok! - Jhenny entra no carro e sente-se aliviada por sair de baixo daquela garoa chata!
- Então, eu gostaria de me desculpar por hoje, acho que eu fui um pouco rude.
- Tudo bem, é seu aniversário acho que hoje você pode tudo.
- Elas se olham e Helena pela primeira vez se sente bem por estar na companhia de alguém, se pega explorando os detalhes de alguém, uma cicatriz no queixo, e o cabelo dela molhado jogado de lado, ela exala firmeza em tudo que faz, mas se você olhar direito consegue ver resquícios de fragilidade, na forma que prende o cabelo, ou quando sorri de si mesmo.
- Nossa, ela é tão linda! - Helena diz a si mesmo enquanto Jhenny se seca com um camiseta que encontra na mochila. 
- Posso tudo? -Pergunta  Helena fitando a nos olhos.
- Sim você pode - Jhenny sente se frágil, e quer ceder aquele desejo absurdo de beija lá. Helena se aproxima, se desprende do sinto de segurança, Jhenny continua encarando e seu olhar é de um genuíno desejo, Helena quer toca lá, quer beijar sua cicatriz no queixo, e vai em direção a isso, estão tão próximas agora que suas testas se tocam, Helena sente a maciez do rosto de Jhenny, por incrível que pareça ela está quente, seus lábios tão próximos e Jhenny anseia por sua língua tocando o céu de sua boca.
- Helena a quer por inteira, sem interrupções, quer rasgar a roupa de Jhenny e descobrir quantas mais cicatrizes tem por seu corpo. Helena estende a mão e pousa na perna de Jhenny, se inclina para beija- lá.
- NÃO, PARA. EU DISSE QUE NÃO ESTOU AFIM, ISSO ACABA AQUI OK?!! - Jhenny desce do carro e corre para o outro lado da rua. Helena pensa em ir atrás dela mas suas perna não se movem, ela recosta no banco de seu carro, e sorri para si mesmo. Seu coração pulsa rápido, suas mãos estão tremendo, ela respira fundo e ri alto sem ter ninguém  por perto. Engata a marcha de seu possante e parte em direção ao jardins, Parte para casa sentindo- se viva de novo. Não consegue parar de sorrir, a sensação de seus rostos se tocando fica nela por mais um fração de segundo, seus olhos castanhos, quase negros, seu cabelo molhado e Helena diz a si mesmo em voz alto agora a 5 minutos de casa!
- Caralho qual é o problema com aquela garota. Rsrsrs, mal sabe ela mas isso só está começando.

A garota do barOnde histórias criam vida. Descubra agora